quarta-feira, 30 de abril de 2008

“Vou mergulhar de cabeça”

:-D

Estou ouvindo Diogo Nogueira e sua “Fé em Deus”. Lindo ele, linda a música. Tudo a ver com o momento.

Sinto que meu Deus, meu amigo que nunca me abandona, mais uma vez, esteve bem do meu ladinho hoje. Como eu sei? Seus anjos estiveram comigo.

Fui ao banheiro colocar a máscara de funcionária arrumadinha, feliz e satisfeita. Dali a pouco entrou a Ana. Falamos rápido como sempre, todas na correria. Antes do almoço, passei pra lavar as mãos e lá estava Ana. Coincidência. Bem depois do almoço, quase 2 horas depois, ao ir novamente ao banheiro, deparei-me com Ana outra vez. Não teve jeito, tivemos que trocar idéia, tinha alguma coisa naquele “encontro”. Ela é espírita kardecista, apesar do jeito elétrico, transmite paz. Ficamos ali uns bons 5 minutos, Ana falando e eu absorvendo.

O dia no trabalho foi duro, a situação está complicada devido a promessas não cumpridas. Normal. O peito ficou apertado, as lágrimas querendo escorrer... Fui procurar ajuda. “Como chega aí de trem?” Entrei em 15 minutos desci na estação, e mesmo com todas as coordenadas, ainda não estava bem certa de como chegar lá. Andando em direção a saída da estação, vi uma figura me olhando de longe e era conhecida. Mário, com a cabeça inclinada pro lado, super gente fina, perguntou se eu estava perdida. Ri. Perdida, não. Quase. Falei pra onde ia e que ainda teria que pegar um ônibus e ele me disse “que nada, vamos lá andando que eu te levo”. Em menos de 10 minutos, estava no local, sã e salva, depois de conversar um pouco mais com o outro colega de trabalho que só falo bem rápido durante o dia.

Sentei e não quis mais levantar. Tão perfeito ali, a TV, o ventinho na cabeça... Fiquei me olhando no espelho. Aquela agonia do dia de trabalho tenso estava passando. “Tá bonita de vestido” rsrs É, acho que sim...

E agora o sono que não chega, desde sexta-feira. Não fecho os olhos antes de 4h da manhã. Há alguns meses, me senti assim, mas de forma negativa, de tristeza.

Então...

A luta está difícil, mas não posso desistir Depois da tempestade, flores voltam a surgir Mas quando a tempestade demora a passar A vida até parece fora do lugar Não perca a fé em Deus, fé em Deus Que tudo irá se acertar Pois o sol de um novo dia vai brilhar E essa luz vai refletir na nossa estrada Clareando de uma vez a caminhada Que nos levará direto ao apogeu Tenha fé, nunca perca a fé em Deus Pra quem acha que a vida não tem esperança Fé em Deus Pra quem estende a mão e ajuda a criança Fé em Deus Pra quem acha que o mundo acabou Pra quem não encontrou um amor Tenha fé, vá na fé Nunca perca a fé em Deus Pra quem sempre sofreu e hoje em dia é feliz Fé em Deus Pra quem não alcançou tudo que sempre quis Fé em Deus Pra quem ama, respeita e crê E pra aquele que paga pra ver Tenha fé, vá na fé Nunca perca a fé em Deus Aquilo que não mata só nos faz fortalecer Vivendo aprendi que é só fazer por merecer Que passo a passo um dia a gente chega lá Pois não existe mal que não possa acabar Não perca a fé em Deus, fé em Deus Que tudo irá se acertar Pois o sol de um novo dia vai brilhar E essa luz vai refletir na nossa estrada Clareando de uma vez a caminhada Que nos levará direto ao apogeu Tenha fé, nunca perca a fé em Deus Pra quem acha que a vida não tem esperança Fé em Deus Pra quem estende a mão e ajuda a criança Fé em Deus Pra quem acha que o mundo acabou Pra quem não encontrou um amor Tenha fé, vá na fé, Nunca perca a fé em Deus Pra quem sempre sofreu e hoje em dia é feliz Fé em Deus Pra quem não alcançou tudo que sempre quis Fé em Deus Pra quem ama, respeita e crê E pra aquele que paga pra ver Tenha fé, vá na fé, nunca perca a fé em Deus

Diogo Nogueira – Fé em Deus

*-*

Projeto Alface: parar de comer com os olhos. E aula de dança!

*-*

Obrigada, meu Deus. Por tudo.

L.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Pra renovar meu ser

Dany me deixou um recado semana passada “Ih, não gosto quando vc fica assim pensativa... Lá vem bomba!”

Verdade.

Sou atitude, mas quando paro pra pensar, as resoluções são devastadoras. Hoje, andando por Ipanema, concluí o restante dos pensamentos do fim de semana, os poucos que faltavam.

Parei num dos restaurantes favoritos pra jantar. Ri enquanto o cozinheiro se atrapalhava com o fogo. Normalmente eu não riria, daria ataque pela demora. Mas eu tinha motivos pra sorrir.

Na volta pra casa, ouvi uma música que não escutava há anos. Pra quem não sabe, eu já dancei em quadrilha de festa junina, e na época, acho que 2000 ou 2001, minha música era essa. Eu vinha como destaque, Dama de Vermelho. Meu cavalheiro era Marcinho, amigo querido. Juntos, dançando, parecíamos realmente um casal apaixonado. Era super bacana porque nunca tínhamos ensaiado nem nada, apenas a letra da música nos fazia olhar um pro outro com aquela cara de idiota dos que se amam.

Fiquei prestando atenção na letra, enquanto subia as ruas sinuosas.

“Frisson”

Tunai

Meu coração pulou

Você chegou, me deixou assim

Com os pés fora do chão

Pensei: que bom...

Parece, enfim acordei

Pra renovar meu ser

Faltava mesmo chegar você

Assim sem me avisar

Pra acelerar...

Um coração que já bate pouco

De tanto procurar por outro

Anda cansado

Mas quando você está do lado

Fica louco de satisfação

Solidão nunca mais

Você caiu do céu

Um anjo lindo que apareceu

Com olhos de cristal

Me enfeitiçou

Eu nunca vi nada igual

De repente...

Você surgiu na minha frente

Luz cintilante

Estrela em forma de gente

Invasora do planeta amor

Você me conquistou

Me olha, me toca, me faz sentir

Que é hora, agora, da gente ir

Aí viajei... Eu, dançando, quase flutuando. Ele percorrendo o salão com as mãos fortes na minha cintura, me rodopiando sem tirar os olhos dos meus.

Podia ser real... Queria que fosse.

Obrigada por dias em paz.

