segunda-feira, 18 de março de 2013

Despertar



Quando o dia inicia, algo lá fora chama baixinho: — Ei, acorda, olha só o que Deus preparou pra você! E aos poucos os olhos se abrem, os sentidos voltam à realidade. Devagar, preguiçosamente, reencontro no peito a alegria de fazer parte deste mundo, nesta vida; abro os olhos e vejo que além da minha janela existe um mundo esperando por mim.
Tudo sempre pode esperar mais um pouco, é necessário ter consciência do meu corpo: tudo que está no lugar devido, e, que bom, funcionando.
A cada dia há uma coisa nova a celebrar, nenhum dia começa igual ao que se findou. Além da dádiva de poder acordar — que por si só já merece agradecimento —, em casa, lá fora, a rotina para o novo dia, tudo é diferente. Ou será que a renovação acontece mesmo no meu olhar? Ora, que seja! O que importa é que a beleza é outra, mais ou menos, sempre há beleza em todas as manhãs.

As últimas manhãs têm sido, por assim dizer, amenas. Sorriso bobo, telefone tocando pra acordar, saudade, vibrações positivas. E as tardes são agitadas, são cansativas, mas produtivas. E as noites, as vezes, contam com um chamego bom, um ardor de saudade evaporando... E o que mais interessa? Quando não, todos os que me fazem bem estão comigo em ligação, em pensamento, em conversas, em amor único e profundo: minha família, meus amigos e ele. Os meus, quem faz valer a pena iniciar o dia, com eles e por eles.

E se o meu acordar é de Deus, o meu adormecer igualmente a Ele pertence. Quando me recosto nos travesseiros, dois sob a cabeça e um sob os pés, sinto que retorno com mais conhecimento, melhor, com mais força. O descanso é parte do processo, não necessariamente o final do processo, pois o sonho diz muito sobre passado e também sobre futuro. Descanso talvez seja nada mais que um intervalo, uma pausa entre o aprender e o executar o que se aprende.

Quando o sono vem chegando de mansinho, pesando os olhos, me levando pra longe... aquela maravilhosa sensação de pertencimento. Ser filha, ser tia, ser profissional e ser mulher: todas em mim mesma, todos eles comigo e eu que faço parte de cada um deles. Aqui, lá, não sei: apenas ser — é o que basta.

Lucille
 

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