terça-feira, 1 de julho de 2008

Vejo e ouço aquilo que toco

Cinestesia

do Gr. kínesis, movimento + aístesis, sensação

s. f.,

sensibilidade aos movimentos.

Fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx

Cinestésico, segundo autores sobre comportamento humano, é a pessoa que têm mais facilidade de “entender” e se fazer “entender” pelo contato físico, pelo toque. Há os visuais e os auditivos, pessoas que possuem melhor percepção com o que vêem e com o que ouvem, respectivamente.

Eu sou mais de ouvir e falar com as mãos. Mãos, pernas, cabeça, costas, barriga... Sentir é meu verbo. Dar carinho, cafuné, alisar, apertar, pegar, tocar, arranhar, bater, morder, beijar, agarrar, abraçar. Verbos auxiliares. E não poder fazer isso, me faz sentir inútil, impotente, amordaçada. Quero sentir o corpo, tocar a voz que me questiona, abraçar quem me pede carinho e não posso. Sei que é só uma fase, mas é duro, me amedronta às vezes. Quero me aninhar num abraço enorme e preto, ganhar um cafuné no cabelo, entortar a coluna e ficar na pontinha do pé pra alcançar o pescoço de quem me beija. Mas não posso e isso me isso me corta a alma.

Essa semana foi pedreira, em vários momentos o mundo ficava vazio, só eu e um silêncio total, uma solidão de doer. E doía muito. Me vi no meio da Av. Suburbana, com dois celulares, carregados e com crédito, ônibus à vontade e perdida. Completamente sozinha e perdida. Por algumas horas perdi o rumo, não sabia pra onde ir, a quem pedir ajuda. Fazia muito frio... Dentro e fora de mim. A 1h da manhã eu seguia para um lugar perigoso, sozinha, com frio e medo, mas com Deus no coração, para comprovar, mais uma vez, minha infinita idiotice. Deitei, olhei a foto de papel de parede do meu celular e chorei copiosamente, feito criança, de uma saudade dolorida da minha mãe.

Estar longe de quem eu amo e perto de quem não me ama, me tira o chão, faz com que me sinta desprezada, abandonada.

Quero voltar a ficar perto de quem me dá carinho, mesmo tendo receio de chegar muito perto. Mas quero saber que o poder curativo do amor está por perto. Preciso de ajuda, pois sei que a doença tem um fundo emocional, ainda mais em mim, onde racionalidade passa longe. Hoje conversei com 4 pessoas, e cada uma delas, que não falava há muito tempo, me devolveu um pouquinho do ânimo, da força.

Hoje também tive outro baque. Uma pancada forte, exatamente como foi em fevereiro do ano passado. Pra mim, uma pessoa pode ter todos os defeitos, mas jamais vou entender a desonestidade. Jamais. Chorei e logo depois o telefone tocou. Há quanto tempo eu não falava com aquela criatura no telefone! Gosto de falar com quem me faz rir, até mesmo de mim. Logo depois, a ligação que me tira do sério e ao mesmo tempo, alegra. Não adianta, na arte da argumentação, sou mais eu! Gosto de quem tenta me enfrentar, mas vê que não pode e termina assunto com “vai tomar banho!”. rsrs

Fico aqui me questionando profundamente... Porque será que um ser humano sente tanto prazer em fazer o mal gratuito? Qual deve ser a sensação de magoar alguém que vira céus e terras pra tentar melhorar um pouquinho que seja a sua vida? Será que não pensa que magoar quem te quer bem é pecado? Não sei exatamente o que escrever, ainda me sinto tonta com a pancada, não posso emitir um julgamento definitivo. Sei apenas que, alguém que se preste a este tipo de papel, não merece viver em comunhão comigo. Sendo assim, eu me mantenho longe o suficiente para não assistir ao degradante início do fim de alguém.

Aniversário semana que vem. O que eu quero? Saúde. Nada mais.

Amanhã será um dia melhor, tenho certeza.

L.

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