A caminhada não tem sido fácil, e nem ao
menos dá sinais de que vá ficar. Viver não é lá tarefa das mais descomplicadas,
do tipo que se realiza após uma verificada no manual de instruções ―
simplesmente porque não existe um. E se talvez existisse, desconfio que diria
apenas: faça tudo conforme determinar seu coração.
A memória é falha. As vezes por nossa vontade. Um dia tudo isso se apagará: a beleza dos domingos de Sol, a euforia das noites de Lua e a sinceridade dos sorrisos. Chegará o dia que em que tudo isso não passará apenas de dados da minha ficha técnica junto a Deus. Estes são os registros dos melhores momentos de uma vida simples, porém agitada e enfeitada de laços coloridos de amor. -/- Lucille
domingo, 16 de dezembro de 2012
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Oposto complemento
Primeiro foi um caminhar sem olhar para trás. Depois com passos
rápidos, a distância foi ficando mais urgente. Em pouco tempo a fuga em
disparada era a única forma de manter a lucidez. Havia tanto por sentir para
pouco dizer ― onde iria parar se não tivesse uma maneira de sair?
domingo, 25 de novembro de 2012
Páginas em branco**
O
dia começou com trabalho pra edificar a vida de um homem, não estava nos planos
sair mais cedo pra poder curtir meu momento único com a natureza. Filho de
Oxóssi, fui me encontrar com águas de Iemanjá, momento de pura reflexão sobre
tudo que as pessoas não dão valor.
40% de mim é você*
E
quem iria dizer que eu que sempre odiei Português, História ou qualquer coisa
relacionada a área de Humanas, poderia querer escrever, fazer textos
misturar poemas e virar leitor assíduo.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Sabedora de mim e do meu lugar nesse mundo
Porque dia de consciência é todo
dia, fundamentalmente consciência do que se é e o que se pretende ser.
quinta-feira, 15 de novembro de 2012
Agradecendo o presente de alma e coração
Escrever
é um dos meus grandes prazeres, assim como dançar, ler, trabalhar e comer uvas
passas brancas. São pequenos momentos que fazem minha vida inteira valer a
pena, dão sentido aos dias, às noites, a todo o tempo em que me proponho a
continuar lutando por uma vida melhor, a minha e dos meus.
BRINCANDO COM OS POEMAS*
Em
certo momento fazendo a coisa mais errada do mundo e outro curtindo deixando o
coração e a vontade de te ter falar mais alto.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Momento ruim, ajuda maior
O
momento é delicado, sofrido, tenso.
Cada
pedaço de mim se arrasta todas as manhãs, porque a missão ficou pesada de
cumprir.
Eu
fiquei pesada.
Mas
não quero pensar agora. Analisar o que está por vir, da forma inexata que se
mostra, me custa muito mais do que apenas vive-la.
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
O que importa é o agora
E
quem há de querer alguma miúda certeza, quando um leque de possibilidades se
desdobra diante dos olhos?
Havia
no peito um cansaço morno, uma inquietude. E os olhos confirmavam: a beleza
alimentada pelos bons sentimentos há muito definhava.
Então
uma noite se fez abraço, que foi prontamente rejeitado. Outra noite se fez
sorriso, de onde nasceu a dúvida. E a dúvida, a melhor das conselheiras da
atitude, providenciou outra noite ― e dessa noite nasceu o querer.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
O melhor está por vir
Acordei meio sem saber por que e nem para
que. Aos poucos fui me lembrando: era dia de trabalho. Uma segunda-feira
quente, porém cinza, céu ainda de um azulado escuro por começar uma hora mais
cedo.
Apesar do enorme amor pela profissão e pelo
trabalho em si, naquela manhã vinda de um fim de semana agitado física e emocionalmente,
eu só queria continuar mais dez minutos na cama. Não, mais dez horas. No
escuro, no silêncio. Tipo inexistente, fora da área de cobertura, apagada,
tuuuuuuuuu...
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Iniciada a partida
Seja
bem-vindo ao meu mundo de cor, sons, cheiros e sensações.
Muito
mais que um mundo alvinegro, encontrarás montanha-russa, lago de calmaria,
deserto, rave, LUZ, amor e ódio, pulsação, perdão e silêncio. Se quiser prazer,
eis-me aqui. Se quiser dor, estou pronta para dar. Mas se pensa encontrar dias
iguais, normalidade... Dê meia-volta! Posso explodir mansamente como bolha de
sabão, mas também sei me desfazer em raios e trovoadas, tempestade que sou.
domingo, 21 de outubro de 2012
Sambando
Nada
tem efeito mais aterrador sobre mim do que um bom afago na alma feito assim,
olho no olho. Gosto muito de quem não se intimida com o que quer que eu pareça
ser, que me peita, me enfrenta, e de forma doce me faz sentir pequena e frágil.
domingo, 2 de setembro de 2012
Dama e vagabundo
― Não entendi! Eu
estava zangada com você e você colocou a música que eu mais gosto, que me
lembra você. Pra quê? Pra me provocar, né?
― Você perguntou,
mas já deu a resposta: porque é a que você mais gosta, porque eu gosto também, porque ela faz
parte da nossa história.
