segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Último

Deu o que falar o post passado, hein? Minhas aventuras, minhas histórias. Tudo meu. Não divido minhas impressões da vida. Por isso são minhas. Se fosse contado por outra pessoa, não seria minha vida. Paz. Mas se não der, então... que o mundo se acabe num dia de Sol pra eu morrer bronzeadinha! rsrs Pra sempre, L.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Retrô 2007

Começou da mais maravilhosa forma que um ano poderia começar. Amor nas areias finas de Cabo Frio, Smirnoff Ice, Sol... Janeiro passou com a sensação de que, finalmente, tudo ficaria no lugar.

Infelizmente, não foi bem assim. Apenas uma sensação, nada mais. Fevereiro veio quente, triste, dolorido, mais do mesmo. Coisa mais fácil na minha vida é me iludir com as pessoas. Todo mundo é amigo, todo mundo é legal. Tomei um tombo de uma escadaria, caí de joelho. Vi que homem nenhum nesse mundo é capaz de ser honesto, verdadeiro e homem no real sentido da palavra. Nos frascos mais humildes é que se encontram os perfumes mais podres.

Quase desci do salto, muito quase mesmo. Eu e minha garrafinha de Ice na mão, a dor dilacerando o peito, mas fui forte o bastante pra segurar nas rédeas desse cavalo selvagem que é minha vontade de chacinar quem me magoa. Segurei a onda, chorei sozinha, dias a fio. Talvez seja burrice aguda, mas mesmo humilhada, defendi a pessoa que me machucou. Como pode? Deveria me orgulhar desse ato de compaixão pelo próximo? Não. Apenas segui o coração. Nasci mulher, muito melhor do que qualquer criatura que se ache auto-suficiente e boa o bastante pra ter tudo e todos aos seus pés. O verdadeiro homem é aquele que coleciona felicidades com uma mesma mulher. Aquele que semeia mágoa em muitas pessoas, não passa de um perfeito moleque.

E lá se foi março, pesado. Na seqüência de confusão, lágrimas e fofocas, foi um mês de passar remédio nas feridas. Algumas não saravam por nada. Novas se abriam. Em paralelo, trabalho, família e faculdade tiveram peso fundamental na cicatrização.

Em abril, a revolta. Um pai que usa uma menina de cinco anos como escudo, que jura pelo sangue da própria cria, mentirosamente, e eu, outra vez, levando tombo. Quer saber? Joguei tudo pro alto! Fui à casa das mulheres independentes, vi que todas estavam felizes, me juntei a elas e curti um mês inteirinho de festa. Rodrigo, o mesmo homem que ano passado havia sido motivo de lágrimas, agora era motivo de gargalhadas profundas. Novamente. Naquela sexta-feira em que o ex (sim, virou ex!) foi ao cinema com a “amiga”, eu vi a Lua se transformar em Sol, o mar arrebentar nas areias da Reserva e só não vi mais, porque o teor alcoólico no meu sangue não permitiu ver mais nada. :-D Lembro que vi uma mulher bonita no espelho. Muito, muito bonita. E ela me disse assim “Ei, esses olhos não foram feitos pra derramar lágrimas. Seus olhos merecem ficar fechados, enquanto você é delicadamente amada”. Segui o conselho dela, deixei as coisas acontecerem.

Quando me dei conta, estava novamente cercada de amigas, gargalhando alto, passando brilho nos lábios, bebendo piña colada e desejando que aquele momento não acabasse nunca. Casamento da amiga Dany, momento histórico de 2007. Noite fabulosa.

Aliás, devo abrir um parêntese pra citar todas elas: Dany, Sanny e Catia. No meio das tempestades, no meio da noite, no celular, no e-mail, no MSN e ao vivo, todas comigo, ajudando a passar os momentos difíceis e compartilhando os dias bons. E de longe, muito longe, Fernanda, a irmã, mãe, amiga, Thelma da minha vida. Loo, meu grudinho, extensão de mim, dançando, chorando, conspirando.

Nos meses seguintes, a montanha-russa ficou enlouquecida: dias no céu, horas no inferno. Aniversário no Viaduto de Madureira: perfeito. Momentos mágicos, dos quais nunca abrirei mão: amigas e amigos, camiseta pingando suor de tanto dançar e abraços apertados de quem me quer bem.

Até meu aniversário, algumas coisas ficaram muito evidentes pra mim, como por exemplo: prostitutas são mulheres que ganham dinheiro em troca de sexo e merecem respeito. Vagabundas de baile são meninas que se acham o biscoito premiado do pacote, são comidas e usadas por todos, mal faladas e ainda assim acham que são o máximo do mundo. Sinto pena. Infelicidade pouca é bobagem. É o que me leva a pensar duas coisas: 1º antes só que mal acompanhada, reclamo de não ter uma pessoa legal e honesta, mas certamente é melhor do que arrumar um grande amor por semana e virar lanchinho de pista black. 2º é maravilhoso ter a amizade masculina, sempre fico sabendo o que eles pensam e fazem! rsrs Aí eu penso, algumas pessoas vieram ao mundo pra unir e outras se orgulham de semear discórdia. Muita, muita pena. E o que mais me intriga: se tanto fala de mim – até hoje – acho que ou quer me dar ou eu sou tão boa que desperto admiração até em quem diz que não gosta de mim. Aliás, inveja e admiração são irmãs e andam juntas. Velha? Maluca? Insegura? rsrs Pode apostar que sim. Mas o que a novinha não daria pra estar no meu lugar durante cinco anos no coração do negão careca? É... por isso que eu digo, não vim ao mundo a passeio. Quem não pode ser eu, ou me ama ou tenta me difamar, e, não obtendo sucesso, tem que se contentar em me ver colecionar olhares e suspiros por onde quer que eu passe. E elas não sabem, mas elas que fazem meu palco, onde brilho e seduzo. Mas, ssshhhh, elas não podem saber disso, se não param de levar meu nome pelos quatro cantos do mundo, aí caio no esquecimento. I like that! :-D

Aquela mulher do espelho voltou pra me lembrar que eu estava me entregando de novo. Então deixei “a luz do céu entrar”. Gosto dessa música, é evangélica. Anderson chegou bem de mansinho e ao mesmo tempo sem me dar tempo de reagir. Esse ano foi o ano da ressurreição. Mais uma pessoa lá de 2004, que nunca foi em definitivo, nunca me abandonou, e que voltava pra me tirar do estado de tristeza crônica. Celular nunca parava com bateria, horas e horas de ligação, dia, noite, madrugada. Caixa de e-mail a pleno vapor, com aquelas conhecidas mensagens, assim bem meigas e carinhosas “ô gorila, dá pra parar de macaquice?!” rsrs Nada de declaração via e-mail ou MSN, tudo atitude, palavras com som, olho no olho. Fez com que eu me sentisse realmente imatura, apesar de ser apenas um ano mais nova. Acontece que as pessoas têm diversas experiências na vida, algumas aprendem com elas, outras não. Dali a pouco eu estava sentada na sala, vendo DVD, comendo pavê de sorvete e esquecendo de todo o sofrimento do ano. Sofrer? Quem? Eu? Maravilhoso e inesquecível domingo. Dona Beth e Lolô, meu carinho eterno. Mas justamente eu, que tanto penei com uma pessoa sem caráter do lado, não poderia cair no mesmo erro. Encerrei o capítulo antes de fazer sofrer. Melhor assim.

Tomei outra porrada, mas dessa vez, de amigo. Mentira entre nós? Não poderia haver nunca. A pessoa que atravessou tanta coisa do meu lado, fazendo de tudo pra me arrancar uma gargalhada até no meio das lágrimas, estava justamente me fazendo chorar. Fui magoada, mas acabei magoando também. Reagi tão ferozmente a um primeiro erro, que não vi o tamanho da nossa amizade pra se acabar assim, numa escorregada. Ok, foi uma senhora escorregada, afinal, como ele vai mentir justamente pra amiga que ele vê o quanto sofre com mentiras? Cabeção! Mas o amor a tudo supera, né? rsrs E cá estamos nós, rindo de tudo e de todos, inclusive de nós mesmos, o que é melhor ainda!

