E de que adianta ter pressa? Para
que brigar? Qual a vantagem em querer conduzir tudo nessa vida como bois no
pasto? Por que dar nomes, criar regras, convenções, limites, ajustar aos moldes
só para justificar ao resto do mundo coisas que dizem respeito a uma ou duas
pessoas?
Aprendi a lição a duras penas: queria
uma história de conto de fadas, e talvez por isso tenha perdido tanto tempo com
os sapos. Hoje sei o verdadeiro valor das coisas, e ele invariavelmente está na
forma como eu as vejo e sinto, e não como eu gostaria que fossem.
Não preciso mais do contrato, ver
todo dia, amarras desnecessárias. Basta saber e aceitar que o sentimento é
forte o bastante para que o retorno seja por querer, por saudade, por desistir
de resistir a tanta distância.
Quando ele terminou de ler o
pequeno texto que havia feito pensando em mim, meu coração deu um salto e ficou
pleno de alegria por entender que o que nos une está além dos rótulos: é
música, é poesia, é olhar, é sorriso.
Essa noite foi especial: descobri
que sou, enfim, capaz de abrir mão dos detalhes para me concentrar no que de
fato me faz feliz. E o que me faz feliz são momentos, pedaços de mundo nos
quais acontecem coisas que poderiam ser insignificantes diante da ausência de “nome”,
mas tudo ganha sentido quando ele pede pra abrir o player e sem que eu perceba,
coloca a música que se tornou nosso hino, me puxa pela cintura, abraça, beija
delicadamente meu pescoço, me rodopia nos calcanhares até que, de costas pra
ele, eu perca a noção do tempo e espaço enquanto ele canta com voz doce, baixa
e rouca no meu ouvido. E que rótulo dar a isso? Namorar? Ficar? Nada cabe, nada
se encaixa. É o que é e pronto.
Porque necessidade mesmo, só de
estar em paz, com ele, por mim e para nós. É o que basta.
“Pede a Deus axé em tudo, proteção
à Mãe das águas”
Lucille
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