Tanta
agonia no peito nesses dias, tanto medo, tanto remédio... Hospitais, mais medo,
muito mais agonia. Parecia que os minutos estavam contados, que nada de bom
poderia acontecer. E mesmo assim eu tive fé.
Eu
desço do ônibus, viro à direita e borboletinhas laranjas aparecem do nada para
me receber. São tão pequeninas, mas tão rápidas e passam bem na frente do meu
rosto, como para me cumprimentar, e isso torna inevitável fazer o caminho
sorrindo.
Da
guarita o porteiro me sorri, acerta meu nome e eu sigo caminhando sobre o
tapete de nuvens. Na entrada, um leão me observa de longe, muito sério, muito
quieto, uma pedra. A sensação que tenho todos os dias é que fiz a escolha que
melhor caberia nesse momento. Suave, frágil, quase imaturo. Eu preciso regar, desconstruir
e reconstruir, amansar, moldar. E dar meu sobrenome. :-) E transfundir o sangue: só
assim para pertencer de fato.
Tudo
tão bom, gostoso... Nem sinto que as horas passam e muito menos sinto
necessidade de sair de perto. Só sei que é bom, que estou em paz, que a luz do
dia e o barulho me fazem sentir viva, especial, capaz, necessária, RAINHA. :-D
Fui
aprendiz, agora eu dito; fui menina, hoje sou mulher; fui tapete, hoje sou eu
quem caminha. E se ensino, é porque continuo gostando de ser aprendiz.
Lucille
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