No meio do curso de Administração, a cada nota boa a certeza de estar no caminho certo. É isso que eu quero, o que vai me fazer feliz plenamente. Foi o ano da confirmação acadêmica, da superação. Ir pra faculdade fazer prova e faltando 10 minutos pra começar a prova, receber aquela “ajuda” de alguém que se “importa” muito com meu sucesso e mesmo abalada, gabaritar a prova da matéria mais difícil. Essa sou eu: vencedora.

O trabalho me tira o sono, a fome, a disposição. Mas me dá uma bagagem de vida fenomenal. Cada dia é único, e preciso estar atenta pra não perder nada. Cada pessoa é uma experiência, cada erro e cada acerto, tudo forma a profissional que pretendo ser. Eles não sabem, mas aqueles 2.000 colegas de trabalho são parte da minha vida, são parte do meu desafio. Aprendi tanta coisa boa nesse ano com eles...



Conheci Roberta Sá, estou apaixonada. Mas Maria Rita ainda manda! hehehe

Fechando 2007 com a certeza de estar com as rédeas na mão. “O controle ta na tua mão e o jogo é pra você”, já cantava Marcelo D2. Foi um ano de derrotas e vitórias. Das derrotas, fiz bagagem. Das vitórias, fiz orgulho. Agradeço a Deus por ter chegado até aqui, nada seria sem Ele.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Obrigada, Julio!




Quando escrevo, preciso ver no texto a minha verdade. Palavras ao vento são boas pra quem se furta a própria realidade, não pra mim. Vivo intensamente, e, ainda que seja um dia ruim, será o meu dia ruim, parte da minha história.

O último texto que escrevi ficou fúnebre. A inspiração só vem quando estou bem, mal ou muito mal. Ontem, estava muito mal, mas o texto foi além da dor. Virou um uivo de dor no meio da madrugada chuvosa, lamento fino de uma noite em pé, no escuro, de frio e fome. Rejeitei. Essa não sou eu, que acho lirismo até mesmo numa topada na quina da mesa.

Esta semana estive na minha montanha-russa favorita: a do coração. Um tempo nas nuvens, outro no inferno. Sem regras estabelecidas sobre hora, dia ou lugar. Um sábado enevoado foi sucedido por um domingo fantástico, que deu lugar a uma segunda-feira ardentemente feliz, que foi finalizada terrivelmente amarga.

Havia um pequenino sonho, que ainda não estou autorizada a divulgar, e que iria se realizar em breve. Mas as coisas nem sempre são como queremos, há que se ter uma boa dose de maturidade e discernimento pra assumir os riscos das próprias decisões.

Hoje atendi um funcionário, Julio, que chegou dizendo que queria incluir a princesa dele no plano de saúde. Perguntei no automático: “sua filha nasceu quando?”. E ele me disse que não era a filha, mas sim a esposa. Julio tem 53 anos e casou-se mês passado com a princesa dele, que tem a mesma idade. Após um ano de namoro, ela queria morar junto, ele queria fazer pelo modo tradicional: casamento no religioso e no civil. Amigado com fé... Não, isso Julio não aceitou. Queria fazer certinho, aos olhos dos homens e aos olhos de Deus. Comentei que também queria fazer isso, nada de simplesmente juntar as escovas de dente. Julio já saindo, pois levaria o formulário pra preencher em casa, com calma e com a ajuda da princesa, quando se virou meio de lado, meio de frente, me olhou fundo nos olhos e disparou “Determine isso na sua vida, diga pra você que isso vai acontecer, porque as palavras te levantam ou te derrubam. E tenha fé em Deus.” Aquilo e a forma como foi dito, me arrepiou dos pés a cabeça. Julio se foi, eu me sentei ainda confusa e assustada, mas sabia que ele e eu não havíamos nos encontrado ali à toa.

Esta semana foi particularmente complicada. Maravilhosas notícias na faculdade: mais um período fechado com sacrifício e boas notas, apesar de tudo. Muitas foram as dificuldades, obstáculos. Mas nada me tirou do foco. Por meio ponto, apenas 0,5, fiquei na Avaliação Suplementar em Marketing. Preciso de 5,0 pra passar. Difícil? Não sei. Tudo vai depender do que eu quero de mim mesma. Vai depender da minha garra, da minha sede de estudar e me formar. Nessa hora, só dependo de mim.

Somando a isso, um período de transição no trabalho. Minha promoção, saída e entrada de pessoal da equipe, mudança nos procedimentos. Tudo em movimento naquela empresa.

E como se não bastasse, um desejo absurdo de sair de casa. Hora de bater asas do ninho da mamãe.

Sim, sim. Uma semana muito complicada. Tinha horas em que caía uma chuva torrencial. Dessas chuvas que arrastam casas e arvores consigo. Chuva grossa e rápida, chuva fina e insistente. Tinha de tudo e diversas vezes ao dia. Quando é mesmo que começa o verão? E o Sol forte, quando aparecerá? Quando tudo estará seco novamente? Essa chuva chata, que me sai dos olhos e alaga o peito...

No meio das tempestades, um fato consolador: ascensão profissional, parcerias, conhecimentos. Ser vista como alguém que talvez possa crescer, não é tão melhor quanto ter ajuda de todos os lados pra que isso aconteça. Numa noite de trovões, conheci pessoas, outros profissionais, outras empresas e pude ter nova visão de algumas coisas. Não quero ser só profissional. Quero ser a melhor Administradora de Recursos Humanos desta cidade – e porque não do mundo? -, quero conhecer tudo que puder, quero olhar além das possibilidades que me mostram, quero viver daquilo que gosto de fazer.

Fiquei feliz e confiante em mim. Essa foi a parte boa da semana. A única. Não, também tive o prazer de fazer amigos na concorrência! Next stop Magé Station.

Mas Julio me disse uma coisa: “Determine”. Então eu determino que os momentos de angústia estejam com as horas contadas. Determino que eu seja responsável pela minha felicidade. Determino que não mais chore, produzirei estrelas no céu. No meu céu e no de mais quem quiser.


Já passou meia hora do novo dia. Sexta-feira vem chegando de mansinho. Chove lá fora. Aqui dentro está nublado, mas não há de chover. Determino que não.

É... reeditei o texto, me abri sem necessariamente expor.

Muito melhor.

Mural de Recados:

– Nosso sonho Thelma & Louise ainda está de pé. Amo demais, minha irmã.

Mary – Obrigada por acreditar, apostar e incentivar.

Nancy e Maria Paula – Parceria cada vez mais forte. Obrigada!

Daniel – Administração na veia! Vamos dominar o mundo! – Obrigada por tudo.

Catia – Tudo vai dar certo, no momento exato. Amo tu!

Ah, apaixonada pela Roberta Sá. Não, Maria Rita ainda reina absoluta, mas essa menina canta bonitinho também. Na voz dela: “Ando com minha cabeça já pelas tabelas...

Maravilhoso fim de semana.

L.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Perfil

Não sei de onde tiro essas idéias. Meu auto-retrato é positivamente destrutivo. Se a idéia é conseguir amigos, jogo por terra a possibilidade com estas palavras. Quer saber? É uma espécie de prova de fogo: se quiser ser realmente amigo, passará por isso. E ficará, até o fim.

No Orkut, em dezembro de 2007:



quem sou eu:

MEU BLOG: http://mademoisellelucille.blogspot.com

Quer mesmo saber?

Tem certeza?

Álbum atualizado (06.12.2007)
Perfil atualizado (06.12.2007)

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Olha lá... depois não vá dizer que não foi avisado.

E se quiser ser amigo, deixe motivos decentes pra que eu te adicione. Porque eu sou linda? Humhum, passa amanhã!
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Odeio gente sem atitude. Odeio mesmo. Faça o que quiser, mas banque as consequências. Não justifique. Assuma. Não se acovarde. Enfrente. Não se acomode. Corra atrás do que ama.