L.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Dia histórico


Esse fim de semana foi o tal, aquele que eu vinha esperando há meses a fio. O grito de liberdade era iminente, porém ameaçou ser mais que um grito, e sim, uma berraria sem fim. Não queria isso. Poderia se tornar algo contra mim, uma volta aos conturbados 18 anos, com festas, amigos, farras e nada mais. Só queria me libertar das amarras que eu mesma me coloquei, queria ver o mundo que ainda existia, sorridente e vasto, enquanto eu chorava aqui dentro.

Sim! O mundo estava lá fora. E eu estagnada.

Nunca mais dancei.

Nunca mais amei.

Nunca mais sorri.

Nunca mais andei de tênis e short.

Nunca mais saí de casa.

Anos atrás passei por todo um processo até chegar ao final de 2006 e dar o Grito de Liberdade pela primeira vez. Foi longo e bastante doloroso. Teria que passar por tudo isso de novo? Organização, disciplina, estratégia. São palavras que não podem sair da vida de um Administrador. Mantive a calma, respirei fundo na sexta-feira. Olhei pro lado, olhei pro outro e decidi não tomar nenhuma atitude precipitada. Quando fechei os olhos pra dormir, finalmente, após uma longa noite de ricas e singulares idéias, eu já tinha mudado a fase do jogo.

O sábado chegou como o ano do silêncio. Não queria ver, nem falar com ninguém. Tudo lá fora me chamava, mas eu precisava estar só, assim como aquele ano inteiro. Não posso viver outras vidas que não a minha. Nasci só, preciso de ar, água, comida e amor, mas o primeiro amor tem que ser o meu por mim mesma. O sábado se foi com uma promessa: se amanhã chegar, será melhor. E chegou. E foi.

Música tema do domingo (clique no nome com o botão direito e abra em nova janela): Fly like me

Acordei tarde, atrasei o almoço da galera, deixei todo mundo esperando enquanto eu dava uma boa olhada no Sol lindo que me banhava o corpo envolto numa nuvem de ansiedade e desejo e que me convidava a ser feliz. Lavei os cabelos demoradamente, lavei o pescoço, os olhos, as costas... Lavei a pele e deixei que a água levasse ralo abaixo tudo que outrora me entristecera. Ao final de uma hora, estava satisfeita com o que via no espelho: uma mulher-menina, risonha, levada, enfiada num short branco, camiseta preta e sobre um par de All Star branco. Junto comigo, todas as minhas borboletas: do peito, orelhas e dedo.

Lá, Dona Marli me olhou e disse “vc é linda”. Agradeci, mas a verdadeira resposta era “é porque estou feliz, por isso fiquei bela”. Cheguei já causando... rsrs E super à vontade, como nunca me senti naquela Zona Norte. De repente, olhei pro lado e me vi morando lá. As casinhas, o ventinho, as sombras, tudo o que eu preciso num domingo à tarde.

Vários acontecimentos depois, lá estava eu, partindo rumo ao Maracanã. O medo me fazia gritar por dentro, mas eu precisava me manter calma e ir em frente. E se der correria? E se der tiro? E se eu cair? E se...? Como nos bons e velhos tempos, a resposta foi “já fiz”. Entrei no Maracanã absolutamente embasbacada, com óculos escuros pra proteger do sol, mas também pra ninguém perceber meus olhos arregalados com tamanha novidade. Para meu espanto ainda maior, meninas passaram de shortinho, top, bem à vontade, e pais com seus filhotes de poucos anos. Nas minhas lembranças antigas, me disseram que mulher só podia ir de calça jeans e camisa larga, porque nego passava a mão. E crianças, só se fosse pra perdê-las.

Mas em se tratando de torcedores do Flamengo, com algum respeito, todo cuidado é pouco. Vi confusão durante metade do trajeto de ônibus até o estádio, e em todas, havia alguém de camisa vermelha e preta.

A entrada na arquibancada foi algo fenomenal. Um mundo inteirinho a minha frente, muito maior do que eu poderia imaginar que seria. Um mar vermelho e terra preta e branca do outro lado. O jogo rolava e eu preocupada com os flamenguistas vândalos bem próximos. Mas ainda bem, poucos, porém rápidos policiais resolviam as questões. O engraçado de tudo é que os flamenguistas brigam entre si, como povos rivais, países em guerra ou mulheres que querem o mesmo homem. Ridículo, porém engraçado. Sorte das outras torcidas, que ficam do outro lado do estádio, torcendo tranquilamente e acompanhando o jogo.

E onde eu estava?

Na cadeira branca, onde, teoricamente, não seria área destinada à torcida organizada. Mas que nada, grande parte da arquibancada foi tomada pelos flamenguistas. Já que não pode expulsá-los, assista ao jogo com eles. Sabem homem vendo jogo pela TV? Filho da puta, maldito, viado, passa, corre, vai, não, burro e outros impropérios e nomes não carinhosos que são ditos por dois ou mais num jogo visto em casa, ganha uma peso enorme quando dito por milhares. Coisa de louco!

E eu lá, alheia a bola que rolava e ainda em êxtase total pelo acontecimento de assistir Botafogo x Flamengo no Maracanã pela primeira vez na vida.

Fim do primeiro tempo, no 0 x 0 e eu ainda em alfa. Quando voltei com meu copinho de refrigerante na mão, o sol já tinha baixado e eu pude finalmente apreciar o jogo, pois troquei os óculos escuros pelo de grau. Caraca! O troço ficou maior ainda, os jogadores estavam ali há passos de distância. As brigas pararam, finalmente. E eu comecei a assistir ao jogo, acompanhando lances e dando meus pitacos. Olhava pro lado e via uma torcida monstruosa em silêncio, bandeiras ao chão. Do outro lado, botafoguenses aflitos pelo desenrolar da coisa, que até os 35 do 2° tempo não saía do lugar. Não podia torcer alto, pois estava encravada no meio da torcida adversária. Como não entendo muita coisa, nem posso comentar impedimentos e faltas, mas sei que os dois times jogaram na raça, Flamengo atacou muito e Botafogo defendeu na unha. Parecia um cabo de guerra. Até que entrou Obina. Com alguns minutos, ele decidiu o jogo. Sozinho. Não foi mérito de mais ninguém e não fracasso do goleiro, Obina, dentre os 22 em campo, definiu o placar, afinal desestruturou o jogo papai-e-mamãe que tava rolando e falou ‘não quero só a cabecinha, a bola tem que entrar’. E botou a bola pra dentro da rede.

Comoção geral no Maraca! Nessa hora deu um princípio de pânico, porque se sem gol eles já são daquele jeito, imaginem como ficaram após o gol? O chão sob meus pés tremeu violentamente enquanto a torcida pulava de alívio. Mas logo passou, o jogo estava acabando. E acabou com pesar para quase todos os botafoguenses, menos uma, que fosse qual fosse o placar, teria saído dali feliz.

