segunda-feira, 30 de maio de 2011

Cara de pateta


Você chegou num momento em que eu precisava me divertir. Não diversão de festa, de farra; diversão de risos no meio da noite, ligações no meio da tarde, aquecimento no meio de uma geleira. Você chegou e tomou todos os meus sentidos pra si, não me deixou alternativa a não ser observar onde tudo aquilo iria dar.

Algumas pessoas ― as idiotas, devo dizer ― acham que alguém intenso como eu precisa de freio, de limite. Você me deu ainda mais energia, apagou do chão o traçado sobre o qual eu caminhava em segurança e, quando me disse aquelas doces mentiras, rasgou meu manual de sobrevivência na selva, deixando-me completamente nua e entregue as suas vontades.

Em alguns minutos você me deixou intrigada; em alguns dias me deixou curiosa por desvendar o que havia por trás de tanta atenção e delicadeza; em semanas me levou as lágrimas pelo amor que nasceu e morreu sem nem mesmo ter existido.

Você foi meu cometa Halley, minha vela mágica de bolo de aniversário. A braba, a estressada, a maluca, a barraqueira, de repente era uma gata siamesa confortavelmente instalada em seus braços, quieta, mansa, silenciosa, dócil. Sem usar de violência, de ameaça ou de persuasão criminosa, você conseguiu transformar um bicho indomável em borboleta outra vez.

Olhar a cidade do alto ou o mar quebrando na areia fofa nunca foi tão agradável. E com adrenalina; a maluquice, a brincadeira de criança levada. Esse Carnaval foi especial, voltei no tempo seis anos, quando eu ainda tinha espaço e companhia pra liberar toda a minha criatividade e transformar idéias em atitudes positivas. E só por isso eu devo te agradecer: você me fez menina novamente. Menina arteira que anda na chuva de cabelo solto... Obrigada por me devolver a mim.
Obrigada também pelo carinho, por me ouvir, por estar por perto, por todas as músicas maravilhosas ― até mesmo aquelas que você acha que eu vou gostar e eu acabo detestando ―, pelas dedicatórias, pelo presente, pela lembrança.

Quanto a você, ficarei feliz se souber que alguma de minhas muitas palavras contribuiu para sua felicidade e crescimento. Se não, de que terá adiantado tantas horas de esporro?! :-D
Sim, eu te perdôo. Quem sou eu para negar perdão a alguém? Se o arrependimento é sincero e se não há mais espaço pra mentira entre nós, então há chance para a amizade leal e canina.

Eu estava quietinha no meu canto no sábado, aí você foi lá e me chamou pra ouvir. The Foreign Exchange - Take off the blues. Que presente delicioso! "Acabe com a tristeza". Neo Soul pra mudar e fazer sorrir.






Amo você.

L.


Obs.1: You are so special to me too.
Obs.2: Madureiraaaaa... ops, ih, não! É "Ipanemaaaaa lá laiá lááá"

sábado, 28 de maio de 2011

My love letter

LUCILLE NASCIMENTO
JUNTE OS DOIS E VOCÊ TEM UM SER LUMINOSO.

Luminosidade:
Que emite luz: corpo luminoso.
Brilhante, claro; evidente.
Fig. Que esclarece, que lança luz sobre algum assunto: idéia luminosa
Fonte: dicionário

Engraçado a forma como as coisas acontecem: pensei na palavra coincidência hoje. Será mesmo que existe, será que tem pessoas que estão, estavam ou estarão predestinadas a se encontrar? Fica no ar.