Sou calma, a menos que queira a prova contrária.
Sou linda. E ponto. Quem pensar em contrário que vá trabalhar a auto-estima, pois a minha, como se vê, está nas alturas.

Sou birrenta, briguenta, barraqueira, bicuda e outros bês.
Sou doce, amiga, companheira, crédula, persistente, perseverante e outras coisas que não pratico.

Acredito que o ser humano um dia terá jeito, que não possa ficar pior do que esta porcaria que vejo todos os dias. As vezes dói levantar da cama. Mas se eu não sair, deixo de ver muita gente chata e em compensação sou obrigada a me aturar embaixo das cobertas, pensando no impensável, desejando o impossível. É melhor levantar mesmo!

Sou peituda. Banco o que for em nome da minha verdade. Se não for pra ser honesto, é melhor que nem abra a boca. E na arte da argumentação, ainda que esteja errada, é difícil me dobrar. Até porque, como eu vi num filme "eu tô sempre certa e até quando eu tô errada, eu tô certa".

Também sou debochada, irônica, sarcástica. E ainda assim, consigo ser adorável. Pergunte aos meus inimigos porque eles não me esquecem. Eu jamais, acredite em mim, jamais faço o mal gratuitamente. Apenas se me pedirem... Portanto, cuidado com o que pretende me dizer, ou me fazer, pois por trás do belo sorriso, existe uma mente feminina que cria uma bomba atômica enquanto espera o esmalte secar nas unhas.

Adoro gente transparente. Sabe aquele chavão idiota "mate-me com a verdade, mas não me alegre com a mentira"? Pois é, é idiota, mas é assim que funciona. Quer minha amizade? Então seja honesto acima de tudo. Não precisa bancar o legal. Tô saturada de gente legal. Se um dia fizerem uma pesquisa no inferno, constatarão que lá se concentra a maior parte da populaçao legal do mundo!

Gosto de gente nojenta que nem eu. Gente abusada, louca, desbocada, inteligente e linda. Que nem eu. Mas não precisa ser muito que nem eu, não, se não a convivência fica insuportável. Mas não venha com patetice e nem falando "pobrema" porque eu de-tes-to gente burra e gente chata, tanto quanto gente legal.

Se for mulher, seja pra frente, decidida, peituda e inteligente. Se for homem, seja gentil e educado. E jamais, entenda bem, jamais busque mais intimidade do que eu queira dar. Namoro via orkut? Sai fora! Já fica sabendo que é toco certo. Mas se quiser minha amizade, é o melhor de mim e que posso te oferecer. Mas saiba me cativar. Me conquistar é mole, muito mais do que parece. Porém, me perder em definitivo, é absurdamente mais fácil.

E eu gosto de cinema, de comida árabe, de borboletas, de Sol, de céu estrelado. Gosto de receber flores. Gosto de presente. Gosto de caminhar pelas ruas becosas de Santa Teresa nas tardes de sábado. Gosto de ver meu menino crescendo. Gosto de me olhar no espelho e confirmar o que já sei: Deus é meu Amigo. Gosto de salto alto, de saia curta, de anel, de brilho com purpurina, assim como gosto de short grande, velho, camiseta furada, chinelo gasto e cabelo pro alto. Adoro.

Bom, já sabe mais ou menos o tipo de raridade que eu sou? Não? Então vai lá: http://www.mademoisellelucille.blogspot.com/ entra no meu blog, leia e comente. Depois entre na minha comunidade: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=18571707

Se depois disso, vc ainda quiser participar da minha vida, ok, seja bem-vindo. Tem louco pra tudo nessa vida!

E como diriam Racionais MCs "Ri, mas num desacredita, não"

E antes de me adicionar, seja educado(a) e apresente-se.


*-*

Descrição fiel? Não sei ao certo. Talvez. Certamente, a mais próxima da realidade. Sem pudor, nem dor. Só eu.

Lucille

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Parabéns!


Não sonhe. Tenha metas e vá atrás delas. Seja honesto, amigo, do bem, leal, amoroso, fiel. Seja feliz.
Sempre juntos.

Amo muito. E pra sempre.

domingo, 2 de dezembro de 2007

... E periquito que leva a fama


As pessoas não imaginam o poder e o peso da palavra certeza. De tudo se tem certeza, e na maioria das vezes, absoluta.

Uma pessoa que sequer sabe a cor dos meus olhos, me VIU de mãos dadas com o ex-namorado na saída da faculdade. Não, não era o ex de pouco tempo, era o ex de 2 anos atrás.

Não é de hoje que as pessoas criam problemas entre mim e esta criatura, que está vivendo sua vida, sem se incomodar comigo. Acho que os homens que chegam perto de mim, vêem nele uma ameaça ao seu reinado, como se eu ainda fosse loucamente apaixonada por ele e saíssemos todos os dias. Não sei o que ele tem, deve ser algum imã pra homem inseguro mesmo. O cara não tem atitude nem competência pra me conquistar e joga a culpa na relação supostamente íntima que tenho com o ex. Diga-se de passagem, hoje o ex é amigo, sem traumas.

Pois então, eu precisava escrever isso. Eu, 27 anos nas costas, há 6 meses de fazer 28, sendo acusada de estar na rua de mãos dadas com ex-namorado. Detalhe bem básico: eu virada de passar as madrugadas em claro fazendo trabalho de faculdade, o trabalho massacrante como sempre e ainda tendo que ouvir “nós precisamos conversar sério”. Aloooowwww!!! Estou namorando e ninguém me contou?

Se eu estivesse saindo com ele, CERTAMENTE ninguém veria ou saberia. “Somos suspeitos de um crime perfeito, mas crimes perfeitos não deixam suspeitos” – Engenheiros do Hawaí.

Não tenho mais idade pra palhaçada.

Enfim, só um desabafo.

L.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Off-line

Sentei-me na cadeira do consultório e abri o livro. Há tempos queria comprá-lo, mas na hora H, Agatha sempre vencia. Desta vez, a paixão pela simpática inglesa, deu lugar a simpática, porém menos ortodoxa, Bruna Surfistinha. Na verdade, Raquel Pacheco, nome verdadeiro da autora, conseguiu me prender em poucas linhas, muito menos que os assassinatos misteriosos de Mme Agatha.

Mas isso é análise para outro post. Um feliz.

Passei apenas para dizer que vou ficar algum tempo distante. E onde entra o livro da Surfistinha? Bem, conheci outro sentido de coragem e liberdade. Vou atrás do que acredito, do que quero. Não, não tenham medo, ficarei ainda na mesma casa e fazendo programa, sim, mas programa de índio. rsrs

Voltarei em breve.

Prometo.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Viva - parte 2

Satisfazer-me.
Deleitar-me.
Ouvir sons inaudíveis, ver cores impossíveis.
Despencar de um abismo e acabar em nuvens.


Estou viva, mais uma vez. Plenamente consciente disso. Deliciosamente viva. Autora e atriz principal da história.

L.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

“Viver Uma Grande História”

O tempo estava sombrio, frio. A dor era intensamente mortal. Mas havia em algum lugar um ser que me arrancava uma gargalhada colorida e sincera, em pleno horário de expediente. O tempo descobriu um rosto, uma voz e um olhar. Foi uma pequena história, porém inesquecível. Não era aquele momento, nem lugar. Não deveria ser. Mas a amizade ficou, recaídas, meses de ausência, ligação fortuita, mas esquecimento jamais.


Outra vez, tempo ruim. Só que dessa vez, eu sabia quais caminhos seguir. Um belo dia, um sábado bonito e sorridente, o telefone tocou. Lá estava ele, falando com o coração, sendo transparente, verdadeiro como nunca o havia sentido. Um
alarme estridente disparou aqui dentro. Não tenha medo, são palavras de um homem honestamente real. Não havia cantada, nem promessas, apenas um desabafo de quem já passara e vira o mundo andar pra um lado e ele ir pra outro.


