quinta-feira, 25 de abril de 2013

A força e a garra do leão



Tanta agonia no peito nesses dias, tanto medo, tanto remédio... Hospitais, mais medo, muito mais agonia. Parecia que os minutos estavam contados, que nada de bom poderia acontecer. E mesmo assim eu tive fé.

Eu desço do ônibus, viro à direita e borboletinhas laranjas aparecem do nada para me receber. São tão pequeninas, mas tão rápidas e passam bem na frente do meu rosto, como para me cumprimentar, e isso torna inevitável fazer o caminho sorrindo.

Da guarita o porteiro me sorri, acerta meu nome e eu sigo caminhando sobre o tapete de nuvens. Na entrada, um leão me observa de longe, muito sério, muito quieto, uma pedra. A sensação que tenho todos os dias é que fiz a escolha que melhor caberia nesse momento. Suave, frágil, quase imaturo. Eu preciso regar, desconstruir e reconstruir, amansar, moldar. E dar meu sobrenome. :-) E transfundir o sangue: só assim para pertencer de fato.

Tudo tão bom, gostoso... Nem sinto que as horas passam e muito menos sinto necessidade de sair de perto. Só sei que é bom, que estou em paz, que a luz do dia e o barulho me fazem sentir viva, especial, capaz, necessária, RAINHA. :-D

Fui aprendiz, agora eu dito; fui menina, hoje sou mulher; fui tapete, hoje sou eu quem caminha. E se ensino, é porque continuo gostando de ser aprendiz.


Lucille

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