Lembra quando você viu algo pela primeira vez que te chamou atenção? Sabe quando criança, aquela boneca dos seus sonhos, ou quando adolescente, aquele vestido? Algo que te impactou que você jamais esqueceu. Lembro quando ganhei minha primeira prancha de body boarding: nossa!, Não esqueço aquele dia. Mas nada foi parecido quando te olhei pela primeira vez, jamais irei esquecer aquele dia, vai ficar para posteridade. E foi tão bom ver você rindo, passar o tempo que passei... E mais uma vez eu vou exigir muito de você se for pedir pra lembrar-se de mim com carinho? E que não importa o quão tolo eu fui com você por mais que eu te peça mil vezes desculpa me perdoa? Ainda assim vai ser pouco. Valeu à pena cada instante, cada segundo. Não pode ter sido à toa nós nos conhecermos, não pode ter sido coincidência. Você sabe q já cometeu erros às vezes, ate grotescos, mas seu caráter seus valores, aquilo que você acredita, fazem de você um exemplo a cada dia ― GUERREIRA, sim você é ― isso sim é milagre: acordar cedo todos os dias ir pro trabalho, ir pra faculdade, arrumar tempo de cuidar de casa, dar atenção aos que são queridos por você.

Há um trecho no filme Todo Poderoso em que Deus diz a uma pessoa: “as pessoas querem que Deus faça tudo por elas, quando não se dão conta na maioria das vezes que Deus só fará por elas o que é impossível aos olhos humanos”, ou seja, você tem o poder, você esta pronta, você é capaz de qualquer coisa. Mude o mundo com sua doçura, sua bondade.

Definir você: embora tão rápido, em tão pouco tempo de conhecimento, você é uma Coca-Cola gelada, é uma melodia do Marvin Gaye; inteligente, sagaz, polêmica, mulher de atitude, NAO LEVA DESAFORO PRA CASA. Não caminha junto com a mentira, é um dos seres humanos mais extraordinários que eu já conheci. Veja, não tenho mais segredos, você abriu o mar vermelho que havia dentro de mim.

Há gloria em viver? Oh, sim há, viver é bom é ótimo sentir a brisa matinal é algo inigualável, mas a maior glória em viver não está em jamais cair, mas em nos levantar cada vez que caímos.
Nelson Mandela

Como ser humano ainda estou tentando me erguer a cada dia, e como ser humano continuarei tendo falhas e deslizes, mas jamais quero magoar você de novo.
NAO PARE, NAO DESISTA, não deixe de acreditar nos homens de uma forma geral. Abrace o princípio para qual fomos criados: amarmos uns aos outros, por mais que todos os homens tenham feito você perder a fé, NAO DESISTA.

Tenho o maior orgulho de você e quero que você fale isso pra mim um dia. Você me proporcionou um dos melhores momentos da minha vida. Não vivo no berço da mentira, tentei te impressionar montando uma peça teatral, quando na verdade eu só devia SER EU MESMO, com todas as minhas complicações de menino perfeitinho. Sou e serei sempre seu menino, sou grato a Deus por saber que você existe; feliz que de alguma forma você esta na minha vida.

Não mude, seja a Lucille de atitude que você é. Adoro quando estou perto de você, sinto falta quando estou longe.

I WANNA HOLD YOUR HAND AGAIN, I WANT KISS YOU ONE MORE TIME, I WANNA MAKE YOU HAPPY, AND I WANT TO BE WITH YOU FOREVER AND EVER AND EVER

EU CAMINHAVA EM UM TUNEL ESCURO, SEM BASE NEM MELODIA, ATÉ QUE CHEGOU A LUZ NA MINHA VIDA.
AMO VOCE.


M.



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Nota da autora do blog: Texto escrito por um querido amigo, um sincero pedido de desculpas (já aceito) e publicado na íntegra. Agradeço a Deus por ter os fiéis e leais comigo. Sem mentira. Doces lembranças de Ipanema.

L.


terça-feira, 17 de maio de 2011

O silêncio dos hormônios

Sinto saudade, vontade.
Sofro de um desejo supremo de estar, ter, receber.
Quero flores, sorrisos, mãos, amores.
Anseio por cada minuto de uma felicidade em gotas ― sei que existe, em algum lugar ―, inalcançável a olhos cuja luz da esperança tenha se apagado.

Carinho, excesso de carinho. Cuidado, proteção, amizade, parceria. Plenitude de confiança, honestidade, sinceridade.

Amor. Tanto quanto bastar para preencher todos os espaços do meu coração. Amor. Apenas amor.


Hoje queria ouvir isso tudo, assim, no pé do ouvido. Dessa justa forma de dizer que eu sou inesquecível e importante de alguma maneira... 