A noite de sábado foi especial. Um olhar que derramava sobre mim múltiplos textos, que me fazia sorrir e ao mesmo tempo pensar. Uma vontade de dar certo crescia em nós. Uma vontade de sumir me consumia. Decidir rapidamente em situação que exige raciocínio é o meu forte; pensar rápido em momento ímpar é mais fácil. E àquela hora pedia apenas que eu caminhasse, que deixasse o vento dançar em mim e seguisse um instinto primitivo que há muito inexistia entre nós: desejo. O fim da noite me deixou estranha, pensativa. Tinha sido uma noite boa, rebolativa, com um par de olhos grudados em cada movimento meu, o que me deixa positivamente com mais vontade hipnotizar com um incitar de quadris. A questão era: tinha sido boa demais. Estava certo? Nenhuma lágrimazinha? Nada? E o sono chegou só as 8:00 da manhã.


O dia seguinte foi aquele, envolta em pensamentos confusos, sentimentos mais ainda. Como já havia dito, se pensar muito, erro na decisão. E não foi diferente. Passei a noite de domingo sentada no chão do banheiro, chorando e chorando copiosamente, soluçando e maldizendo a burra idéia de bater palmas pra um canalha.


Então, me lembrei uma coisa. “Abra seu coração pra Deus. Ele já sabe de tudo, mas diga você, converse com Ele”. Não me lembro quem me ensinou isso, mas certamente foi mais um dos sábios da minha vida. Ali no chão, cansada de nadar contra a maré que me arrastava de encontro às rochas, parei e olhei pro céu estrelado. Disse a Ele que não conseguiria sair dali sozinha, e muitas outras coisas que não poderia fazer, mas que precisava, se não morreria afogada no mar de mágoa em que estava. Pedi com toda a força de meu coração, banhei-me e dormi.


A semana. Ah, a semana... Bateria do celular subindo e descendo, caixa de e-mail colorida novamente. Havia uma coisinha acontecendo no peito, uma sensação de segurança, um alívio. Descobri-me sendo carinhosa de novo, sendo amiga, dividindo problemas e alegrias, pedindo socorro quando o trabalho ficava muito estressante. Às vezes batia tristeza por causa da distância, da falta de tempo, mas quando o telefone tocava aquela voz que dizia “oi minha preta linda” assoprava todos os receios pra longe. Cada dia que passava trazia a certeza de ter recebido a resposta ao meu pedido a Deus. Confiança e carinho, tudo junto de uma só vez.


Burrice é doença. E eu sofro disso. Não vi na minha cara que tinha encontrado o que queria há tempos. Deixei partir, sem ao menos lutar. Fui fraca demais, permiti que as coisas acontecessem, tudo morrendo na minha frente e eu não fiz nada.


Foi um feriado tão gostoso... família nova, criança nova. O tratamento comigo foi o melhor de todos. O bolo do Seu Valtair... Sem ex-mulher dos infernos pra atrapalhar. O que mais eu poderia querer? “Vem pra cá, aqui a gente decide o que fazer”. Atitude purinha, totalmente consciente de seu lugar como homem da relação. E eu, idiota, o deixei ir embora.


As músicas são várias, também sinal do grande carinho. E assim como disse Djavan, em Um amor puro, “Te adoro em tudo, tudo, tudo”.


Disso tudo, só me alegra lembrar que foi lindo cada minuto, do primeiro beijo até a despedida domingo de manhã.


Não sei que passo dar agora. Gostaria de poder andar pra trás. Talvez seja o momento de repensar muita coisa, muitos conceitos que não estão me levando a lugar algum.





NOTA DA AUTORA: Texto criado há duas semanas.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Coração em Ocidental - GO

Tem horas que a gente sabe o que fazer, mas não o faz, por não saber como. Ou por preguiça mesmo. Não nos permitiremos falhar diante da tristeza. Ainda que seja inevitável. Seremos felizes. Sorriremos. Ainda que rolem lágrimas. Sentiremos uma saudade absurda, choraremos. Diremos baixinho, dentro do peito "queria que vc estivesse aqui". E pediremos a Deus que nos abençoe. Quando der, uma mensagem de texto via celular, pra saber que a distância jamais será capaz de nos fazer esquecer nosso amor imenso. E quando não der... só saudade. "Mim ti ama. Mim ti adora. Mim ti tudo". Eternamente. Amo demais. http://www.casadobruxo.com.br/poesia/v/boleta.htm - Pra vc sorrir! :-)

domingo, 21 de outubro de 2007

Viver em mim

Quanto tempo me afastei de mim pra esquecer como sou indecisa? Atitude, menina! Claro, mas não funciona tão perfeitamente na prática. Muitos momentos passam até que a atitude transcenda o pensamento.

Bem, pessoas passam por nossas vidas e deixam atrás de si a sensação de que não passaram em vão. Alguma lição há de ficar, sempre. O difícil é saber identificar e aplicar.

Saudade,

L.

sábado, 28 de julho de 2007

Calendário

Mais um ano se passou, como diz a letra da música. As coisas acontecem a cada segundo, mudam com um assopro, mas apenas ao fim de um ano é que nos damos conta de que tanta coisa aconteceu. Damos valor a cada gota de suor, ao sentimento alheio, aos domingos com a família, aos sorrisos que nos rodeiam.

E assim, Julho se vai, levando consigo meus confusos 26 anos. Entre 12 de julho de 2006 e 11 de julho de 2007 a vida foi do céu ao inferno como montanha-russa. Conceitos dados como certos caíram por terra, limites foram retirados e medos foram vencidos.

Não há do que me queixar, já que rotina nunca foi palavra que coubesse em minha vida. Entre lágrimas e gargalhadas, em 12.07.2007 me conheci de outra forma, apertei-me as mãos e disse “muito prazer, começo a ser o que vc sempre quis”.

Há um ano atrás, julho foi o mês de sair do casulo. A lagarta chorosa deu lugar a uma formosa borboleta azul, que retornou a todos os lugares por onde gostava de voar. Mostrei aos que me ofenderam que era ainda muito mais forte do que pensava, que poderia, queria e iria me recompor e tentar ser feliz novamente. E assim o fiz. Rodopiei por diversos salões, ri, tive medo, mas não pensei em me esconder mais uma vez. Enfrentei a mim mesma.

Setembro chegou com novas possibilidades. Recuperei toda a confiança em meu poder de decisão, abri os olhos e entendi que havia nascido pra brilhar. Alguns nascem para gerar discórdia, eu semearia o amor. Outubro foi o mês que teve os domingos mais animados. As noites eram de festa, um pouco de medo sim, mas no fim, o amor era sempre mais forte.

Enfim, novembro rompeu a fina pele que cobria o coração. Não teve como correr, nem pedir socorro. Fui pega novamente, mesmo lutando com todas as forças contrárias. Dezembro consolidou a esperança, a fé no homem foi restabelecida. Medos foram dissipados, um a um.

Janeiro trouxe as águas quentes de Cabo Frio e com elas o calor inevitável de um sentimento esquecido e renegado. Se não poderia escapar, o melhor mesmo era se entregar. E fevereiro carregou tudo de volta... por quê? Não havia resposta, apenas lágrimas. Março foi confuso, algumas redescobertas, novidades, sonhos desfeitos, orgulho ferido, amor próprio no pé. Silêncio apenas.

Abril foi decidido: acabou. Mãos amigas seguraram as lágrimas que ainda teimavam em descer. Em maio, dos 5 anos mais preciosos da minha vida, os caminhos voltaram a se encontrar. Não havia mais lágrimas.

Junho passou correndo, com sustos e preocupações com saúde. Coração perdendo a briga com a razão. E novamente julho chegou e consigo trouxe esperança.

Fecho outro ciclo e inicio um novo. Aguardo agosto com ansiedade materna. Apenas 2 anos e meio, alguns passos para tornar sonhos em realidade. Incertezas e receios que me movem.

Nada do que aprendi no último ano foi tão sábio e enriquecedor quanto “ponha-se no lugar do outro”. Lição para reverberar dia a dia, até o último.

Entre lágrimas e gargalhadas, parabéns pra mim!

L.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O Livro






Saudade enorme de escrever. Estava a ponto de explodir, com tantas idéias se amontoando na mente, nenhum papel, nenhum editor de texto, nada de que pudesse aliviar a aflição de uma escritora de fundo de quarto, que às vezes depende de água, de sono, mas vive mesmo é de ver palavras tomando forma num fundo branco.

