sábado, 31 de maio de 2008

Se não muda o mundo, mudo eu!



Se tem uma coisa que me agrada nessa vida é despertar a curiosidade alheia. Gosto quando sei que em algum lugar alguém está pensando em mim ou em qual será meu próximo passo. Quem acompanhou o post passado, viu como esta canceriana consegue ser ao mesmo tempo adorável e detestável. O ponto de equilíbrio é: gostando ou não, sou uma pessoa interessante. Pessoas legais não são interessantes, assim como pessoas ditas “normais”. O que é mesmo ser normal?

No blog, são diariamente, em média, vinte visitas. No Orkut são no mínimo cinqüenta, já tendo chegado a 229 num só dia. Esses dias, de mais de 100 são sempre os dias em que mudo o status de relacionamento. Por que será? rsrs No fundo gosto disso. Momento divã: adoro provocar essas reações nas pessoas, deixá-las instigadas, confundir. A sensação de poder é fascinante, eu tenho algo que todos querem: a informação, a verdade. E não dou. Não curto mentir, o bom é fazer o jogo de gato e rato no labirinto. E isso vicia.

Às vezes a omissão é necessária, pois é preciso ter certeza das coisas antes de divulgar, até mesmo para que não dêem errado antes de efetivarem-se. E isso não é proposital. Divertido mesmo é deixar as pessoas secas, loucas para ler “meu namorado” ou “estou saindo com o...”. rsrs Isso sim é quase orgásmico! Eu sei de pelo menos cinco pessoas que visitam o blog ininterruptamente só pra ler isso aí. Mas deixem-me decepcioná-los, meus caros: existem certas histórias que são só minhas, não quero dividi-las, apenas com quem as viveu comigo.

Neste momento, por exemplo, uma negra muito bonita e alta, passeia por aqui, a fim de colocar uma confirmação em suas suspeitas e sair do limbo. Pois bem, não sou tão má assim, posso lhe contar o que quer saber. Blog, Orkut e e-mail estão à disposição. Mas tem uma condição: terá que vir me perguntar. O que a gente consegue nessa vida de bandeja, não é mesmo?


E ainda têm outras pessoas, algumas até que dizem não gostar de mim, mas adoram ler-me. Que ótimo! Fico lisonjeada, afinal, admirar quem se gosta é quase uma obrigação, mas quando não se tem afinidade e mesmo assim a pessoas desperta curiosidade, claramente é alguém interessante. Momento modéstia nota zero: e eu sei que sou interessante.

Bem, vamos ao que vim fazer aqui hoje: saciar-lhes a torturante curiosidade a respeito das novidades. Eram quatro, né? Bom, uma e talvez a mais aterrorizante seja a mudança de trabalho. Saí de uma empresa grande, mega complicada em termos de gestão, mas com a qual nutri um forte laço de carinho e amizade. Quer dizer, não pelos gestores em si, mas pelos geridos, por quem bota a cara à tapa todo dia para os mais de 400 mil clientes. Literalmente a tapa. Não sinto pena, pelo contrário, sinto um orgulho imenso de ter trabalhado com estas pessoas e ter tentado, ainda que não pudesse muito, melhorar a qualidade de vida e trabalho delas.

Apesar de fazer o que gostava e de ter aprendido a gostar de outras coisas, meu espaço de atuação ficou pequeno, não tinha pra onde voar, não tinha mais por onde bater minhas asinhas de borboleta. A proposta foi feita: fique e contente-se em ter um emprego. Mas não sou mulher disso, todos sabem. Contentar-me com algo? Impossível. Busquei outros caminhos, fiz contatos e em dois meses, a janela foi aberta. Não pensei: espreguicei-me languidamente, tirei a poeira e bati asas rumo à luz do Sol. Tive certo receio, é verdade, mas poderia morrer por tentar e dar errado, jamais por não tentar.

Agora, um novo desafio encontra-se atrás da montanha: o mar. Ah, o mar... Espero que meus novos amigos de trabalho não sejam tão resistentes quanto os antigos, porém que sejam tão amigos quanto o que deixei lá. Espero ter por eles a mesma vontade de dar o melhor. Tudo está no início ainda, estou chegando, me ambientando ainda. No que depender da parceria da corretora, claro está que dará certo. E melhor e pior de tudo mesmo, foi ter voltado pro coração financeiro da cidade, infinitas lojas, perdição total. Deus me ajude! rsrs

A segunda novidade, por um lado me deixa confortável em relação ao trabalho e por outro, tira um pouco da minha marra. rsrs Mudei também de faculdade. Durante algum tempo, Administração ficará em segundo plano, aguardando, o término de Gestão de Recursos Humanos. Ser Administradora é uma meta ainda, não desisti, apenas pausei. Para manter o nível padrão de estudo, com cabeça fria e dinheiro no bolso, foi preciso mudar a estratégia. Uma das filosofias do Administrador é: time que está ganhando se mexe, sim, e justamente quando está ganhando. Não adianta, sou uma deles, não tem como negar pois é evidente em tudo que faço. Ponderei, analisei e vi que a mudança se faria necessária para continuar, mais a frente, perseguindo minha formação de graduação.