Maldita TPM.



L.

domingo, 15 de maio de 2011

Muitas e boas

A quatro mãos escrevemos este roteiro
para o palco de meu tempo:
o meu destino e eu.
Nem sempre estamos afinados,
nem sempre nos levamos
a sério.

Lya Luft (1)




O tempo tem escasseado nos últimos meses. Dito assim parece até que estou envolvida em algum projeto grandioso, complexo; não estou. Mente, sentimento e corpo é que não estão se conectando como deveriam, e, sem a organização desse trio, a vida não há mesmo de funcionar como deveria.

A roda da vida não parou de girar, tampouco. Assumo minha culpa de não ligar os fios certos uns nos outros e perder a meada. Tantos acontecimentos, vidas ceifadas, vínculos refeitos, perdas, ganhos. Não consegui parar para registrar, mas o pensamento guardou o que foi importante, coração também ajudou e agora meu corpo decidiu saltar da cama direto para o computador que ora se abre e me oferece seu editor de texto desejoso do meu existir em forma de palavras.


Acordei para trabalhar num dia normal. No caminho passei no laboratório para pegar o resultado dos exames e bem rápido vi a notícia no telejornal: atirador entra em escola e fere crianças. Pensei: mais um caso de bandido fugindo da polícia e usando crianças como escudo. Novamente no caminho para o trabalho, ouvindo no rádio, a situação era bem pior. Mas meu coração masculinizado para o sofrimento alheio, pensou lembrou dos seus e concluiu que Santa Teresa e Nova Iguaçu eram distantes de Realengo e que, portanto, eles estavam bem.

O dia passou, notícias chegando a todo momento, por todos os canais, crianças, alunos, assassinados, drama, choro, mães, pais. Pedi a Deus que confortasse as almas dos meninos e meninas que se foram, mas meu dia continuou. A noite, ao chegar em casa cansada da jornada dupla, liguei a televisão enquanto arrumava o jantar. No jornal, a grande manchete era o assassinato brutal de doze meninos e meninas na Escola Municipal Tasso da Silveira em Realengo, Zona Oeste da cidade. Numa região tradicionalmente conhecida pelo faroeste, por crimes inomináveis, esse seria mais um que em poucos dias entraria para as estatísticas, no máximo.

Quando me sentei para jantar, a menina Jade contava como havia sido a manhã de terror e como havia escapado do atirador. Jade estava séria, não havia em sua expressão sinal de dor, de medo ou de tristeza; Jade estava petrificada, em choque. As palavras saiam de sua boca como numa gravação grotesca, não parecia um ser humano ferido na mente e na alma: era um autômato repetindo as imagens do filme que rodava incessantemente em sua cabeça. Naquele momento, parei para ouvir Jade. Ainda mastigava quando ela disse "ele ia atirando no pé das crianças pra não subirem, ia mandando as crianças virarem pra parede que ele ia atirar nelas. Aí as crianças falavam ‘não atira em mim, não atira em mim, por favor, por favor moço’. Aí ele ia lá e atirava na cabeça das crianças".

Pus o prato de lado, alguma coisa engasgara na minha garganta. Não vi e nem ouvi mais nada: ondas de maremoto subiram estômago, levando tudo que viam pela frente e desembocaram em soluços altos, agudos, doloridos. Deixei minha alma sangrar a perda daquelas vidas, tiradas em segundos que uma bala de ódio atravessara seus caminhos.

Andei pela casa perdida, chorando alto, animal ferido. Doze famílias desfeitas, centenas delas eternamente traumatizadas. Numa escola, logo lá, onde papai e mamãe dizem que é para onde se deve ir para ser alguém na vida.

Quando me refiz, pedi a Deus para confortar o coração de quem havia ficado e de quem havia ido. A dor haverá sempre, o medo também. Mas desejei que houvesse no coração de todos um motivo para não desistir de suas vidas.

