quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Off-line

Sentei-me na cadeira do consultório e abri o livro. Há tempos queria comprá-lo, mas na hora H, Agatha sempre vencia. Desta vez, a paixão pela simpática inglesa, deu lugar a simpática, porém menos ortodoxa, Bruna Surfistinha. Na verdade, Raquel Pacheco, nome verdadeiro da autora, conseguiu me prender em poucas linhas, muito menos que os assassinatos misteriosos de Mme Agatha.

Mas isso é análise para outro post. Um feliz.

Passei apenas para dizer que vou ficar algum tempo distante. E onde entra o livro da Surfistinha? Bem, conheci outro sentido de coragem e liberdade. Vou atrás do que acredito, do que quero. Não, não tenham medo, ficarei ainda na mesma casa e fazendo programa, sim, mas programa de índio. rsrs

Voltarei em breve.

Prometo.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Viva - parte 2

Satisfazer-me.
Deleitar-me.
Ouvir sons inaudíveis, ver cores impossíveis.
Despencar de um abismo e acabar em nuvens.


Estou viva, mais uma vez. Plenamente consciente disso. Deliciosamente viva. Autora e atriz principal da história.

L.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

“Viver Uma Grande História”

O tempo estava sombrio, frio. A dor era intensamente mortal. Mas havia em algum lugar um ser que me arrancava uma gargalhada colorida e sincera, em pleno horário de expediente. O tempo descobriu um rosto, uma voz e um olhar. Foi uma pequena história, porém inesquecível. Não era aquele momento, nem lugar. Não deveria ser. Mas a amizade ficou, recaídas, meses de ausência, ligação fortuita, mas esquecimento jamais.


Outra vez, tempo ruim. Só que dessa vez, eu sabia quais caminhos seguir. Um belo dia, um sábado bonito e sorridente, o telefone tocou. Lá estava ele, falando com o coração, sendo transparente, verdadeiro como nunca o havia sentido. Um
alarme estridente disparou aqui dentro. Não tenha medo, são palavras de um homem honestamente real. Não havia cantada, nem promessas, apenas um desabafo de quem já passara e vira o mundo andar pra um lado e ele ir pra outro.


A noite de sábado foi especial. Um olhar que derramava sobre mim múltiplos textos, que me fazia sorrir e ao mesmo tempo pensar. Uma vontade de dar certo crescia em nós. Uma vontade de sumir me consumia. Decidir rapidamente em situação que exige raciocínio é o meu forte; pensar rápido em momento ímpar é mais fácil. E àquela hora pedia apenas que eu caminhasse, que deixasse o vento dançar em mim e seguisse um instinto primitivo que há muito inexistia entre nós: desejo. O fim da noite me deixou estranha, pensativa. Tinha sido uma noite boa, rebolativa, com um par de olhos grudados em cada movimento meu, o que me deixa positivamente com mais vontade hipnotizar com um incitar de quadris. A questão era: tinha sido boa demais. Estava certo? Nenhuma lágrimazinha? Nada? E o sono chegou só as 8:00 da manhã.


O dia seguinte foi aquele, envolta em pensamentos confusos, sentimentos mais ainda. Como já havia dito, se pensar muito, erro na decisão. E não foi diferente. Passei a noite de domingo sentada no chão do banheiro, chorando e chorando copiosamente, soluçando e maldizendo a burra idéia de bater palmas pra um canalha.


Então, me lembrei uma coisa. “Abra seu coração pra Deus. Ele já sabe de tudo, mas diga você, converse com Ele”. Não me lembro quem me ensinou isso, mas certamente foi mais um dos sábios da minha vida. Ali no chão, cansada de nadar contra a maré que me arrastava de encontro às rochas, parei e olhei pro céu estrelado. Disse a Ele que não conseguiria sair dali sozinha, e muitas outras coisas que não poderia fazer, mas que precisava, se não morreria afogada no mar de mágoa em que estava. Pedi com toda a força de meu coração, banhei-me e dormi.


A semana. Ah, a semana... Bateria do celular subindo e descendo, caixa de e-mail colorida novamente. Havia uma coisinha acontecendo no peito, uma sensação de segurança, um alívio. Descobri-me sendo carinhosa de novo, sendo amiga, dividindo problemas e alegrias, pedindo socorro quando o trabalho ficava muito estressante. Às vezes batia tristeza por causa da distância, da falta de tempo, mas quando o telefone tocava aquela voz que dizia “oi minha preta linda” assoprava todos os receios pra longe. Cada dia que passava trazia a certeza de ter recebido a resposta ao meu pedido a Deus. Confiança e carinho, tudo junto de uma só vez.


Burrice é doença. E eu sofro disso. Não vi na minha cara que tinha encontrado o que queria há tempos. Deixei partir, sem ao menos lutar. Fui fraca demais, permiti que as coisas acontecessem, tudo morrendo na minha frente e eu não fiz nada.


Foi um feriado tão gostoso... família nova, criança nova. O tratamento comigo foi o melhor de todos. O bolo do Seu Valtair... Sem ex-mulher dos infernos pra atrapalhar. O que mais eu poderia querer? “Vem pra cá, aqui a gente decide o que fazer”. Atitude purinha, totalmente consciente de seu lugar como homem da relação. E eu, idiota, o deixei ir embora.


As músicas são várias, também sinal do grande carinho. E assim como disse Djavan, em Um amor puro, “Te adoro em tudo, tudo, tudo”.


Disso tudo, só me alegra lembrar que foi lindo cada minuto, do primeiro beijo até a despedida domingo de manhã.


Não sei que passo dar agora. Gostaria de poder andar pra trás. Talvez seja o momento de repensar muita coisa, muitos conceitos que não estão me levando a lugar algum.





NOTA DA AUTORA: Texto criado há duas semanas.