Muitos ventos sopraram nesse tempo de ausência. Um livro, um pequeno e desinteressado livro que me apareceu dia desses, trouxe algumas noções sobre coisas que eu até sabia, mas não aceitava. Mal de canceriana, mal de quem se recusa a aceitar outros pontos de vista que não o seu. Admito. O nome é “Desenvolva sua Inteligência Emocional e tenha sucesso na vida”, da Psicóloga e Jornalista Maria Mercedes P. de Beltrán. Estava desavergonhadamente folheando a Avon, marcando X em tudo que passava pelas vistas. De repente, ele me sorriu. Livro? Batom? Livro? Rímel? Livro? Gloss com purpurina? Livro! Sim, livro! Semanas depois, nos encontramos pessoalmente. De toda a sorte de maquiagem e outros itens essenciais à vida feminina na Terra que comprei, aquele pequeno livro de poucas páginas, viria a ser o único item indispensável na bolsa.

Antes de lê-lo, como de costume, fui ver o final e lá aconteceu o primeiro choque: “pessoas de sucesso são as que conseguem controlar suas emoções”. Uau! Mas é sabido que eu não sei fazer isso, então, de que adianta tanto estudar? Após estas palavras fortes martelarem a mente, comecei a leitura do início. Primeira, segunda, 31ª página e volta pra 5ª página. Lê até a 28ª e volta pra 16ª. As coisas estavam claras demais, não era possível. Tudo estava ali, me mostrando cruelmente que eu era um lixo de ser humano. Não, eu não poderia nunca me sentir boa se não soubesse que no momento em que alguém me chama e eu viro com aquele olhar de “vai-pros-quintos-do-inferno”, que na verdade isso é Ira, uma das emoções mais fortes do ser humano e que mais podem fazer estragos. Não, não se chama TPM, nem briga com namorado, muito menos cansaço. Isso é Ira. A emoção que advém do sentimento de humilhação, rejeição e dá a sensação de imortalidade.

Um livro gentil, caridoso e generoso. Deu-me mostra de que verdades não são absolutas quando ficam somente dentro de nós. Cheguei finalmente e relutantemente à última página. Algo havia mudado aqui dentro. Não uma parte, apenas um pedacinho. Mudou o fio que liga o coração a boca. Pensar, refletir, analisar antes de decidir. Além de ler demoradamente, vou reler pra conhecer a mim de outra forma.

*

E mudando radicalmente de assunto, queria entender porque algumas pessoas têm a necessidade absurda de estar sob os holofotes integralmente. Queria saber porque pessoas não falam de seus feitos e idéias, mas sim, de outras pessoas.

Burrice, talvez. Ingenuidade, quem sabe.

Mas tem que fazer justamente comigo? É sério isso? Não, acho que o Boca Murcha não sabe quem ou o que é Lucille. Mulher bonita e inteligente não bate palma pra canalha. Esse é nosso lema. Pode tentar e nos primeiros minutos até parecer que está obtendo sucesso. Mas viajar na cauda do meu cometa, sem ser meu amigo, nem com muito dinheiro na minha conta, rapaz!

E é por isso que eu digo: ser único tem lá suas vantagens. É ruim quando sou taxada de barqueira (e sou mesmo), mas o fato é que já sabem o que esperar de mim. Jamais alguém vai dizer “não esperava isso dela”. E como as pessoas mudam e evoluem, ainda que eu controle minhas emoções, sempre serei intempestiva, porém com intensidade menor.

Quem tiver reclamações e sugestões, a casa está aberta ao público. Pode vir diretamente a mim, não mande recado, nem sinal de fumaça. Conversando a gente se entende. Ou então a gente cai na porrada e se entende do mesmo jeito! Hahahaha

Bem, não consigo mais escrever, algo desponta em mim indicando que a Ira está sobre as outras emoções neste momento, e a Inteligência das Emoções, manda, neste momento, calar os dedos, ou estarei sujeita e sujeitando meus pobres leitores a um texto irremediavelmente combativo. Não é isso que queremos, certo?

Então, fiquem com pouco de mim, mas saibam que é um pouco honesto e carinhoso. Pra vocês, leitores e amigos, o meu obrigada pela companhia nesta caminhada.

Ao meu Deus, obrigada pela oportunidade de caminhar.

Lucille

sábado, 28 de abril de 2007

Caminhando e recomeçando

Deus é meu amigo. Indubitavelmente.

Manda barcos, que me resgatam do naufrágio. Manda anjos, que me protegem de todo o mal. Manda obstáculos, pra que eu não me acomode. Manda adversários, pra que eu renove a fé em mim.

Diversas vezes, é difícil enxergar o caminho certo, quando o tempo está fechado pela neblina densa. E aí, Ele me manda guias, que afastam a neblina com um assopro ou me empurram em direção ao ponto certo. De forma gentil ou truculenta, sempre chego no caminho.

Ultimamente não tenho conseguido distinguir anjos de obstáculos. O que Ele quer me dizer? Não sei.

Um anjo estressado hoje me disse “Cobre. Cobre de mim, cobre de você. Não se acomode com o que faz, não ache que está bom.” Coberta de razão, chefe. E é por isso que além de chefe, ela tem meu respeito profundo como ser humano.

Nesse momento, me sinto sufocada. Grito, choro, me debato. Aqui dentro. O mundo me vê sorrindo, ouve a sonora risada, mas ninguém pode imaginar o que se vai por dentro, o que a alma sente. A angústia permeia o dia. A dor vai e volta com a respiração pesada.

Mas quem é o responsável por todo esse sofrimento? Quem é o culpado?

Eu.

Ninguém no universo tem o direito de me fazer mal e nem o conseguirá, se eu não deixar. Eu me permito ser abatida facilmente. Eu tenho nas mãos o controle da minha vida, eu determino a mim o que fazer e o que ser. Boa canceriana que sou, projeto noutros a felicidade que é de minha responsabilidade.

O longo, cansativo e doloroso processo de um ano de mudanças internas, está sendo ignorado e destruído pela força do mal que eu me deixo causar. Foi um período frio e escuro... Chovia torrencialmente no ponto de ônibus, carros em alta velocidade me molhavam com as águas dos rios que se formavam pela rua, os pés escorregavam, os óculos estavam embaçados, o ônibus havia esquecido de passar pra me apanhar. E eu chorava...

Criança perdida, ninguém na rua, nenhum adulto. As ruas não tinham nome, a chuva castigava o corpo e o frio o endurecia. Não adiantava gritar, não tinha ninguém pra ouvir. Não podia correr, os pés descalços escorregavam nas poças. De repente uma luz se fez sensível. Havia uma forma de escapar, e assim, a luz ficava cada vez mais forte à medida que, passo a passo, com dificuldade e cuidado pra não cair, seguia em direção ao que poderia ser a salvação. Sim, lá estava o poder, o conhecimento. O silêncio daquele lugar era apavorante e ainda assim, reconfortante. Havia gente, seres superiores, evoluídos, que mostraram o caminho certo. Estava seco ali dentro, mas não podia ficar. Disseram que poderiam ensinar, se tivesse a vontade de aprender. Lá fora novamente, até a chuva tinha dado trégua. Carros passavam, luzes estavam acesas. Outra vez, a luz forte guiando até outro lugar. Finalmente o cheiro bom de segurança e aconchego. Era ali o abrigo. Não havia chuva, nem medo, nem frio. Havia amor. Havia carinho. E havia uma panela de feijão quente, e um sorriso, e uma toalha e, também, um cobertor. O sono veio e trouxe a certeza de que, aconteça o que acontecer, sempre haverá um caminho, uma saída. Quando o corpo finalmente cedeu à exaustão, ainda deu tempo de sentir que alguém subia o cobertor até o peito e apagava a luz.