― Mesmo a gente
estando brigado?
― Sempre. Entende
uma coisa: toda vez que essa música tocar, será pra você.
― Pra sempre?
― Haja o que houver.
terça-feira, 28 de agosto de 2012
Presente do Jones
Quero
contar nossa história bonita, de noite e de vozes, de cheiro e de paz.
Quero
contar que vivemos dias bons, tardes ótimas e madrugadas inesquecíveis.
Quero
dizer a quem quiser saber, que sorri sem motivo, que sofri com a ansiedade pelo
reencontro, que dobrei as esquinas com a pressa de meninos atrás do doce.
segunda-feira, 20 de agosto de 2012
Não há mal que não acabe
Ultimamente ando sem vontade de escrever,
de imortalizar o que tenho sentido. Não que me falte a inspiração, é que me
abandona a vontade de relembrar o gosto desagradável de alguns dias.
Começando assim, parece até que estou em
depressão profunda, vendo tudo cinza-escuro, querendo morrer. Também não é
isso. Desde o final de abril minha vida perdeu um pouco do brilho em alguns
dias. O que era para ser um dos momentos mais importantes se tornou um dos
pesadelos. E nele eu estava sozinha, aflita e não havia jeito de acordar. Mas,
como não poderia deixar de ser, como sempre aconteceu com todos os péssimos
sonhos que tive, acordei desse também. Era apenas um sonho, meu sonho. E eu
mesma fiz meu pesadelo quando achei que pudesse dividi-lo com alguém. Até
poderia, mas escolhi a pessoa errada. E lembrar esses dias, e o que poderiam
ter sido, e o que eu fiz para que não chegassem ao ponto que chegaram, isso
tudo me deixa sem vontade de ajudar a mente a guardar. Prefiro que o
esquecimento seja natural, dia a dia, um passo de cada vez, cada coisa em seu
lugar.
domingo, 22 de julho de 2012
Erro
Nota: 21:40, Qui 15.03.2012
Em algum lugar entre Pernambuco e Alagoas, pensando em qual erro será menos doloroso de cometer. As respostas das dúvidas parecem ser claras, o que falta é aceitá-las.
Em algum lugar entre Pernambuco e Alagoas, pensando em qual erro será menos doloroso de cometer. As respostas das dúvidas parecem ser claras, o que falta é aceitá-las.
N.A.: pensamento gravado em texto, no celular, durante a viagem de férias.
LN
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Tempo de cada coisa
“Todos
os dias quando acordo
Não
tenho mais o tempo que passou...
Usar
a frase “como de costume” seria uma maneira errada de começar a escrever, não
há nada de habitual, muito menos de novidade: são apenas emoções que se reinventam. São sentimentos
que se pode controlar por muito tempo, até que um dia acontece algo que os arranca
do peito, do pensamento, da alma e não há muito que se possa fazer para conter
a sequencia de lembranças, de querências e até de dores.
Enquanto
me arrumava para ir trabalhar, deixei que o rádio inundasse a casa com notícias
e som, com alguma vida além da que eu já conhecia. Em dado momento, uma música
ligeiramente familiar despertou a minha sonolência com acordes que eu não me
lembrava bem porque, mas eram especiais em algum canto de memória antiga. No
caminho entre o quarto e o banheiro, me detive: era 2007, corredor da
Plataforma 13, dia quente de janeiro, uma constatação carregada de surpresa e
profundidade: eu estava irremediavelmente apaixonada.
Parei
no meio da sala, entre enraivecida e assustada, desliguei o rádio e o dia
seguiu seu curso normal. No íntimo, algo me inquietava, mas claro que eu não
dei importância. Mas a razão é frequentemente traída pela emoção e quando
voltava para casa depois de um dia ruim no trabalho, cabeça quente e cheia, uma
lembrança foi puxando outra e outra, dando as mãos à outra e quando me dei
conta, estava naquela manhã de segunda outra vez. A música! A letra daquela
música que pus como legenda das fotos para contar ao mundo inteiro que eu havia
encontrado um grande amor.
“Eu
te amo calado,
Como
quem ouve uma sinfonia
De
silêncios e de luz,
Nós
somos medo e desejo,
Somos
feitos de silêncio e som,
Tem
certas coisas que eu não sei dizer...” [1]
Quando
finalmente cheguei à casa, havia um e-mail seu. Outra tentativa de contato como
no sábado em que estava acompanhado? Ou como no dia dos namorados? Com a
finalidade de... ... ... No fundo sei que não há resposta.
E,
ainda em ciranda, as lembranças me trouxeram outras não tão agradáveis. Minhas
mãos erguidas, minha súplica, minhas lágrimas, minha dor e minha derradeira
humilhação. “Seu sonho não cabe no meu.” Meu terror, meu abandono. Sua
felicidade? Talvez. Mas é o que desejo: sua felicidade, assim como decidi abrir
a porta ―
e as janelas, braços e abraços ― para que entrasse a minha.
Um
dia difícil para algumas pessoas acaba com uma cervejinha gelada, com um bom
banho de uma hora ou com uma partida de futebol na televisão. O meu termina
quando paro de represar a emoção e permito que jorre face abaixo, até que a aflição
se vá e fique só a esperança no amanhã melhor.