Do Maracanã fui direto me acabar em beijos e abraços. Loo, minha branca amada, completando minha felicidade naquela noite. Muita fofoca pra por em dia! rsrs

O mundo é muito pequeno mesmo. Onde fui parar? No condomínio que era administrado pela imobiliária que eu trabalhei há 5 anos. A colega de turma era a menina que ficou com um menino que eu já tinha ficado há quase 10 anos. Nossa! Daqui a pouco descubro um irmão por aí!

Deus me livre.

Já me basta o oficial dando (muito) trabalho.

Saldo do fim de semana: positivo. Domingo: super positivo. Meu All Star foi ao Maracanã. rsrs As fotos estão no álbum do Orkut. Mega feliz!

Muitos beijos pra minha mais nova leitora: Melissa. Como eu falei pra ela, conquistei a família toda! :-D

Maravilhosa semana pra todos nós.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

No topo do mundo

Tarde da noite e eu aqui absolutamente sem sono. Como? Por quê? Ansiedade com o dia que não tardará a chegar. Ansiedade de resolver os problemas que o coração me causa.

Não sei se todos são assim. Dizem que Deus colocou a cabeça sobre o coração pra que ela pudesse comandar e não ele. Mas comigo acaba acontecendo o inverso. Emoção 200 x 0 Razão. E por isso fico aqui, ansiosa por ter um dia importante pela frente e sofrendo por estar sozinha, sem uma mão amiga e afetuosa pra tentar acalmar. Vi esse filme há dois anos e confesso, detestei. Foi até pior, pois na noite em questão, passei em claro, chorando, brigando, pedindo, discutindo, esquecendo o tamanho da mulher que eu era. Vi o dia chegar, em pé, na rua, olhos inchados. Horas depois, após descer no ponto errado, estava perdida em São Gonçalo, atravessando as duas pistas da BR101, sob o forte Sol de meio-dia. Logo depois, já em solo carioca, tinha apenas R$2,00 e uma sede terrível. Pagar a passagem de volta pra casa ou matá-la? Bom, em casa pelo menos teria água. E apesar de todas as dificuldades do dia, de todos os percalços e provações pelas quais passei, ainda assim a dor maior era não ter a pessoa que amava do lado.

Burrice pouca é bobagem.

Ainda pouco ameacei fazer o mesmo, mas fui salva do dragão do sofrimento desnecessário. E ontem foi mesmo dia de São Jorge. Amanhã, ou melhor, hoje, pois ainda não dormi, será um dia cheio, complicado no trabalho e no qual terei de ter a habilidade de uma dançarina do ventre. Hipnotizar com um mero movimento de quadris. Bom, estou falando num sentido figurado.

A viagem de “descanso” não merece comentários. Mas uma coisa deve ser registrada, momento mágico e único. Contrariando todas as mais pessimistas previsões, no domingo fez uma fabulosa tarde de Sol. Apesar da chuva iminente, saquei o biquíni e fui à praia. Entrei preguiçosamente nas águas do mar de Cabo Frio, sempre meu amigo, que recebeu-me com o costumeiro carinho e calma, num abraço morno e macio. Banhei-me, lavei-me, deliciei-me com a água salgada que corria pele afora e a liberdade que crescia alma adentro. Sorri para mim mesma, afinal, no meio da tempestade, ainda assim eu estava me dando a oportunidade de ser feliz. Sorri por pensar que não é necessariamente um corpo masculino que me traz felicidade. Eu estava só, apenas eu e o mar, meu querido e misterioso mar, numa cumplicidade de anos, que homem nenhum seria capaz de estragar aquele momento. Deu vontade de gritar, esticar os braços, tirar os pés do chão e virar cambalhota. Mas no mínimo me taxariam de louca. “Mas louco é quem me diz que não é feliz. Eu sou feliz”, assim cantava Ney Matogrosso.

Mais duas ou três vezes voltei ao mar, mesmo com o Sol querendo sair de cena. Em dado momento, após sair da água, avistei a duna que tantas e tantas vezes deixei passar, a caminho da areia. Lá estava ela, como um porto seguro. Subi, fui tentar segurar o pouquinho da luz que ainda poderia aquecer aquele frio dia. No meio do caminho, uma interrupção, achei que o dia fosse finalmente se tornar agradável, mas estava errada. Minha fé, porém, seguiu inabalável. Desci com raiva, mas tornei a subir rumo a duna. Ao chegar ao topo, com cuidado devido a vegetação rasteira que continha espinhos, eu era finalmente a Dona do mundo. Era bastante alto ali. Atrás de mim o mar, na frente e bem longe as imponentes construções de veraneio e em redor, miniaturas indefesas de gente. Fechei os olhos por um momento e me vi no ponto mais alto do mundo, onde eu podia tudo, nada seria capaz de me machucar e nem ninguém. Lá não havia amor e nem mágoa, nem mentira e nem meia verdade, nem falsidade. Lá, meu corpo era algo assim de perfeito. Respirei fundo e senti o quão bela eu era ali no topo do mundo. Bem devagarzinho o calor foi me deixando. Abri os olhos e o astro-rei ia se despedindo, com seus cachos dourados luzindo por detrás dos prédios. Era hora de voltar. Desci da duna feliz, tão feliz que corri novamente pros braços do mar. Novamente sorri, sim, eu estava feliz. Não, não, constatei finalmente, eu sou feliz.

Esta lembrança me ajudou a não cair na mesma armadilha de anos atrás. Quando pensei que fosse chorar, alguém sacudiu o tabuleiro, o jogo virou e eu acabei chorando mesmo. Mas de alegria. Nós, cancerianos, viemos ao mundo pra semear alegria, amor e ajuda.

Novos horizontes desenham-se em minha frente. Loo diria “vai logo, deixa de ser boba!”. Catia diria “segue teu coração e põe na balança”. Fê diria “sabe o que eu penso sobre isso, né?”. Meu amigo diria “pára de palhaçada!” hahahahaha Conselhos tão distintos... Minha razão é forte, mas não aprendeu a dominar o coração.

Mas...

Coração não agüenta as pancadas das conseqüências do que ele quer e aí sobra pra razão. A coitada tem sempre que limpar a bagunça quando a festa acaba. E sozinha.

Ah, já ia esquecendo. No sábado passei pelo hotel Nanuque. Lá se vão 6 anos... Não dói mais, só ficou a lembrança de um fim de semana conturbado, com um final quase feliz. rs No rastro dessa lembrança, veio uma outra notícia: o casal que nasceu do meu sofrimento, nessa mesma época, que ergueu-se sob os escombros do que era meu relacionamento, acabou por ser corroído pelo tempo. Se estou feliz? Se estou vingada? Sinceramente não sei, não parei pra pensar nisso. Mas confirmo o que já sabia: ninguém pode ser feliz causando a infelicidade dos outros.