...porque nunca tinha sido tão difícil ir do trabalho pra faculdade e de lá pra casa. E em casa, antes de deitar, pensei que eu tinha um trabalho, tinha minha faculdade e uma casa onde pessoas me amavam. O ônibus demorou porque o trânsito estava parado por causa da chuva de inverno. Na faculdade, meu lugar, a passagem pro mundo que eu quero conhecer, o mundo do poder. O poder do conhecimento. E depois de uma difícil noite, minha casa, meus pais, comida me esperando, meu edredom, o carinho e a preocupação dos que me amam de verdade.

Não foi uma vez só, não foi um dia só. Foi um ano inteiro revendo atitudes, escolhendo os passos, limpando pessoas da minha vida e fechando a porta do coração pra aventureiros de plantão. Ao fim de um ano, estava pronta...

A Guerreira estava pronta. A última guerra fora cruel, quase tombara de vez diante do inimigo. Não havia parte do corpo que não estivesse cortado, machucado. Um osso estava quebrado. As mãos já não suportavam empunhar a lança e o braço não segurava o peso do escudo. Os pés estavam em carne viva, não podia mais andar. E o inimigo avançava furioso, indestrutível, cada vez maior e mais forte. Talvez implorar pela sobrevivência fosse o melhor. Talvez lutar até o fim. Não foi preciso, ele se cansou, viu que a Guerreira não iria oferecer resistência por muito tempo, não teria mais graça lutar com quem estava a ponto de se entregar. Foi-se embora a deixando refestelada no chão, onde ficou ainda um tempo. Mas os urubus começaram a sobrevoar... Não era exatamente assim que ela planejava o fim, então reuniu o resto de força, levantou e partiu. Era uma Guerreira da Luz e de encontro a ela estava caminhando. Disciplinou-se, forçou-se a se concentrar nas prioridades das batalhas. Muitas vezes fraquejou, sentiu-se só, abandonada pelos deuses da guerra. Mas sabia que não poderia trair-se, ela era sua última esperança. Para o mundo, estava morta. Para si, estava renascendo. Não viu o tempo passar, não sentiu que tanto tempo se fora desde o último combate. Sabia apenas que seu corpo estava curado e sua mente preparada pra seguir a caminhada. Fechou-se em si, ergueu e escudo e empunhou a lança. Era a hora de enfrentar a realidade.

...Permiti-me ser eu novamente, jovem, saudável, bela, inteligente e feliz. Trabalho novo, período novo na faculdade. Identifiquei os pontos negativos, trabalhei os que podiam ser mudados e formulei maneiras de amenizar os inevitáveis. Sorri e fui à luta.

Novamente, as paredes parecem fechar-se contra mim. Mas agora já sei que sou mais forte, posso criar braços e empurrar todas. O problema é que ainda não sei a hora exata de fazê-lo. Ou melhor, sei que já passou da hora, mas reluto em tomar a atitude. A pior lição eu já tive, agora é só manutenção.

Deus é meu amigo e o que me deixa exultante, mesmo em meio às tempestades, é saber que haja o que houver, de uma forma ou de outra, Ele sempre me mostrará o caminho.

L.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Desenhado e mastigado

Bem, verdade que alguns posts têm ficado uma incógnita pra quem não viveu o momento comigo. Como eu não gosto muito de abrir minha vida, achei melhor deixar tudo subliminarmente registrado. Mas tem gente que daria o sangue pra saber o que se passa nessa floresta selvagemente habitada que é a minha vida.

Desta feita, com vocês, Minhas Impressões da Vida, desenhada.

As duas últimas semanas foram agitadas. No trabalho, acontecia uma revolução administrativa, diversas mudanças ocorrendo. A idéia é excelente, mas todos precisam estar afiados no novo modo de gestão da empresa. E o tempo é curto para as tarefas rotineiras, o que dizer de algo enorme que consumiria muito tempo já indisponível? Não dizer, apenas correr contra o tempo, perguntar, conversar, pedir, ajudar, arrumar, ler. Levar trabalho pra estudar em casa, para que o dia da auditoria do SIG – Sistema Integrado de Gestão, fosse um sucesso. Muitos dias foram até depois das 18:00h. Fora as bombas que estouravam no meu colo e a pior delas, foi justamente um erro meu. Aliás, não foi um erro. Foi O Erro. Só Deus sabe das lágrimas, do peito apertado, dos pedidos de força e paciência. E chegou a Páscoa...

O dia de sair, de festa, se transformou em dia de derrota, decepção. Estar com alguém que não acompanha teu processo pensativo, é além de estressante, revoltante. Saio no último dia da semana porque a semana é desgastante demais, porque preciso expulsar os demônios do cansaço que me assolam de segunda a sexta. Neste caso, seria uma quinta. Mas infelizmente, maturidade não é composição do código genético humano. E na sexta, apesar da enorme dor na coluna, voltei pra casa com um peso nas costas e outro no coração. Mas voltei confiante na decisão tomada: se existe alguém que nasceu pra sofrer como dona-de-casa, cheia de filho, traída, burra e objeto sexual, esse alguém não se chama Lucille.

E a sexta, que tinha tudo pra ser de olhos abertos e molhados de lágrimas, ou fechados em sono provocado, acabou sendo de olhos bem abertos em sorrisos múltiplos. Saí de casa tremendo, nervosa. As sandálias faziam mais barulho que o normal, porque eu não andava, mas sim, apertava os pés contra o solo. Depois do reencontro com um amigo muito, muito mais que querido, de 11 anos (meu Deus!), a frase que eu precisava ouvir pra relembrar quem eu era: “Você está linda”, foi dita e me trouxe de volta a realidade. Nada de fazer feijão, vc tem que aumentar o seu CR! E meu CR que já foi altíssimo, assim como meu moral, foi ao chão. CR é Coeficiente de Rendimento, índice de avaliação do aproveitamento do aluno. Pois é, eu, aluna nota 10 do Pedro Paulo, me tornei aluna mediana. Inadmissível isso! E eu passei a noite falando dos diversos problemas que me levaram a entrar nessa canoa e não conseguir sair sozinha. Levei vários esporros, o mais doloroso de ouvir foi “Não acredito que vc largou seu sobrinho. Você poderia deixar tudo de lado, menos ele”. Confessei meus pecados, sendo o maior deles o de dar atenção e carinho a uma criança linda, que até merecia isso tudo, mas que não poderia jamais ser posta no espaço que deveria e era do meu amor primeiro, meu Daniel.

Aquilo tudo me deu uma força boa, uma coragem de mudar tudo, que certamente eu não teria sozinha. Mas Deus de tudo sabe. Blusa preta da D’Negro, saia preta da Opção, roupas que eu não tinha noção do quanto me deixavam bonita e lá estava o espelho sussurrando isso em meus ouvidos, me devolvendo a confiança, me mostrando a Borboleta linda que me tornei.

O dia seguinte foi dourado, como os raios de Sol daquela manhã. Muitos beijos e muitos abraços de um alguém que há muito não se esparramava em meus braços. Passamos a tarde assim, nos entendendo no amor que nos une, vivendo o mesmo sonho, crescendo juntos. Ele me mostrando as cores da infância e eu, clareando o corredor que o trará à vida adulta. Meu sobrinho, meu afilhado e meu amigo.

A noite foi especialmente agitada. Eu estava agitada. Tudo corria, tudo girava e me deixava com a nítida sensação de que se eu parasse, desabaria. Não desabar de tristeza, mas sim por estar sem um peso enorme nas costas, por estar leve demais pra ficar de pé novamente. De tão leve, rodopiei por todos os cantos do Viaduto. Dancei e dancei até as pernas gritarem de dor. Dancei com amigas, amigos e desconhecidos que se tornaram amigos naquele momento. No fim da noite, um pedido. E eu teria aceitado de bom grado, mas todo pedido que não é feito de coração, nem merece ser ouvido. “Conversa, mas depois vai embora sozinha”. Claro! Tá me vendo no meio da rua conversando e depois indo pra casa sozinha, né? Pois é... Fui embora.

Não existe coisa pior do que gente que não sabe o que quer. Isso me dá nos nervos profundamente. Pessoas sem atitude, sem iniciativa, deveriam aprender com os anos e os tombos, mas parece que pior ficam.