Como
de costume ―
agora, sim! ―,
ergui a cabeça enquanto tratava de escrever, porque ainda isso é importante
para tornar um dia confuso numa bela noite de Lua cheia, com flores, planos e
sorrisos.
...
Mas tenho muito tempo.
Temos
todo tempo do mundo.” [2]
Lucille
Nascimento
[1]Lulu
Santos – Certas Coisas
[2]
Legião Urbana – Tempo Perdido
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Transformando barro em arte
Tenho
sentido coisas que há muito não vivia.
Calores,
desejos, vontades, tudo que pensava não voltar a sentir, pelo menos não da
justa forma em que acontecem: com profundidade que me alcança o espírito.
Num
momento queria morrer, noutro renasci; e floresci.
Recebi
abraços, de todas as cores e perfumes. Busquei abraços antigos, alguns perdidos
no tempo e congelados sob grossa camada de mágoa. Recebi novos abraços, afagos
sinceros de quem só me queria ver bem. Recebi sorrisos, confiança, paz e
beijos. Sim, beijos que abriram os ferrolhos pesados que me prendiam no ontem.
Aquela
dor absurda que durou três semanas, finalmente passou. O peito se encheu de ar
fresco, esperançoso: ele me deu uma borboleta e eu voei novamente ― por minhas
próprias forças.
Os
dias seguem cheios de descobertas, novidades. A vida é outra, em potencialidades
e, por que não dizer, em fraquezas também. Tenho sentido coisas que não vivia,
sobretudo as que nunca conheci ― e essas são as melhores.
Lucille
domingo, 10 de junho de 2012
E pode melhorar!
Quando
tudo parece ruim, sempre pode ficar pior. E ficou. Mas não desisti, sou enjoada.
Mas
o que seria do renascimento se não fosse a morte?
Levantei,
enxuguei a lágrima, arrumei os cachos, me equilibrei no saltão e fui bater
minhas asas de borboleta azul por aí.
Encontrei
a luz e sorri outra vez.
Lucille
sábado, 9 de junho de 2012
Na impossibilidade de sonhar, não durma
Em
algum momento do futuro, hei de querer me lembrar desses dias e sei que a
memória apenas não me facilitará desencavar tantos sentimentos, tantas
situações, sorrisos e principalmente lágrimas. A verdade é que não tenho
certeza se quero me lembrar.
A
primeira ruptura de laços se deu quando eu troquei minha zona de conforto da
vida inteira, por uma vida a dois, a qual eu acreditava que tinha 50% de chance
de dar certo ou errado. Quis me enganar a todo custo e caí na minha própria
fantasia: só havia um número percentual e esse era 100 ― para dar errado.
Numa
terça-feira, ouvi que se não pudéssemos ter filhos, adotaríamos. No dia
seguinte, ouvi que um filho seria um estorvo, motivo de frustração e
infelicidade. Ele queria fazer um filme, eu queria fazer uma família. Saí da
minha casa com a mala lotada de expectativas positivas, os grandes sonhos na
eminência de realização. No momento em que ouvi aquelas palavras, foi como se
adagas cruzassem cada parte do meu coração. “Seu sonho não cabe no meu.”
E
essa foi a segunda ruptura: a jovem esposa que cuidava do lar e do marido, pronta
para ser mãe, abriu a mala, jogou dentro o pouco de dignidade que ainda lhe
restava e foi embora daquela casa, aos prantos, assustada, magoada e
arrependida.
E
eu morri outra vez.
As
semanas seguintes foram cruéis. Um pedaço de mim queria ir embora, mas só um
pedaço, pois grande parte queria acordar do pesadelo e voltar a vida com
sonhos, promessas e dedicação ― ainda que fosse unilateral. Ao se
completar a terceira semana, veio o ultimato: mais 5 dias para desaparecer.
Como? Para onde? Isso não importava. No auge do sofrimento, ainda fui acusada
de estar fingindo uma dor para me lançar aos braços de outro. Seria
perfeitamente possível, mas não tinha como acontecer: só havia dor e mais dor,
nenhum espaço para aventuras.
A
terceira ruptura foi trabalhada na urgência: ou você foge ou morre. Psicopatia
não manda recado, minha vida estava constantemente em risco e eu não tinha
muito tempo. Pus tudo que me pertencia no carro e fui para longe. Longe de
tudo, de todos, dele e dos sonhos.
Quando
entendeu que seu pedido-ordem estava se realizando, me pediu para ficar. Eu não
podia ficar: já tinha ido embora há muito tempo, só meu corpo é que havia
ficado. E essa foi a ruptura menos dolorosa, a quarta. Não houve dificuldade,
pois a alegria de olhá-lo nos olhos, do abraço, do afago, do amor, de estar
perto, tudo isso estava devidamente acomodado na lata do lixo.
Durou
um mês e apesar de toda a dificuldade, foi um grande aprendizado. Foram necessárias
rupturas para que se chegasse a conclusão óbvia: as pessoas são o que podem,
não o que os outros gostariam que fossem.
Lucille