Bem, voltando a vaca fria, hoje, último dia do feriadón, fui lá na Monte Alegre. O cheiro daquele lugar é impressionante! Minha divertida adolescência volta em segundos. Divertida e selvagem! rsrs Deveria me sentir entristecida devido aos marcantes acontecimentos da época, mas pelo contrário, guardei os bons momentos e do resto apenas fiz lição. Subi a ladeira sem suar, sem aflição, cantarolando com meu fone de ouvido e saltitando com meu All Star branco. A casinha da Mamãe é a mesma, a vista é a mesma com seu inconfundível cheiro de carambola. Deliciosa tarde, entre subidas e descidas, risadas, intermináveis conselhos, mercado, lan house e bolo. E, claro, a soneca sagrada. No fim do dia, olhei pra cima. O susto foi grande ao perceber que a casa onde eu passava algumas noites e tardes de fim de semana, foi vendida. A varanda arredondada, a sacada que dá vista pro mundo todo, as janelas com vitrais vermelhos... O grande casarão foi vendido para alguém que abriu todas as janelas e jogou um tapete verde pra secar na grade da varanda, tudo que a velha nunca faria. Parei e fiquei olhando pro alto, lá onde a velha não deixava a gente ficar... rs Tanta coisa eu vivi naquela casa, naquela sala, no quartinho, até na entrada onde ralei os dois joelhos e desmaiei. Eita! E lá se vão... nossa! São mais de 10 anos! Muito maior do que o susto, foi a percepção de que o tempo está passando, depressa e nada durará pra sempre. De repente me senti cansada...

O final da noite foi legal. Controlei-me, ri um pouco e ainda tirei sarro com os flamenguistas que estão morrendo de medo do confronto de domingo.

Pensamento da semana: Não me dê liberdade demais. Eu posso gostar e não querer mais voltar.

Que Deus me ajude amanhã.

L.

terça-feira, 22 de abril de 2008

I'm back

Ouvindo Ricky Martin e me readaptando ao escuro do meu quarto. Ufs! Tô de volta. Feriadón acabando e eu constatando uma coisa: meu blog tá bombando! hahahahahahha I like that! Acabei de ler o livro da Lya Luft, mais baixo astral impossível. Depois eu conto. Aliás, depois esrevo com calma, pois ainda tenho mais um dia de vida boa em casa. Agora, deixa só eu adiantar uma coisa pra vcs: o mau do urubu é achar que o boi tá morto. E outra: o momento de ser feliz é agora. Beijos e inté. L.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Feriadão

Hahahahaha

Nego foi no orkut indignado dizer que a Melancia é bonita sim e é um ser humano! rsrsrs Ah, me poupem, né? E por isso eu não posso dizer que aquele bundão escultural foi criado no Photoshop? Ah, tá bom! Eu também sou ser humano e linda, então, empatamos. Ela tem mais bunda, fato. Mas eu... eu acabei com o reinado dela no meu território com aquilo em que provavelmente eu tenho mais que ela: sabedoria. Ja falei: aqui mando eu.

Melhor de tudo é saber que ele saiu contando pra todo mundo que EU dei a revista pra ele, tipo “ela é louca, mas é o máximo e que outra faria isso?”.

Bom, passei bem rápido, só pra me despedir de vcs. Tô indo viajar, curtir uma chuvinha longe do Rio. A previsão deu chuva, mas tô nem aí. Só quero descansar a mente, olhar pro mar batendo lá no infinito, onde moram os sonhos... Xiii... a viagem começou! Rsrs

Tô indo nessa, povo!

Cuidem-se.

Amem-se.

Usem camisinha.

Bebam com moderação.

Ah, só pra que morram de curiosidade nesses 5 dias de feriado: em breve terei uma notícia fantástica pra dividir!

Beijos e até a volta.

Bolo de Aniversário Sabor Manga


Que eu sou ciumenta, todos já sabem. Que eu sou ciumenta possessivo-obsessiva, louca, mimada, atacada e barraqueira, isso também não é novidade pra ninguém. Interroguem qualquer ex-namorado meu, aqueles dos mais de quatro anos e terão vaga noção do que eu sou (ou era) capaz por causa de um sentimento que parecia ser amor. Bom, na época era, né? Ou pelo menos eu achava que varrer do mundo tudo que se aproximasse do meu amado era a coisa mais natural vinda de alguém que amava tão... intensamente, vamos dizer assim.

Já fiz o diabo com eles. E com elas também. Mas com eles a coisa sempre ficava pior, até porque, mulher quando não mata a infeliz da rival, especialmente se for ex, descobre tanta coisa em comum (inclusive os galhos que ambas colocaram e do mesmo jeitinho), que acabam relevando a enxurrada de vagabundas e piranhas que tiveram que ouvir uma da outra. Enfim, com o cidadão, o pobrezinho do namorado, eu já fiz pedir pra sair, no melhor estilo Capitão Nascimento. Não riam, não! O assunto é dos mais sérios. Mas homem é bicho de goiaba mesmo, não sai nem pelo cacete. Não vou entrar em detalhes aqui, pois poderia expô-los demais, e até porque, eu sou a dona da história e estas não quero dividir com mais pessoas do que as que as viveram comigo.

E com elas, coitadas... algumas pagaram sem nem mesmo ter culpa. Não interessa! Respirou? É vagabunda. Sim, reconheço que algumas julguei, condenei e enforquei como bruxas da Inquisição sem ao menos perguntar “conhece ele de onde?”. Nada. Saía passando o facão. Mas a maioria era da pior espécie: a dissimulada. O-d-e-i-o mulher dissimulada. “Eu? Seu namorado? Que isso...” ainda fazendo aquela carinha de “oh, onde estou?”. Se a raiva já era grande, torna-se maior quando a cretina não bate no peito e assume que fez, fez mesmo e daí?. Acho que se algum dia alguém me disser isso, ficarei sem ação, pois elas nunca, nunca mesmo admitem que deram mole ou que simplesmente foram cantadas. Aí elas pedem pra quê, minha gente? Ah, pedem pra levar uma sacudida na idéia!

