Eles dão voz ao que eu penso,
entoam meus sentimentos. Cantam o que vivo e quando chega o acorde final, eles
nem imaginam, mas disseram em uma música tudo que eu gostaria de poder saber
como falar.
Aqui estou, mais uma vez, ao som
de Maxwell. Música nova, álbum novo. Por aqui tudo também é muito novo. Ou não.
As velhas amarras continuam aqui, me cortando na carne das lembranças que eu
insisto em não deixar virar fumaça.
Chuva cai pesada lá fora, mas
incrivelmente aqui está semiárido. Meu Sol repousa mansamente no cômodo ao
lado... Enquanto isso me faço a melhor das companhias, porque é impossível
gostar de outro sem gostar de si mesmo antes. Sinto saudades, projeto
reencontros, mágoa curtinha martela no peito, fruto de uma briga desnecessária.
Cada um no seu canto, guerra fria. Cabeças não rolam porque os anos nos
ensinaram que uma briga não deve ser motivo forte pra afastamento definitivo. São
muitos anos, é muito amor. Sinto vontade de arrancar um pedaço da pele pra depois
fazer curativo e abraçar até a dor passar.
Não para de chover e Maxwell
reproduz brilhantemente sua “Lake by the ocean”. Vai acabando... Vou deitar, me aguardam por lá.
Faz frio, já é tarde. E chove. Só lá fora: aqui dentro tem aquecimento central.
LN
---conte>
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