terça-feira, 26 de março de 2013

Outra vitória: lutando que se aprende



Eu queria fazer, senti que precisava. Não era um sonho, mas uma finalização do sonho: a cereja do bolo. Escolhi o forno e fui em busca dos ingredientes, juntei os ingredientes um a um, misturando levemente, observando a mudança que eles faziam na tigela do meu pensamento. 

Sorrisos a parte, o início de tudo foi delicioso: primeiro saía da minha casa, arrumada e cheirosa, para uma tarde de aula. Em seguida veio o auge: sair de casa, minha nova casa, feliz e saltitante, as vezes de táxi porque era bem perto, e voltar a tempo de preparar o jantar para o marido. Depois o período nebuloso: sem sorriso, sem cor, só a obrigação e a mão forte e invisível de Deus me guiando, segurando, apoiando para encarar uma tarde inteira com o pensamento distante, choroso. Felizmente, não durou muito tempo. O samba me mostrou que seria possível erguer a cabeça, ainda que não fosse sincera, e continuar a caminhada. Os sábados passaram a ter música e isso aliviou. E quando a noite de samba trouxe uma melodia rasteira, então a força ameaçou voltar.

Paralelamente ao samba e a tudo mais que me diz respeito, estava o charme. Ah, o charme... Quer me ver com um sorriso aberto, honesto e salpicado de amor, encontre-me num baile charme em Madureira. Ah, Madureira... É lá que reside o foco do meu mais antigo e genuíno bem-querer, é lá que palavras são absolutamente desnecessárias, porque o corpo fala e os olhares gritam. E cada sábado que se findava em charme, em Madureira, nascia um domingo com motivos renovados para não desistir.

Nesse processo foi fundamental a colaboração da arte literária! Doce literatura minha. Sem dúvida, sem sombra de dúvida foi o ponto alto, altíssimo da retomada do poder sobre mim mesma. Mandei prender, mandei soltar: sambei na cara da sociedade! Aqui mando eu — aqui, bem aqui no meu corpo! E me tornei um bloco pautado: me deixei ser escrita, descrita, despida, esculpida, lambida, sugada, desenhada... satisfeita! Sangue nos olhos outra vez.

Quando a força de fato voltou, eu disse a mim mesma: entrei nessa batalha pra ganhar, mas posso aceitar a derrota, porém jamais sem lutar. 
Assim a música deu o tom da massa. Assim eu aprendi sobre pequenas derrotas e grandes vitórias, pequenas vitórias e grandes derrotas, e decidi o que melhor se aplicaria a minha trajetória nessa vida.

Segui independente de qualquer dor, segui porque não me permiti recuar, segui porque Deus tinha um plano pra mim e me ajudou a completá-lo. Segui e consegui chegar.

 
Felicidade que transborda pelos olhos: Grau de Especialista em Pedagogia Empresarial







É uma conquista minha, mas não individual. É um valor que não cabe apenas no meu bolso, é um orgulho que um peito apenas não comporta.


Motivo e incentivo: luz na caminhada

 
Quem acolheu e confortou

































É nosso, é para nós, é por todo mundo que, de alguma forma, esteve presente nesse processo de preparação do bolo e que, agora, convido a sentar comigo à mesa para saborear um delicioso pedaço de vitória.






Lucille

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