quarta-feira, 30 de julho de 2008

Yeah, Yeah!

Hoje estou meio rock-punk. Close na imagem: eu de guitarrista, jubão enlouquecido pra todos os cantos, língua de fora, gritando “yeah, yeah!”. rsrs É o tempo, não tem outra explicação pro sentimento de hoje.

Sábado tive uma grande lição sobre coragem. Ou deveria dizer falta de medo? Saí com meu sobrinho pra dar o passeio, daqueles que estavam em falta entre nós e que nos faz tão bem. Depois do Mc de lei, embarcamos no metrô rumo ao shopping. No caminho comprei balas, as minhas e as dele, as que ardem e as mastigáveis. Pois bem, e como sempre, ele pediu pra comer meu chiclete. Eu neguei, é extremamente forte até mesmo pra mim. Mas só se eu não fosse madrinha dele pra não acreditar que ele fosse até o fim na decisão de provar o chiclete. E assim o fez. Em poucos segundos, a cara se contorceu, mas ele nada disse. E eu me divertia por dentro, pois sabia que devia estar ardendo demais, mas ele nunca admitiria. Não me contive e perguntei, ele acenou positivamente com a cabeça (não tinha como falar) e eu ofereci a mão pra que ele aliviasse o sofrimento. O chiclete saiu da boca quase intacto. rsrs Fiquei pensando... Foi assim com o limão e com a cebola. Ele queria experimentar, mesmo que eu o avisasse sobre o gosto e a possibilidade de não gostar. Eu estava certa, claro, mas ele não teve medo.

Chegamos ao shopping, a idéia era apenas dar uma voltinha, ver gente, mas logo de cara na entrada principal, foi armado um enorme emaranhado para crianças praticarem arvorismo. Em outras palavras: chamariz de gente levada. Eu tinha quase certeza de que ele não iria querer ir, era alto demais. Bom, eu tinha certeza absoluta que não queria que ele fosse! Rsrs Mas o pior aconteceu: “Tia, eu quero ir lá.” Não, aquilo era alto demais, não. Mas há bem pouco tempo eu li que os pais criam os medos nas crianças, punem-nas quando fazem arte e parabenizam-nas quando estão caladas e quietas. Isso faz com que a criança cresça retraída, tímida e medrosa. Então, o medo era meu e não dele. Fui até o balcão perguntar quanto era – e era caro lógico, porque criança levada dá trabalho e gasta muito – aí repensei: “Vamos conversar mais sobre isso?”, mas ele estava decidido a subir. Ainda tentei ponderar “vc vai só na parte da frente e desce, né?”, porém o meu eu-criança jamais se daria por vencido, não sem tentar e tendo alguma certeza de que seria legal. Então eu estava ali roendo as unhas e fazendo o que sabia que não poderia fazer. Paguei e quando olhei pra baixo, ele já estava na fila, descalço.

Meu coração estava disparado. Era eu que iria subir, obrigada, enfrentar o perigo, correr o risco de cair, me estabacar e morrer. Drama total. Lá no meio, aguardando a vez, ele já estava as voltas com um novo amigo e ambos riam, apontavam pro alto, olhavam onde teriam que passar e nenhum, entendam bem, nenhum lampejo de medo ou preocupação sonhava em passar por seus rostos. Na outra ponta, eu era a verdadeira personificação da aflição. Mas quando ele me olhava, eu reunia todos os pingos de coragem e sorria, ainda que soubesse que ele iria escalar aquilo tudo, com ou sem minha aprovação, queria que ele se sentisse seguro. É meu papel, deixar o terreno preparado pra ele ser feliz.

Passou por mim a caminho da escada e pediu um chiclete – aquele. Fiquei chocada. Lembrei a ele que ardia e ele disse “eu sei” – estava na pilha a criança. rsrs

E ele foi equipado. E subiu. Meu Deus!!! Não, eu não iria cometer o exagero de pedir a Deus pra cuidar dele. Por favor, Senhor..., sim, eu pedi. Estava ficando com raiva de mim mesma, quase histérica! E meu menino lá no alto, se divertindo a valer com tudo aquilo. Quando me olhava, um sorriso. Jamais saberá que a tia estava de pernas bambas.

E lá foi ele... pelo tronco, pela ponte, cerca, outra ponte e... a descida pela corda. A descida era o que mais me preocupava. Mas eu me saí bem, não gritei, não chorei, apenas subi e desci as duas escadas rolantes em segundos sem desgrudar os olhos dele, que desconfio nem ter prestado atenção em mim enquanto fazia a travessia.

Finalmente ele segurou na corda e... tchum! Estava seguro pela tia do brinquedo, pra tirar o equipamento de proteção, com a cara mais lavada do mundo e aquele sorriso mais gostoso da Terra que acabou com toda minha aflição. Quando saiu, apenas queria água. Não pude deixar de perguntar se ele tinha sentido medo. “Medo? Eu não!”, como se isso fosse algo de outro mundo.

Na saída sobrou pra mim carregá-lo esgotado. Com ele adormecido nos braços, fiquei pensando: uma criança de 6 anos acaba de me mostrar que todos os meus medos são coisas apenas da minha imaginação. Visualizei a praticidade que seria minha vida com menos medo. Fomos criados assim, eu e o pai dele, não era pra ter me tornado assim tão receosa.

Outro pensamento me ocorreu: ele é como o pai, não sente medo de nada. E isso me preocupa pois ele sabe que não há limites para nada que queira fazer. E realmente não há, nós nos impomos.

Nossa próxima aventura: andar de Kart. Pois é, pegamos um panfleto e ele não esquece por nada do papel que mostra a pista de kart na Barra. Essa vida certinha e regrada pode ser boa, mas aventura é fundamental.

Quero mais! rsrsr

Pensando bem, eu sempre gostei, o que faltava era a companhia pra embarcar nas doideiras comigo. Acho que já encontrei... rsrs

*-*

Quando um amigo simplesmente evapora no ar e esquece seu aniversário, significa que a amizade não é tudo aquilo que vc pensava?

*-*

No Media Player: Korn & Evanescence, rock na veia!

Sem medo, tema da semana.

L.

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