Acontece meus caros, e graças a Deus por isso, que as coisas e pessoas mudam. Custou, mas veio. A paciência, sabedoria e tolerância pra entender que todos os homens, sem exceção nascem idiotas. Desculpem-me meus leitores, mas mesmo não tendo namorado com 99,9% de vocês, digo todos mesmo. E podem perguntar as suas atuais e principalmente as ex se elas não concordam comigo. O que difere um homem idiota moleque de um idiota sábio é a capacidade de fazer com que sua mulher se sinta uma rainha e jamais desconfie das traições. E porque o homem sábio continua sendo considerado idiota?, vcs estão querendo me perguntar. E eu lhes digo com todo o prazer que posso extrair de minha alma feminina neste momento: porque só alguém idiota é suficientemente capaz de achar que engana uma mulher e passará despercebido ou impune. O idiota sábio apenas tem a vantagem de, possivelmente, também não ser corno público, já que respeita sua mulher e não permite que ela sofra ao descobrir seus “casinhos”. Mas cá entre nós, meninos: hihihi... isso não significa que não façam o mesmo. :-)

Bem, minha intenção não era encher-lhes a cabeça de... dúvidas. Queria contar sobre a evolução do meu ciúme, que de infantil se tornou inteligente.

Um doce de abóbora pra quem adivinhar quem é a mulher-sensação, desejo do momento de 12 entre 10 homens heteros cariocas.

Dou-lhe uma...

Dou-lhe duas...

Ahá! Mataram a charada né? E eu sei por que vcs mataram rápido: quem não a deseja, a inveja. E com meu noivo não seria diferente. Infelizmente.

Um belo dia foi anunciado que a ex-integrante da dupla de dançarinas do MC Créu, com duvidosos 1,21 cm de quadris, sairia peladona na Playboy, e que a mulher era algo de tão fantástico, fabuloso e inimaginável, que ganharia uma edição especial só pra ela. Jogue a primeira pedra, a despeitada que não ficou com o corpo tomado pela inveja. E depois, sorria disfarçadamente o primeiro sem vergonha que não daria um braço pra pegar naquele exagero de bunda. Assim como ele. Rrrggghhhh!!!!

Especulação pra cá, jogada de marketing pra lá e finalmente a Playboy, Edição Especial Paixão Nacional foi lançada. Não, não foi lançada. A comida foi jogada aos famintos e uma bofetada foi dada nas criaturas com auto-estima baixa. Desci do ônibus e ao atravessar a rua, não pude deixar de reparar as diversas aglomerações em torno das bancas de jornal, inclusive a que atrapalhava a minha passagem. Da mesma forma não pude deixar de espiar o que de tão interessante acontecia ali, acreditando que fosse a manchete que finalmente diria que a dengue foi erradicada do estado. Hunf!, ledo engano. Lá estava ela, com um fio cinza separando uma banda e outra, um sorriso meio babacão no rosto e A Bunda, rainha de todos os tchans do país.

Segui pro trabalho assim meio zonza com a pancada, justamente numa semana de briga com o amado, no dia em que a calça não queria fechar e não havia blusa que disfarçasse o excesso nas laterais. De noite, nem sonhei em comentar “aquilo”. Vai que o feitiço vira contra o feiticeiro? Se ele não sabia que aquela coisa estava lá me afrontando, então tanto melhor que não soubesse, ainda mais por mim. E pra piorar a situação: dali a uma semana e meia seria aniversário dele. Sair pra jantar? Engorda. Festa? Engorda. Noite de amor? Tô gooooordaaaaaaaa!!!

Pensei, pensei e pensei.

A idade, além de todas as rugas, cabelos brancos e celulites em dobro, me trouxe também uma maior criatividade, um entendimento profundo de que nem só com paus se faz uma canoa. Dê-me um papel de bala e mostro um bote inflável! Daí tive a mais genial de todas as minhas mais geniais idéias. Não, não era só genial. Também era uma bomba relógio, que poderia explodir no meu colo e ter efeito contrário. Mas, pensando bem, se eu o conheço e mais ainda, se me conheço e me chamo Lucille, não há como dar errado.

Dia do aniversário foi chegando... Perguntei uma semana antes “moço, essa... coisa ainda vai estar aí semana que vem?”. Ele me olhou com uma ponta de alegria e disparou um “Claro” tão sincero e feliz, que eu tive vontade de tacar fogo no ganha-pão dele. A semana transcorreu complicadérrima, o que já estava ruim ficou assim péssimo e o mundo ameaçou desabar sobre minha cabeça. Fui forte até o fim e no dia do aniversário, lá fui eu comprar o presente do amado.

Deixem-me desabafar. Não sei como fiz, não foi bom nem ruim. Tive uma coragem danada, pois venci a mim mesma, a minha insegurança e meus medos bobos. Fui, digamos, audaciosa.

Quando entrei no estabelecimento e pedi o produto, não tive noção da reação que estava causando no moço, já um senhor de seus 50 anos. Estava um sol forte lá fora e eu de óculos escuros, sainha, camisetinha regata e chinelo, assim bem despojada, mas a cara estava fechada por ter saído pra dançar na noite anterior e ter sido acordada pela sogra de madrugada, tipo 12:00h pra ir cantar parabéns. Então, quando saí com minha sacolinha debaixo do braço, deixei o moço com uma cara esquisita, como se pensasse “Lá vai mais uma sapata se divertir sozinha com tanto homem por aí. Esse mundo ta perdido, meu Deus...”

Cheguei lá, todo mundo fez festa, aquela coisa boa, muito beijo, muito abraço, aquele beijo e aquele abraço que me bambearam as pernas e a bomba lá, só tiquetaqueando no meu ouvido. Pensei “na frente de todo mundo ou no reservado?”, todas as dúvidas do mundo começaram a surgir ali naquela hora. Justo agora?! Fui tão decidida, tão certa e agora...

Todo mundo na cozinha, ainda na algazarra da minha chegada. Mente fria e ágil, saquei a sacolinha e estendi pra ele: “desculpa não embrulhar direito, não tinha papel de presente”.

Momento de tensão enquanto ele pegava a sacolinha e espiava pra ver o conteúdo, já que não parecia nada com a tradicional camisa.

Ele olhou, me olhou e desatou numa gargalhada profunda e sem fim.

:-) Alvo 1: atingido com sucesso. – Ele gostou.

Daí a casa inteira acompanhou a gargalhada e ele chamou o pai preto pra ver e ambos com cara de “posso?” felizes da vida.

:-) Alvo 2: atingido com sucesso. – Todos gostaram.

Fomos almoçar e eu ansiosa pra ele abrir o presente logo, queria exterminar meus fantasmas logo. E ele nada... Eis que um amigo liga. Não parecia, mas ele ficou tão...hum... animado com presente, que só com o amigo foi se abrir sobre como estava se sentindo naquele momento: “Léo, eu tenho a melhor mulher do mundo!”. Do outro lado da linha o amigo deve ter dado aquele sorriso amarelo, pois ele não concorda com isso, haja visto que ele já foi uma das vítimas da minha fúria assassina de outrora. E então ele continuou a história: “Ela me deu a Playboy da Mulher Melancia!!!”. Várias risadas do outro lado, uma mega inveja transbordante, pois tenho certeza que a mulher perfeitamente sensata dele jamais faria isso. E o tiro: “É, eu tenho a melhor mulher do mundo mesmo”.