E não me arrependi de ter ido. Pelo contrário, fechei o dia de sábado com a certeza de que “tem coisas que não mudam”. Que bom.

E a semana transcorreu ainda agitada, mas dessa vez, nada tinha que ver com o trabalho. A revolução era interna. Coração não sabia o que fazer. Alegrar-se ou chorar-se? Fosse o que fosse decidido, parecia que os sentimentos não assumiam um rumo certo. Tudo no peito era disforme. Ora dor, ora o telefone tocava e o sorriso reinava. Ora o telefone tocava e com ele vinha a dor. Ora nada acontecia e eu ficava em paz. Ora estava em paz e uma lembrança cretina tratava de me apunhalar o peito sem dó.

Caio, meu colega de trabalho e amigo, é quem sabe das minhas reclamações e gargalhadas sem motivo. Me ouve pacientemente, deixa eu contar todas as aventuras e desventuras, sorri diante das minhas loucuras diárias, fica sério e fala “na moral, na moral”. Aliás, é a resposta preferida dele. E se não fosse os ouvidos desse menino que tem a idade do meu irmão, seis a menos que eu, eu não teria um pouco de sossego com o desabafo. “Caio, tá doendo”. E ele me olha ... “Na moral, escuta uma musiquinha aí” e estende o celular que carrega músicas de ninguém menos que Mr. Catra. “Hoje eu quero cantar micareta, porra!” rsrs Tem como ficar sofrendo? Quando, não, ele simplesmente deixa o celular comigo pra eu ficar ouvindo músicas diversas e assim me acalmar.

Duas semanas dormindo as 3:00h da manhã, todos os dias. Durante a semana, não via o trajeto de ida pro trabalho e nem de volta pra casa porque estava sempre dormindo. Mas a confusão interna era tão grande que nem uma pancada na cabeça me faria dormir cedo. E pra piorar a situação do sono, ainda tinha as histórias no MSN. Às vezes 12 janelas abertas ao mesmo tempo, alguns papos interessantes, outros nem tanto. Fato era que, não tinha como deitar sem falar com Rodrigo. Pelo menos uma risada pra dormir bem. Bobão como só ele, faz graça até do próprio sofrimento, ainda mais do sofrimento alheio. Se bem que agora ele tem estado mais sério, mais homem. É... as coisas mudam. E felizmente, neste caso, pra melhor.

Outra sexta se fez presente, só agora, bastante desagradável. Uma mentira só se torna mentira quando é descoberta. E eu posso ser a mais idiota das mulheres (e sou mesmo), mas não existe verdade que escape aos olhos de Deus. Pedi ajuda a Ele e fui atendida. Tive serenidade e sabedoria pra resolver a situação de perda que se repetia a minha frente. Conversei, falei baixo, abaixei a cabeça e perguntei “O que faremos?”. A resposta foi cruel, porém já esperada “Não vou mais lutar por nós”. Positivo, mas... Hora de revelar a carta na manga. Mentira desmascarada, hora de dar as costas e continuidade à caminhada. Sozinha, enfim.

Outro sábado, bem mais calmo e claro. Vamos buscar o pequeno Vinicius!!! Dois padrinhos ansiosos, receosos da reação do afilhado há tempos não visto. Todas as vezes que o buscávamos, chovia na Via Dutra. Não podia ser diferente, porque tem coisas que não mudam! rsrs Muita conversa rolou de Santa Teresa até Palmares. Quanta coisa não havia sido dita ainda, quantas novidades e quantas mudanças aconteceram nesse 1 ano e 4 meses de ausência. Eu e Rodrigo parecíamos duas vizinhas na janela, falando da vida de todos, analisando festas, bailes, famílias e etc. Finalmente chegamos. Quem falou mesmo que tínhamos um pequeno afilhado? Meu Deus, quase do meu tamanho! E lá fomos os 4, eu, Daniel, Vinicius e Rodrigo, animadamente voltando pro Rio, todos com muita fome. Claro, porque isso sempre foi nosso ponto em comum! E tem coisas que não mudam!!! Hahahahaha Parada estratégica na Rotisserie Árabe do Largo do Machado pra matar as saudades das esfihas de queijo e carne, do arroz com cebola e da kafta. Aliás, kafta que estou até agora querendo ver, já que meus pequenos bois, comeram as minhas, do padrinho e tio e ainda as deles! Na saída do restaurante, aquela sinceridade afiada e diretíssima do Vinicius “Dindinho, Dindinha, eu gostei muito” deixando dois adultos com cara de bobos, como sempre com o peito cheio de orgulho e mais felizes que nunca. Éramos uma família novamente, amando-nos como amigos, padrinhos, tios e primos.

Domingo, nosso dia, mais família ainda, contando agora com a presença da minha mãe, Dona Luzia, vovó e tia. Logo de cara, ela se sai com uma de suas famosas frases curtas e de efeito: “Jesus”. Como assim Jesus? Antes de qualquer coisa, a gente na gargalhada geral porque já sabia que era sacanagem dela. Realmente, coisas que não mudam, minha mãe gastando o Rodrigo. Por que Jesus? Ressuscitou dos mortos... hahahahahaha E lá fomos nós, vento batendo no rosto, carro lotado de alegria, rumo a praia de Charitas, em Niterói, comer peixe frito de frente pro mar. Depois de almoçados, foram os meninos brincar na areia, a vó-tia coruja foi filmar as estripulias dos dois (ela e essa máquina dela) e eu e minha vizinha ficamos botando mais papo em dia. De pernas esticadas nas cadeiras e sentados lado a lado, apenas com o a luz do Sol que passava por entre as folhas das árvores como testemunhas, colocamos alguns pingos nos is, situações engasgadas do passado que ficaram ditas e não ditas.

Final do dia, fomos despachar primeiro o que mora mais perto e depois o outro. Meu afilhado dormindo no banco de trás, eu na frente conversando com o padrinho dele e pedindo a Deus abençoasse aquele soninho. A mesma sensação boa de felicidade, mas com uma ponta de medo. Não pus o cinto de segurança nele, não tive coragem. Preferi confiar na direção do Rodrigo, que sempre foi excelente, do que não conseguir carregá-lo comigo numa situação de emergência. Meu Deus, não quis nem pensar na possibilidade de não poder tirá-lo do carro... um dia chorei demais pensando nos meus meninos, um de 4 e outro de 7 anos. Entreguei a Deus e seguimos em paz pela Brasil e Dutra. Na mesma paz, devolvemos o pequeno sonolento à mãe, são e salvo. Graças a Deus.

Antes de chegar cada um em sua casa, a parada pra comer um carré com batata frita na Ponte da Amizade.

Hora de dormir. Como dormir se o corpo estava um caco, mas a mente e o coração ainda estavam acelerados? De novo, às 3h da manhã.

A nova semana veio desafiadora: ou você vence seus medos ou eles te vencem. E uma Guerreira da Luz não aceita derrota tão facilmente. Tinha dia que nem as músicas do celular do Caio me acalmavam. Nem mesmo o Renato, outro amigo do trabalho que não me acalma com música ou palavras bonitas, chega logo me segurando pelo braço e me chamando de frouxa! rsrs Mantendo a rotina de sono reduzido a quase nada, ainda tive que aturar gracinhas via nick do MSN: “A FILA ANDA”. Putz! Minha resposta: “Em alguns casos, o melhor a fazer é deixar passar batido” Aí tomei uma chamadinha pelo telefone “Ué? Cadê a Lucille que eu conheço? Você deixando barato?” Expliquei que não valia a pena participar do Jardim de Infância, mas mesmo assim, fui instigada a deixar apenas uma subliminar resposta: “E A MINHA CORRE” hahahaha – Bandidagem pura! rsrs

Sexta, depois de tanta dúvida, partimos rumo a Febarj. Quanto tempo... Lugar cheio, público de gosto duvidoso, músicas idem. Iiiiiii, rata de Viaduto totalmente desambientada! Mas vamos que vamos, quem faz o lugar sou eu e não o contrário. Minha garrafa de Smirnoff Ice e eu, balançando um pouco no meio da pista lotada. Aliás, só a garrafa, porque o espaço era mínimo. Por duas vezes, surgiram dois braços fortes ao meu redor pra afastar os mais folgados, que chegam se encostando como quem não quer nada. É tão bom se sentir protegida assim... Pena que não passavam dos braços de um amigo mais que querido. Na verdade, já tinha sido assim um dia, proteção de amor, mas agora é cuidado de amigo e já me dei por satisfeita. E o fato foi que seria preciso passar a noite com os braços ali porque era muita gente parando pra me urubuservar. Impressionante!