Wellington, o atirador, havia desistido de sua vida. Filho adotivo, introspectivo, de aparência soturna, tornara-se um jovem mentalmente doente. Aparentemente calmo, era na verdade uma pessoa fria, tomada pelo ódio e vivendo do desejo de vingança contra os colegas que, na época em que estudara naquela mesma escola, troçavam dele. Sua família adotiva não percebeu que a quietude do adolescente não era normal; era estranho, era assim e pronto. E esse, sim, foi o erro fatal: o principal motivo da morte daquelas doze crianças.

O que matou aquelas crianças, não foi uma arma, bala ou mesmo um rapaz doente: foi a falta de amor, de carinho; inexistência da certeza de que haveria em casa uma base forte e segura que protegesse do mal do mundo. O que mata, o que dilacera, o que destrói: ausência de compreensão.

O crime que chocou país e mundo serviu para dois alertas. O primeiro é que criar um ser humano nunca foi fácil, mas nós da geração Y teremos pela frente um novo desafio: não deixar que a internet faça nosso papel de educadores. E o segundo é que é fácil cobrar um mundo melhor, sem guerra, com saúde, coleta seletiva de lixo, mas não estamos nos preocupando com a qualidade do ser humano que deixaremos pra cuidar deste mundo perfeito que tanto desejamos. Dignidade só se aprende em casa.


Ela é sutil como um elefante.
Será que ela não sabe a vida que eu levo? Ela não sabe com quem eu namoro? Ela não sabe que eu não estou preparada pra isso? Será que ela nem pensa que eu ainda preciso fazer muitas coisas? Talvez ela não saiba que eu ainda não me casei e que isso é imperativo para conceber uma vida.

É, Dra. Isaura é sem dúvida alguma a melhor ginecologista do mundo, mas não sabe nada da minha vida, dos meus medos, das minhas limitações.

Jogar com a sorte, ela me disse. Deus está comigo, sempre estará. Tenho fé e acredito que tudo se ajeitará no momento certo. Trabalho em dupla, valendo ponto ― com consulta ― para a eternidade.


Gosto do que faço. Saio de casa todos os dias com a felicidade de quem vai encontrar o namorado para ir ao cinema. E se algo não funciona nesse sentido... Eu paro também. Não sou assistente administrativo, tampouco sou faz-tudo. Sou Profissional de Recursos Humanos, capacitada e qualificada. Sei meu valor e sei também o quanto ainda tenho que aprender e evoluir, seria hipócrita dizer que estou apta a qualquer trabalho. Tenho de desenvolver mais, estudar muito mais, crescer pessoalmente pra amadurecer profissionalmente. Mas isso não quer dizer que eu deva fazer o trabalho que ninguém quer fazer. Deveria soar como um elogio, certo? Nossa, se eu tenho tantas atribuições é porque confiam em mim e sabem que eu dou conta. Mas e a compensação? Expediente que termina as 22h e começa as 07:30h para exatamente o quê? Eu gosto do que faço, mas não gosto do que me mandam fazer pensando que eu posso porque sou organizada. Não quero. Não sou feliz assim. Trabalho é como sexo: tem de ter prazer pra ser bem realizado.


Eu queria mesmo era ter enfiado a mão na cara dela! rs E na sequencia, na dele também. Eu gosto de gente que não presta e assume, não curto falsidade. Todo mundo erra, todo mundo peca, mas tem uns filhos da puta que gostam de andar com a auréola na cabeça. Não fode!

Vi a Juliana ali, há poucos passos de mim e a primeira batalha foi conter o impulso criminoso de jogar o saco de osso contra a parede, tipo filme de vampiro. rsrs Mas eu sou uma Dorothy pós-moderna: uso saltos de cristal e quando bato um no outro, um solo de guitarra ressoa atrás de mim e cada passo é um estrondo na terra, com a firmeza de um trem-bala e a elegância fria de um jato.