:-) Alvo 3: atingido com sucesso. – Ele ficou feliz, orgulhoso e surpreso comigo.

Lá estava ela: a revista com aquela mega monstruosa bunda, ainda me afrontando, mas não mais me botando medo. Gorda? Espere só até eu terminar, falei pra ela. Meu sogro afobado, sentou do lado e ambos viram as fotos. Uma interminável sessão de “Oh, caramba, eita” e outras interjeições de quem nunca viu uma bunda. Acabamos de almoçar e eu pedi “ainda não vi, abri aí pra gente ver”. Fui encarar a bomba, matar nos peitos e chutar pra gol ou deixar que explodisse no meu colo. Logo de cara, um Senhor Photoshop pra apagar as estrias, levou junto a tatuagem. Minha vez de dizer “Oh”. Vcs aí, caros e honestos leitores, acreditam que uma bunda de 121 cm não tenha sequer meia celulite?! Acreditam? Pois é, foi o que tentou fazer crer o editor da revista. Foto de rosto? Não... não valia a pena. E olha que não é só maldade, é que ela tem até um rostinho bacana, passaria batido na noite caso um cara não muito exigente fosse pegar, mas daí a dizer que é lindo, seria demais. Apenas os seios, justiça seja feita, se não forem plastificados, são bem bonitos. E eu senti que do meu lado ia constatando a cada foto, sendo ele mesmo um mestre de edições e efeitos especiais, que aquilo não passava de uma grande aula de Photoshop. Pra piorar, a foto de nu frontal tinha, como vou explicar, uma alface desfolhada, se batesse um vento, as bandeirolas balançavam. E o tiro de misericórdia veio na foto seguinte: o editor simplesmente conseguiu torná-la virgem novamente, cada metade estava no seu devido lugar.

:-) Alvo 4: atingido com sucesso. – Era tudo fake.

Muitas horas se passaram. Intermináveis horas. E finalmente a casa silenciou. Aqui no mundo das alfaces de Photoshop, há lugar apenas pra uma rainha, e esta será aquela que além da melancia, souber dar não uma fruta, mas o horti-fruti inteiro ao homem que ama. Sem medo e com inteligência. Venci.

:-) Alvo 4: atingido com sucesso. – Já veio abacate, maracujá velho e até kiwi seco. Mas o bolo de aniversário saiu com gostinho de manga rosa cultivada no quintal de casa. Aqui mando eu.

Para vocês, ladies, fica a dica: não tenham medo. Ousem. Abusem do seu poder criativo. Se ele não aproveitar, gira a catraca.

Para vocês, meninos, aprendam a dar valor ao que nasce de dentro pra fora. Deixem-se surpreender, criem situações, sejam receptivos. E doem-se também! Elas não são de ferro, tem que ter um bombeirão de vez em quando...

Maravilhoso feriadão a todos!

L.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Só o amor liberta - parte 2

Estou super gripada, doente mesmo. Deitada há dois dias, com uma febre que chegou a 40º e me sacudiu o corpo todo, como uma convulsão. Quando passou, me senti saindo de uma montanha-russa.

Queria escrever, mas o corpo dói ainda e a mente não trabalha direito. Resolvi ler. Comprei um livro da Lya Luft, há tempos queria ler algo dela, e finalmente tenho nas mãos o livro “O silêncio dos amantes”. São pequenas histórias sobre palavras não ditas, sentimentos silenciosos e outras emoções profundas, que só quem ama é capaz de sentir. Logo na primeira história, fui tomada por uma saudade inexplicável. Saudade de um menino, de um amor que preenche meus dias e é uma das fontes de força pra continuar a viver.

Fui lá nos fotologs antigos e achei alguns textos que resumem um pouco desse amor.

*-*

Postado por **Lucille** em 10/01/2006 04:05

SEU SORRISO VALE QUALQUER SACRIFÍCIO

Oi povo. Hoje tô cansada demais pra pensar em algum texto que faça sentido. Aliás, nunca fazem sentido! rs* Deixem-me só desabafar...

Ser Tia e Madrinha é uma responsabilidade sem precedentes pra mim. Tem hora que dá vontade de chutar o balde e deixar mãe e pai dar o jeito.

Hoje, por exemplo, um Sol lindo lá fora e eu aguardando atendimento na emergência do hospital pediátrico. “Mãe, é virose mesmo, tá?” a médica me disse. Bom, isso eu já sabia, pois ontem na madruga, outro médico, em outra emergência de outro hospital, já havia dito. E nem me dei ao trabalho de desfazer o engano: não, doutora, eu não sou mãe. Sou apenas uma tia preocupada com essa febre que não cessa há 2 dias. O pior é suportar quase 20 Kg no muque, sem dormir direito e sem nada no estômago. “Tia, me dá um colinho”. Não, isso não é pior. “Vem me buscar no hospital”. “Agora?” Se eu não estivesse tão cansada, responderia “Não, filho da p#!@, amanhã!” mas o Saraiva que habita em mim estava fraco demais pra isso.

Almocei às 5h da tarde, o remédio de 12h as 5:30h, não consegui levar meus currículos na cidade, entre outros. E toma-lhe febre de 37º, 38º! E eu não posso descansar, tenho que domar a danada com 14 gotas de Dipirona. Venci. Pelo menos hoje.

Às 22h, enfim, depois do banho e do pão de queijo que só a tia sabe fazer, digo, botar no forno, rs*, tudo passa a fazer sentido. “Vou dormir com a minha tia”, ele se deita sobre meu braço e se aninha no meu peito. “Boa noite, tia” – “Boa noite, amor. Dorme com Deus” – “Tá” já de olhos fechados. “Deus te abençoe, meu amor” - “Deus te abençoe, tia”. Aí sim, o dia fez sentido. E eu pensei, meu Deus, faria tudo novamente...

*-*

Postado por Lucille em 24/07/2006 15:48

“SAUDADE, AMOR, QUE SAUDADE... QUE ME VIRA PELO AVESSO...”

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..

Sabe aquele aperto no peito que dá toda vez que sua mente teima em voltar no tempo? Se chama saudade. Palavra que só existe na Língua Portuguesa brasileira, mas que qualquer ser vivente nesse mundo sabe o que significa. Porque já sentiu...

Um dia, um senhor de 77 anos me disse que sentia saudade da vida. Vendo a minha expressão interrogativa, acusando que não eu entendia como alguém vivo poderia sentir saudade da vida, apressou-se em me explicar. Ele sentia saudade de ter o tempo nas mãos, e agora, o tempo é o que tinha nas mãos. Saudades de sentir que nunca iria acabar. E naquele momento eu senti vontade de acreditar que de fato, nunca pudesse acabar, pois se era assim, eu também sentia saudade da vida.

