segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

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Hutuz 2006. Nossa noite. Clara, quente, perfeita. Minha noite. Avisei que seria e assim foi. Eu não sabia exatamente o que seria, mas sabia que seria boa, pois decidi que haveria de ser. Tomei essa decisão juntamente com a decisão de tirar uma história a limpo. A minha história com o Armazém 5 do Cais do Porto, a história de uma noite chorosa, de atitudes monstruosas, de mensagens criminosas via celular. Decidi que esta noite deveria ser enterrada de vez assim como foram meus mortos. Decidi que o simples relembrar não seria suficiente pra me fazer chorar. Nunca mais. Decidi que o nome Hutuz não seria mais sinônimo de noite ruim. Pelo contrário. Decidi associar a "noite perfeita". E como já havia dito, assim foi. Pé ainda machucado, sandália rasteira. Combina com o quê? Com o que eu quiser, a noite é minha. Combina com mini-saia verde clara e regatinha preta. Combina com argolas, com bracelete, com rímel preto, com batom Café Au Lait, com hidratante de iogurte de limão, com cabelo solto. Tudo pronto, faltava a aprovação mais importante: "Tá gostosa", me disse o espelho. Fui-me, saltitando pelas escadas, pronta pra me dar a noite que eu merecia. Surpresa! O mundo é pequeno mesmo, hein Catia? rsrs Amigo da onça... mais um! Graças a Deus que teve Tangará. Louvado seja! Gritaria no táxi, motorista gente finíssima, rindo das loucas e deixando na portinha do Armazém, sãs e salvas. Quero dizer, salvas. Pra entrar, claro, sempre VIP. Pretas, bonitas, inteligentes, legais. Não tem como não ser assim. Nem precisou dar nome... rsrsrs Tamo dentro! Hutuz Rap Festival. Nome americanizado pra um evento de música nacional. Tá bom... Vários, muitos, seguranças de terno e gravata. O dobro de meninos fumando maconha. Cada cigarro que parecia um charuto. Meninas usando os banheiros pra enrolar a erva maldita de seus meninos. E pra elas também. Essa foi a parte ruim da noite. Basquete de rua rolando. Nossos queridos Mohammed & Cia (carinhosamente apelidados por nós de Equipe Reza Black rsrs) jogando e perdendo. Hunf! Estande da D'Negro lindo como sempre. Os 3 guerreiros cansadíssimos, mas o resultado ficou ótimo. Que atitude foi aquela? Perfeita! Perigosíssima, mas digna de figurar na galeria das cenas inesquecíveis. Ice genérica rolando, garantia de mal estar. Amigos, muitos amigos. De muitos, a pergunta óbvia e inevitável: "Lucille, vc por aqui?". Pois é, logo eu, eu mesma, num evento de rap nacional, cujo nome é internacional. Logo eu, que gosto de charme. Logo eu que tomei pavor de Hutuz. Mas isso é explicação pro final. Pois é pessoal, eu ali, me divertindo aos milhares, rindo a beça, curtindo tudo que me era permitido. Outra frase que está se tornando comum na minha vida black noturna: "Vc é Lucille, né?" Se eu me candidatar ao governo, será que fico menos reconhecível? rsrs Busquei, procurei e quando menos esperava, ele surgiu do meu lado. Mais uma vez. Que abraço apertado, demorado, gostoso, de alívio. Finalmente! Meu Guerreiro da Luz. Vamos que vamos, noite perfeita em andamento. Mais amigos, muitas gargalhadas. Duas loucas gastando o tatuado... rsrsrs Duas loucas no banheiro "Tô ouvindo a voz do Mano Brown...", "Ah, deve ser só o som..."... "Iiiii, é ele, corrreeeeeeeee!!" hahahah Lá na frente, Racionais cantando, êxtase total. Faltava uma pecinha. Saí, fui buscar. Não achei, dei volta no Armazém. Cadê? Droga! Não pode desistir... Achei!!! Finalmente, show ficando perfeito, abraços, carinho, arrepio. Primeiros acordes de Vida Loka parte II. Braços erguidos, coração disparado, lágrimas não derramadas rolando na mente, em memória daquelas que já haviam caído um ano antes. Letra da música enrolada porque a garganta estava fechada. Impressionante o quanto uma pessoa pode mudar em 12 meses e ainda assim, voltar no tempo com a facilidade de minutos passados. E lá estava eu, em casa, chorando de amargura, magoada e lendo mensagens violentamente canalhas no celular. No computador, havia acabado de baixar o mesmo rap nacional que rolava naquele mesmo Armazém 5, num domingo. E a música, Vida Loka parte II, ficou gravada no coração, na mente e reafirmando a certeza de que "tudo vai, tudo é fase, irmão". O ciclo se completou. Agora éramos eu e a música, eu e Hutuz, esclarecendo as coisas, sanando essa antiga pendência. Eu queria cantar junto com Brown, mas a letra apenas martelava insistentemente na cabeça, mas o som não saía pela boca, não havia espaço. O momento foi meu. Não queria abraços, nem carinho. Eu estava sãojorgeando os dragões que ameaçaram as terras da minha sanidade. Na última batida, as mãos tremiam com a alegria da vitória. E o show finalmente tinha sido perfeito. Com a Ice genérica fiquei um tanto tonta e meus queridos estavam me ladeando, cuidando da ventania. rsrs "Vc tá feliz? Eu tô feliz" E estava mesmo. Muito. Um beijo. Luz do Sol invadindo o céu impiedosamente e amanhecendo uma nova fase da minha vida. Tantas gargalhadas, tanto riso sincero, até gastação no soldado! Hahaha Biscoito de chocolate, iogurte e beijos. E saudade. E sol... Noite perfeita. Eu avisei que seria assim. E assim foi. Beijos, beijos L.

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