Se inclinar um pouco a cabeça para a esquerda, vejo em meu armário um adesivo onde se lê “Administrador”. Sinto orgulho máximo da profissão que escolhi abraçar, sinto saudade de Ruth, PP, Alberto e até do meu desafiador Dário (duvidou que eu fosse passar e eu o fiz engolir minha prova final gabaritada). Mas foi com eles, meus mestres, que aprendi a não temer desafios profissionais e acadêmicos. É apenas um até breve, vou ali e volto já.

A terceira novidade, que também é mudança, ainda não está concluída, portanto, ainda não posso contar. Aí fica mole demais, né? rsrs

A quarta e última, porém não menos importante, vem do coração. Está em paz, calmo. Deixem-me lhes contar uma rápida história. Há mais ou menos 12 anos, eu namorava André, o primeiro dos piratas. Na flor dos 17 anos, minha vida era sair com ele pra cima e pra baixo, para o que ele me apanhava na porta de casa e lá me devolvia, sã e salva. Certo dia, fomos a uma festa de rua, em nosso bairro mesmo, mas um pouco afastado, na outra ponta, longe de casa. No meio do assunto, brigamos. André era “esperto” demais e eu idiota demais. Impulsiva como sempre, dei as costas e fui-me embora, deixei-o falando sozinho e ganhei o rumo de casa. Nada de anormal se não fosse 1h da manhã. Eu com raiva não sinto medo, aliás, depois aprendi isso: a ira inibe o medo. Quando passava pela porta da casa dele, que era antes da minha, o pai dele estava na janela, de guarda como sempre, até que o filho chegasse. Quando me viu passar, me chamou e perguntou onde ele estava, falei o que tinha acontecido, ele ficou muito indignado com o filho e desceu comigo até em casa. No dia seguinte, o esporro comeu. Lindamente! Seu Isaque, homem das antigas, pegou André pelas orelhas e pelo rabo, como cachorro bandido. rsrs Horas depois eu subi para vê-lo e aí mais esporro. O cachorro bandido me pediu desculpas e aceitei (não falei que era idiota?) mas mesmo assim Seu Isaque sentou conosco e sentenciou: ele jamais, em hipótese alguma poderia ter me deixado ir embora sozinha, ainda mais àquela hora da madrugada. Se me pegou em casa, teria que, obrigatoriamente, me levar de volta. Com ou sem briga, afinal, ele é o homem e eu ainda era menor. “Se acontecesse alguma coisa com ela, que conta vc daria pros pais dela?” E nem eu escapei “Vc não pode sair assim batendo os cascos, porque se foi com ele, tem que voltar com ele”. Dali eu aprendi como um homem de verdade deveria agir e isso se tornou referencial de relacionamento pra mim. Sorte do André que teve um pai para ensinar isso, depois dessa, nunca mais aconteceu e olha que foram quatro longos e turbulentos anos.

A história era rápida, né? rsrs Enfim, o que eu queria dizer é, desde cedo entendi o que significa cuidado e proteção, do homem para mulher, do mais forte para o frágil, do maior para o menor. Isso é fundamental para conseguir meu respeito. E meio fácil para alcançar o coração.

Homem que leva em casa, carrega as bolsas, liga pra dar bom dia, diz que gosta sem medo, que pega com força pela cintura, que protege, que devora com os olhos, que admira, que faz rir, que te deixa gostar de ser mulher, meiga, amante, amiga e que, acima de tudo, não ultrapassa os seus limites.

Passei por uma fase extremamente complicada, muita gente bebendo água no meu copo, querendo pegar carona no meu bonde. Ex-namorada é uma praga que desde sempre me persegue. Se largou, pra que quer de volta, cacete? Detesto mulher assim. Ainda mais se for ex-dona, aí ferra tudo! Ela continua mandando nele, mesmo na sua gestão e o trouxa continua obedecendo. E pra te provar que ele num é trouxa nada, e espertalhão canta meio mundo, sai, faz e acontece, porque ele precisa provar que é homem, heterossexual e independente. E consegue provar, juntamente com a prova de que pode viver sozinho. E eu, não posso.

Estou bem e feliz, as noites não chegam mais com mágoa e dormir sozinha voltou a ser bom. Quer dizer, é muito melhor dormir grudadinho, ou com alguém olhando seu sono ("High Master" total). Em verdade, é tudo muito perfeito, o dormir e o acordar junto.
Mas quando não dá, eu durmo comigo e muito feliz.

Mudar é muito difícil e as vezes, parece que ficar como e onde se está é o melhor a fazer. Lembram da filosofia do Administrador? Pois é, imaginem então quando o time está perdendo de goleada? Demorei, mas o momento certo chegou. As lágrimas não rolam mais, estou feliz.

Ah, fiz um e-mail só para meus leitores (falecom.lucille@gmail.com). Como não consegui descobrir como ocultar os comentários de forma que só eu possa ler, e as pessoas têm vergonha de comentar, então fiz o e-mail para que possam me deixar seus recados sabendo que somente eu terei conhecimento.

Momento mundo pequeno: minha pediatra agora é minha dermatologista; fui trabalhar na área do “inimigo”; o ex-corretor da ex-empresa é professor de faculdade da corretora nova da empresa nova. :-)

Maravilhoso sábado para todos.

Fiquem com Deus e até a próxima!

L.

Um comentário:

Anônimo disse...

O comentário para o seu post, está no meu blog.

Bj.
Amo

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