Eu desacostumei a esse assédio, não tinha noção do que acontecia a minha volta até o cidadão estar quase me pedindo em casamento no pé do ouvido! Na segunda garrafa de Ice, dançando freneticamente, espantando todos os bichos voadores do pensamento, com música boa, música ruim, nem queria saber! Tava dançando. Pra melhorar a situação, Felipe, um amigo dos tempos de Monte Alegre (rua da minha perdição rsrs) que eu não falava há uns 6 anos, decidiu que era hora de retomar a amizade. Nossa... achei maravilhosa a atitude dele, de vir me cumprimentar sem nem saber qual seria minha reação, simplesmente colocou as armas no chão e veio me dar um beijo e um abraço fraterno. Foi um gesto de humildade que significou muito pra mim, pois me mostrou que o moleque eu havia brigado lá na adolescência já não existia mais e mostrou pra ele que a garota louca também não. Só sobrou a mulher louca, mas abafa isso que ele ainda não sabe... rsrs

Aí que eu dancei mesmo com vontade. Feliz da vida!

Um calor dos infernos, a blusa já ensopada de suor, o coração dormindo profundamente. Fui ao banheiro. Na subida, uma cidadã me pára, bêbada. Pensando que ela está tentando se segurar em mim, deixei que ela se apoiasse no meu braço, quando descia o degrau perto de mim. Mas a desgraçada queria mesmo era me agarrar!!! Nunca tinha passado por isso... “Ô calor”... Uekatiiiiiiiii Nojento demais ela tentando me beijar. Mas como estava na mão do palhaço, dei um desconto e ao invés de empurrá-la com vontade escada abaixo, me limitei a empurrá-la devagar.

Voltei pra pista e logo ouvia alguém berrar atrás de mim “Caramba, tá demais hein?!!!! UM, DOIS, TRÊS, QUATRO!!” apontando pra cada um dos 4, pra logo depois bater palmas fortemente. Meu Pai! rsrs Rodrigo tendo crise de ciúme porque 4 caras, um em cada lado, pararam pra me ver dançar. É mole? Hahahahaha Ué? Tô solteira, num tô? Só não pode me tocar, porque já sabe que homem de pista black, nunca mais!

E eu dancei e dancei, sozinha, com meu amigo Maik, com o amigo dele Humberto, mas com ele... Rolou Donell Jones, aí sim, seduuuuzzzzz! rsrs

Noite finalizando, tudo na paz, coração ainda dormindo. As vizinhas vão andando até o carro conversando sobre as possibilidades. Paramos pra analisar as diversas e adversas situações. Coração acorda no meio do papo. Mas, engraçado, não teve pesadelo e decidiu ficar acordado, estava de bom humor.

Sábado, casamento da grande amiga Daniela. Acorda cedo, faz cabelo, faz unha, mas mesmo assim se atrasa. Mas deu tudo certo a não ser por um pequeno detalhe: afromóvel decidiu que tinha que tirar folga no sábado. Pra ir de Santa Teresa ao Méier e depois Ilha sem ele, só com uma pessoa Sony do lado. Sony = 100% atitude. Pensei que fosse perder a cerimônia do casamento dela, fiquei super triste e cheguei a me conformar. Mas, graças a Deus, eu não estava do lado de um qualquer nota. Além de estar lindo enfiado naquela blusa de manga dobrada, ele ainda decidiu que me levaria de táxi até lá e voltaria pra pegar o carro e me buscar. Mas e se não der tempo? “Vamos tentar”. E não é que deu? rsrs Quando cheguei, ela tinha acabado de chegar no altar. Ela tinha me pedido muito pra ir, queria olhar pro lado e me ver lá, por isso era tão importante que eu fosse, por mim e por ela. Fiquei lá com o casal de amigos Sanny e Ricardo e ela, a noiva, só foi me ver quando acabou e que vinha saindo do altar. Que sorriso lindo minha amiga deu! Seu rosto ficou ainda mais iluminado quando me viu e outra vez eu entendi o que é realmente importante numa amizade.

Nossa noite estava só começando. Ainda voltamos pro Centro pra pegar Rodrigo e o carro, mas nada feito, táxi novamente. Finalmente chegamos à Ilha, festa do casamento linda, lugar super organizado, o DJ já começou mandando no hip hop e os garçons entupindo a gente de bebida. Eu e Sanny enlouquecemos rápido, logo no primeiro chope. E como a noite tava boa, desce chope, desce batida, desce pinã colada. E vamos pro banheiro. Iiiiiiiiiiiiii Quando volto, escuto “Esse banheiro tá bombando!” Outro ataque... hahahaha E eu lá tenho culpa de dar vontade de ir ao banheiro? Se tiver gente olhando, que posso fazer eu? rsrs

E aí tome pista de dança! Hahahaha Bandidagem. Dança anos 80, dança samba, pagode, funk, micareta. Rodrigo é a companhia perfeita pra rachar a cara dançando Não me lembro de ter tido outro amigo assim. rsrs

Vamos embora, parte pra Monte Alegre de novo, e aí sim o carro. Não o Afromóvel, mas o branco (que eu nem sei se tem nome). No som, hip hop pra galera, pra animar e convencer Ricardo a ir pro Viaduto. Toca K Young e toca Donell Jones e a noite promete ser norótica. rsrs No baile tudo acontece, menos o que se espera. Estavam lá as vizinhas, sentadas lá atrás e eis que uma figura de meio metro decide que tem que sentar do nosso lado porque brigou com o namorado.

E eis que passa meu amigo do coração, que estava aborrecido comigo e eu com ele, me acena com a mão e um sorriso. Ah, o coração pulou alto! Poxa, como alguém poderia jogar mais de 2 anos de amizade sincera no lixo por causa de um moleque que conheceu há 4 meses? Não pode, né? Seria muita burrice de ambos, porque colega de trabalho e namorado fake, a gente encontra em qualquer esquina. Lealdade canina, não.

Resolvemos ir pra pista dançar, ainda com a pochete a tiracolo. E o namorado da cidadã lá na meiuca se acabando de dançar... rsrs Também pudera, Fernandinho DJ comandando a festa, até eu me acabei! Mas tava na hora de partir, abandonei meu baile as 3:00h.

Final da noite, não sei quero escrever. Surreal, completamente surreal. Ruim.

Domingo, mais conversa e uma revelação que me tirou o chão. Foi preciso fazer uma força monstro pra não chorar, mas minhas lágrimas são ainda mais teimosas que eu, sempre tem umas que furam o bloqueio do pensamento contrário. E eu não quero mais pensar no que ouvi porque a simples idéia me estremece dos pés a cabeça. O pior mesmo foi ouvi-lo dizer que faria de novo... Chega.

Agora quero me concentrar na organização da minha vida. Somente. Dedicar-me a quem não valoriza o esforço alheio só me fez mal. Farei uma limpeza no MSN, no quarto e na cabeça. Estar sozinha não é o fim do mundo, passei momento pior e dei a volta por cima, triunfante. Farei de novo. Tenho uma família que me ama, independente do sabor do meu feijão ou da cor da minha calcinha. Tenho uma carreira pra amadurecer e consolidar. Tenho ainda vida pela frente e tempo pra usá-la em sua totalidade. Tenho amigos leais e verdadeiros. Tenho amor. E nada paga esse amor que recebo, nada mesmo.

Bem, acho que esse post ficou bem claro, né? rsrs Agora me digam o que preferem: assim ou como os anteriores?

Beijos,

L.