Ele fingiu que não a viu (menos óbvio poderia ser?) e eu o “avisei” de que ela estava ali. Todos os meus músculos estavam retesados, tensionados pela razão. Leoa só caça para alimentar os filhotes, então nesse momento eu havia me tornado um lobo, um tigre, um felino caçador e predador. Eu era a própria onça-pintada, mandíbulas afiadas e pensamento rápido, mordida no crânio para que a presa nem perceba que está sendo atacada. [Tenho que parar de assistir Discovery Channel]

Ela se levantou para cumprimentar o “amigo” e eu com cara de esfinge, sem mover uma célula, deixei-a beijar o vácuo. Dentro, alguma coisa em mim riu dessa atitude, mas fora eu ainda era um felino caçador.

Quando ela tornou a sentar, estupefata com a minha reação (o elemento surpresa funciona muito bem!) eu me pus a falar no ouvido dela. Ele tentou me segurar, a amiga dela tentou se meter, mas... hahaha Primeiro foi o “Não se mete que não estou falando com você”, quase cantado. Em seguida “flor, não seja fofoqueira, coisa feia”, e isso sim, foi um tapinha na testa de leve. rs Mulher fofoqueira me dá urticária. Nem me recordo exatamente o que falei, mas foi a minha melhor mordida no crânio, sem dúvida alguma! Estava sendo... até ela dizer que esteve passeando pela minha área. Putz! Eu fui bem, muitíssimo bem, mas aí o salto de cristal virou chinelo havaiana, tirei as pintas de onça, pus o avental e... perdi a razão. Pior de tudo foi sentir mãos no meu braço. Jamais, nunca, em tempo algum tente segurar uma pessoa em estado de tensão que ainda não explodiu. Ela acaba explodindo no seu colo. Gostei de ter provado pra ela que ela era burra, que não sabia ouvir nem se expressar, gostei de ter estado em cima do saltão de cristal, mas ela me golpeou nas pernas quando disse que tinha “subido os Prazeres pra editar na chuva”. E o mentiroso sendo [mais uma vez] desmascarado. Ele puxando meu braço, ela dizendo isso, a vadia da amiga fofoqueira se metendo novamente... ataquei! “Se atreva a subir naquela porra novamente!”

Droooooogaaaaaaaa!!! Não, cara, não!!! Foram só palavras e ditas até em tom baixo, mas que nem deveriam ter saído. Não fazia parte do plano.

O filho da puta segurando meu braço me inundou de ódio e eu quis sair do local. Na rua, quem estava lá? Tchanam! rs E aí, como eu já sabia que seria, ela saiu correndo com a amiga. Sim, correndo e rindo. Ele me segurava e isso inundava meu peito de raiva: primeiro que eu não gosto de ser segurada pelo braço como criminoso e segundo porque eu não gosto de gente covarde. Não estava indo atrás dela nem nada do tipo, mas ela fugiu.

Onde já se viu quem diz que é filha de Iansã correr? Desde quando Iansã foge de alguma coisa? Foi a primeira vez que vi uma pessoa que se diz de orixá guerreiro fugir. E de forma tão vergonhosa. Tsc tsc tsc...

Uma pessoa dessa mesma religião me disse certa vez que eu, se fosse fiel, seria de Iansã e Oxum, sendo que Iansã viria na frente, peito aberto e disposta a tudo; Oxum também briga, mas se arma de sedução. E vence sem levantar um pentelho da sobrancelha. Do lado de cá, prefiro mesmo a sedução. Sou peituda, não corro, não tenho medinho, não sou fresca. Mas ainda prefiro a inteligência e o sorriso pra dizer “você usa as pessoas para os seus interesses” [eu disse], que nas entrelinhas é o bom e velho vagabunda.

E assim eu fiz.


Descobri e fiquei apavorada. Na mesma hora mandei uma mensagem pra amiga, a fim de dividir a surpresa. Como pode? Logo eu? Lutei tanto contra isso e olha só...
Estarrecida, constatei que eu não sei perder.


“Tô sem freio, tô sem freio!”
Bonde da língua sem freio.
Aos 30 anos não há nada que não se possa falar. Vergonha, medo, tudo isso acaba. Sou mais sincera e extremamente honesta comigo mesma. Se quero, faço. Se quero muito, corro atrás. Se não quero... rs


L.


(1) Extraído do livro “Perdas & Ganhos”, Editora Record – Rio de Janeiro, 2003, pág. 12.