E as saudades, de tudo e de todos, escolhem a pior hora pra aparecer. Às vezes vêm acompanhadas de uma lágrima furtiva, porque saudade de verdade, dói e é profunda a ponto de provar que, por mais forte que alguém seja, sempre haverá o momento de admitir-se fraco a certas lembranças. Quem nunca chorou no meio da pista de dança quando tocou “aquela” música? Quem nunca chorou com a lembrança da infância? Quem nunca desejou do fundo da alma ter uma única chance de voltar no tempo?

Não que isso seja ruim. Lembranças boas também levam as lágrimas... Meu pai saía e me deixava dormindo em casa. Eu acordava, olhava em todos os cantos, não o via e desatava num choro desenfreado como quem corta o dedo na faca afiada. Chorava, mesmo sabendo que a porta estava aberta. Chorava, mesmo sabendo que a casa confortável da vó estava há alguns passos de distância. Chorava, mesmo sabendo que ele não demoraria a chegar. Chorava porque solidão de pai é algo que deve ser chorado, simplesmente. E em minutos, lá estava ele, me pondo no colo, afagando a cabeça pra acalmar a alma e dizendo melodiosamente as palavrinhas mágicas “Papai tá aqui”. E lá se vão 20 anos...

Domingo vi um pôr do Sol como não via há muito. Solene. Fiquei observando-o baixar por detrás do morro do Sumaré e sentindo muita saudade dos domingos ensolarados como havia sido aquele. Domingos na beira da praia, comendo trilha... No aterro do Flamengo, soltando pipa com meu irmão... Na varanda arredondada, olhando a cidade do alto. E assim o Sol baixou, levando a solitária lágrima que teimosamente correra, de saudade de todos os momentos felizes da vida. Imediatamente, ouvi um grito de longe “Tiaaaaa! Tem um dente-de-leão aqui, ó!” Sorri e dei uma última espiada no Sol, que já ia sumindo no Sumaré, e corri pra ver o espetáculo dos dentes-de-leão que voam com um assopro, certa de que um dia, olharia novamente para o Sol e sentiria saudade da inocência desse momento feliz.

*-*

Postado por **Lucille** em 24/11/2005 00:14

"PODEMOS SORRIR, NADA MAIS NOS IMPEDE" by Fundo de Quintal

Sábado, Barra da Tijuca. “Mr. Cool” rolando no rádio e o meio metro sentado no meu colo começa a dançar. Ele nunca tinha gostado de hip hop e lá estava, se sacudindo ao som de Tamia. Babona, chorei de alegria.

*-*

Postado por Lucille em 01/05/2006 19:03

SEU SORRISO É RAZÃO DO MEU VIVER. PARABÉNS, DANIEL!!!

Conforme prometido, eis o post da semana, o mais bonito e carinhoso de todos.

Algumas pessoas entram em nossas vidas no susto, e as vezes até enfrentam resistência. Mas o tempo mostra que, não importa como, nem por que, elas são fundamentais em nossa existência.

Há 4 anos eu tinha quase tudo o que queria, mas não amava, e conseqüentemente, vivia querendo mais, nunca estava satisfeita. Tinha casa, comida, saúde, família, trabalhava, estudava e namorava. O ser humano é insatisfeito por natureza e comigo não era diferente. Acredito também que seja coisa da idade, quanto mais novos, mais temos a certeza de que podemos tudo e sempre queremos tudo. A idade traz a dúvida e a dúvida mostra que tudo é o que já temos.

Quando descobri que seria tia, palavra tão pesada pra alguém que só tinha 21 anos, só pensava no que aconteceria a mim quando ele chegasse. O que eu perderia? A condição de única a ser mimada, noites de sono com choro de criança, dinheiro, atenção. A idéia, de início, não me agradou. Meu irmão, tão jovem e irresponsável, já pai. Problema dele, ele que se vire, porque a minha participação será mínima. Quanta previsão errada, hein? rs

Numa quinta-feira, 8h da noite, ele meteu o pé na porta da minha vida, e sem pedir licença, passou a fazer parte dela. Primeiro a alegria, depois o medo. Nesse momento comecei a compreender o que aquele nascimento representaria na minha vida. E se, meu Deus, eu não fosse capaz de ajudar ao meu próprio sobrinho? E se eu faltasse? E se...? Quando o vi pela primeira vez, tão dorminhoco e cabeludo, fiquei muda. Toquei as mãozinhas brancas e as palavras morreram no silêncio de um amor que ali começava, um amor que meu coração nunca havia conhecido, tão profundo e sincero.

Quatro anos se vão desde aquele 2 de maio, e esse amor não é só o sentimento de pessoas da mesma família, mas sim um laço entre duas vidas, que solidificou-se pelo respeito e confiança que temos um pelo outro.

Hoje, ser tia é a coisa mais gostosa que me acontece. Na dor, na alegria, nada é tão reconfortante quanto ouvir essa palavrinha mágica “Tia”. Aquece o coração, acalma o espírito e alegra a vida. Só fica pesado quando a saúde falha. Parece que tudo fica cinza quando a danada da bronquite ataca, fruto do péssimo aleitamento. E aí, é hora da Madrinha entrar em ação: a cada 5 minutos envio pedidos à Deus e Santa Luzia, a quem o consagrei.

Taurino, 1,05 metro, menino. Canceriana, 1,68 metro, mulher. Tão diferentes e ao mesmo tempo tão parecidos, ciumentos, abusados, sem freio na língua, 100% atitude, 0% arrependimento. Se estamos de bom humor, abraçamos o mundo. Mas se o ovo amanhece virado, é bom manter distância. Gostamos de quem nos faz rir. E adoramos ter a última palavra em tudo. E o carrego na carteira e ele me carrega no caderninho da creche. rs

E se agora, alguém me perguntar o que me falta pra ser feliz, a reposta é simples: nada. Cada dia desses últimos 4 anos me mostrou que só com os olhos da simplicidade é que vemos a real beleza da vida. E a beleza da minha vida, é um sorriso que hoje, completa 4 anos.

***

Chuchu: Obrigada por me fazer sorrir quando eu penso em chorar e por me fazer chorar de alegria. Nunca se esqueça de que a sua felicidade é a minha também, e o que quer que vc faça, terá meu apoio. Se um dia eu faltar, guarde com vc a lembrança do meu beijo de boa noite, ele leva todo o meu amor e minha benção. Parabéns, filhotinho!!!

***

Festa do Bob Esponja sábado: R$200,00

Bolo do Bob Esponja: R$50,00

A cara de satisfação do aniversariante depois da festa: NÃO TEM PREÇO!

Ótima semana pra gente!

*-*

Espero que todos tenham ou venham a sentir um dia o poder curativo do amor.

Quando a febre passar, voltarei com o mais sensacional dos textos. Prometo!

L.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Só o amor liberta


Fim de semana que chama. Chama tudo que estiver rodando ao redor.

Acredito firmemente no poder da energia humana, pro bem e pro mal. Tenho certeza de que se eu mentalizar um inimigo tendo o pior dos castigos agora, ele realmente o terá, cedo ou tarde. Assim como procuro o máximo que posso desejar luz e felicidade até pra quem eu sei que me quer mal.

Sempre. Ou quase sempre.

As vezes não consigo, admito. Em alguns momentos de tensão extrema, a coisa foge do meu controle e eu me vejo sendo nascedouro de uma força negativa monstruosa, que me consome, machuca demais e quando sai, atinge o alvo com tamanha precisão, que sempre espirra em mim.

Sábado foi o dia da libertação. Peguei o meu saquinho de pó mágico, e fiz a minha noite ser maravilhosa. Ninguém me perturbou, nada me entristeceu. Há uma diferença quando vc se mostra bem pras pessoas e também pra ninguém fazer pergunta, e quando vc de fato está bem. Eu não estava 100% feliz, mas estava bem, obrigada. Dancei tudo, me equilibrei no salto 15, eu e minha amiga sombra prateada, me banhando de purpurina a todo momento, sacudindo os cabelos e os quadris em praticamente todas as músicas. Pausa pra ir ao banheiro? Nem pra fazer xixi! Só pra secadinha básica no rosto e vamos que vamos.

Loo do meu lado, a outra metade do “casal”, o namorado dela e alguns conhecidos, foi o que me bastou pra eu ser eleita a rainha absoluta da noite. Por mim mesma! rsrs

“Ela não é o tipo de mulher que dá confiança pra qualquer um.”

Minha fama me precede.

Preciso comentar uma coisa aqui, é provável que a dona da história me leia, já que eu represento uma “ameaça” pra ela. Menina, tudo na vida tem seu tempo e seu responsável. Sua felicidade é ele? Não! Sua felicidade é vc. Vc determina quem entra ou sai da sua vida, vc é a dona do nariz. Um dia, muito lá atrás mesmo, eu o quis assim como vc quer hoje, mas graças a Deus passou. Hoje ele não passa de um amigo. Talvez seja seu ideal de homem, mas não o meu. Acho que sou a mulher que vc menos precisa se preocupar. Respeito e entendo seu sentimento, porém te acho tão bonita, tão cheia de vida... será que vale a pena perder noites maravilhosas como a de sábado, entre lágrimas, por alguém que usa essa água dos seus olhos pra lavar a calçada de casa? Pense bem, veja se seu bem estar vale isso. Particularmente, acho que não. Então, se cabe uma dica: bota aquele shortinho safado de sábado, uma sandalinha de salto 15, me liga e vamos pra pista! Hahahahaha Eles só merecem ver nossa foto ao lado do médico, do bombeiro e demais...hum... artistas do Dito & Feito. Muitos e muitos beijos.

Eu não sei o quanto dancei, nem como, só sei que dia seguinte, o corpo era só dor. A cintura, então... ui... Era disso que eu precisava: uma surra de alegria! Dancei, só dancei e mais nada. Mentirinha, também fiquei rindo da cara do pessoal que vinha “tentar” interromper Las Divas dançando. Heheheh

Pára tudo! A cena: eu e Loo dançando, um rapaz pára me de lado e fica olhando. Até aí normal, acontece sempre. A revolta: seguido de um tapa no braço, o grito “perdeu alguma coisa aí?!?!”. E eu: huahauhauhuahuhauhauhauha... claro que não na frente dela, porque mulher ciumenta em guerra com namorado safado é coisa que a gente deve se manter bem longe! rsrs Puro conhecimento de causa. J

E falando em dia seguinte... mundo se acabando e eu deitada eternamente em berço esplêndido, ao som dos anjos do sono com suas flautas doces que não deixam a gente levantar por nada. Por fim, acordei com minha ex-sogra pagando esporro porque eu não queria atende-la. Calmaí, minha flor... eu tava dormindo. Aliás, minha ex-sogra é bacana, mesmo com todos os problemas que as mães carregam, tipo a cobertura. Mas no geral, conseguiu ser uma das melhores. Aí lá fui eu atender um pedido-ordem dela. Vem se não eu mando Ogum de buscar. rsrs

Apesar da festa que foi a minha chegada (sacrificante) lá, a tarde foi assim: senta aí e veja filme repetido, com 10 mil pausas. Aaaahhhhh, vai cagar! Saí da caixa-prego pra isso? Fui dormir, terminar de recarregar as baterias, mas quem disse que eu consegui? Isso porque não tinha muita gente na casa... Desisti do sono e fui bancar a feliz. Fingir estar feliz deve ser mais fácil. Engolir os sapos pra ficar feliz e fazer alguém feliz é muito cansativo e dolorido.

O diálogo:

_ Vc ta muito quieta. O que foi?

_ Nada...

_ Tem certeza? Vc não é quieta assim... Tá muito séria.

_ ...

_ Tia Lucille?

_ Oi.

_ Vc comprou essa boneca pensando em mim?

_ Comprei...

_ Vc acha que ela é minha cara?

_ Achei, sim. Porque, vc não gostou?

_ Não. Mais ou menos.

_ ...

_ Mas vc é a melhor madrasta do mundo!

Deus deveria me avisar quando fosse fazer essas coisas. Primeiro pra eu ter tempo de segurar a onda e não chorar. E também pra eu gravar, e depois mostrar pra dois adultos frustrados e infelizes, que pensam somente no próprio umbigo, o quão poderoso é o amor.

Não sei se eu dou o suficiente pra receber isso tudo, mas agradeço demais ou meu Deus, pelo perdão e pela massagem na alma. Com certeza apenas de uma coisa: amor faz bem a quem dá, muito mais do que a quem recebe.

Seguir pela Av. Brasil e depois viajar de metrô da Pavuna até o Centro, segunda-feira pela manhã: exercício profundo de paciência e amor ao próximo.

E no fim das contas, cá estou, mantendo o equilíbrio entre a ansiedade e a tristeza. Não... tristeza, não. Como eu disse pra amiga ali em cima: não vale a pena.

Quer saber? Algumas coisas começam a melhorar... aos pouquinhos... mas com intensa sabedoria da vida.

Blog que eu achei: http://lady-phoenix.blogspot.com/2007_04_01_archive.html - Minha cara.

Ah, Fê! Tô começando a concordar com vc... rsrs RH, menina... RH! Hahahaha

Zilhões de beijos, comemorativos, fantásticos, dançantes e mais que tudo: surpresos! Hehehehe

L.