sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz 2011 que se vai


Lá se vai mais um ano...

Em 2011 eu aprendi tanta coisa, pus algumas em prática, mas, no geral, eu aprendi.

Comecei o ano com uma vitória que valeu por todas as outras: minha formatura do curso superior em Gestão de Recursos Humanos. Costumo dizer que não escolhi ser profissional de RH: fui escolhida por alguma força maior que sabia que esta seria a melhor maneira de conhecer a mim mesma e respeitar meus semelhantes. E então, em 19 de janeiro de 2011 eu fiz um juramento: respeitar a diversidade. Foi o auge de um ano que ainda estava começando, mas que se acabasse ali, seria com a missão cumprida.

Fevereiro chegou com o anúncio de paz. Tinha de haver uma forma, um jeito de não ter tanto medo de morrer a troco de nada em cada esquina, de perder filhos, primos, vizinhos diariamente para o crime. E teve. E esta não foi uma vitória minha, mas de um povo cansado de não ter voz, de ter medo.

Foi o reinício também de outro tipo de bandidagem que há muito havia acabado. Foi bom, foi ruim, foi excitante. Carnaval foi um delicioso período de um encontro casual que tornou minha vida menos amargurada. Meu sapatinho de cristal foi devolvido e eu me tornei uma rainha outra vez, com todo o luxo que podia aproveitar, não apenas material, mas um luxo comportamental: carinho, atenção, paparicos sem ter fim. Chegava a beirar o exagero, mas não posso dizer que não gostava, pelo contrário, me libertei das amarras e não viajei para ter um pouco mais do que me fazia tão bem.

Essa bandidagem agressiva me tornou irreconhecível até para mim. Sentia que estava perdendo minha essência. Não fui feita para a promiscuidade, fui feita para pertencer. Mas no fundo me divertia muito não tendo limites morais. Se você tem um namorado que te machuca e você não consegue se desvencilhar, dance conforme a música dele. E eu me formei nessa escola de dança com louvor, tanto que até quem me fazia bem deixou de fazer.

Por dois meses tentei focar na carreira, mas havia uma questão a ser resolvida internamente. Dois meses foram necessários para que ele voltasse com força total. Apesar de não ser afeito a escrever como eu, para chamar ainda mais minha atenção para pedir desculpas, ele escreveu um texto lindo e me mandou por e-mail. Não resisti e publiquei. De todos os gestos de carinho, esse foi o mais bonito. O perdão foi dado e passei tardes e noites fantásticas em Ipanema e no Leblon, exterminando fantasmas e construindo outras boas histórias.

Junho foi ainda mais especial, com flores, jantares, passeios. Eu sendo eu mesma, sem nenhuma tentativa de me transformar em outra pra agradar alguém. Consegui finalmente me concentrar na carreira. Assumi um novo cargo, muitas responsabilidades, estava onde eu queria estar e apta a isso. Estava ansiosa, porém confiante. Fui lá e dei meu recado: os elogios vieram em seguida coroando o trabalho feito com prazer e amor.

Meu aniversário trouxe ainda mais coisas boas, pessoas do bem do meu lado, novos amigos e os velhos também. Fiquei bem quietinha, me concentrando em ser paparicada. Cheguei a conclusão que eu havia passado os outros relacionamentos focada em fazer feliz o outro, desta vez eu iria exercer meu direito de ser egoísta e deixaria que alguém fizesse isso por mim sem a menor força pra retribuir.

Agosto não foi agradável. Pelo contrário, me trouxe dores, pesares. Meus pequenos e minhas mãos atadas para ajudá-los. Meu Bondinho e as vidas que se foram com ele.
Uma pequena vida se formou e se foi no silêncio e na escuridão. A dor era absurda, a solidão piorava tudo. Saía de mim alguma coisa que não florescera, que não havia nem se anunciado. Meu kanoo... Todos os dias e todas as noites a mesma dor aguda. Mais uma vez sozinha e provando o gosto amargo de uma perda e da ausência de quem deveria ao menos me confortar. Tomei um porre de vodka com cerveja e Ice, para, no dia seguinte, me sentir ainda pior. E assim se passou setembro...
Agarrada firmemente nas mãos de Jesus e do trabalho, segui o caminho. Uma amizade bonita e sincera surgiu no meio do caos. E aquele rapaz tinha mesmo o poder de transformar meu dia e me arrancar sorrisos. Outubro nos aproximou, e isso foi mais um ótimo motivo para dar a volta por cima.

E novamente ele voltou para me trazer de volta pra luz. Claro que eu não fazia por onde ser tão querida, mas ele era insistente. E forte. Novembro chegou com outras pessoas, com sentimentos confusos, com excesso de informação. De um lado quem só me magoava, do outro quem só me fazia bem e do outro, quem eu realmente queria. Chegava a ser engraçado: todas as noites na academia o papo era absolutamente normal, mas meu coração palpitava como se estivéssemos falando obscenidades. Nossos olhos berravam o que a boca não podia e não queria pronunciar. O desejo era evidente entre nós, apesar de nunca ter sido admitido. E assim continuamos, afinal, nossa relação profissional não permitia nada além de uma simples amizade.

Novembro foi o mês de Búzios, uma viagem repetida, porém muito melhor em todos os sentidos. Superei-me em ser chata e testar a paciência dele. E ele sempre forte do meu lado. Foi tudo perfeito, do início ao fim. Dancei, bebi, ganhei café na cama, muitos passeios e fotos lindas. Queria tê-lo amado no primeiro minuto, mas não consegui. Teria sido bom entregar o coração alguém que sabia cuidar dele. E quando não foi mais possível sustentar a insatisfação, encerrei o ciclo.
E também precisava terminar com aquela agonia de quase toda noite de malhação. Começando dezembro, uma festa foi o que bastou. A rua era uma ladeira interminável e eu nem senti que estava descendo a pé, só senti mesmo quando eu reclamei de dor na articulação e recebi um carinho bom no joelho, seguido de um braço dado... Ah, que tarde perfeita!

Dezembro é o mês dos desafios. A notícia me chegou como um soco no olho, daqueles que se espera, mas não se acredita que vá chegar. Chorei pouco, agitei o que podia e quando percebi, estava no hospital esperando minha mãe voltar da sala de cirurgia. Graças a Deus deu tudo certo. E foi um período em que pude entender tanta coisa... Muito importante. Sem contar que ficou claro quem são as pessoas que posso contar e as que um dia precisarão de mim e que eu vou ajudar pelo prazer de mostrar como se faz.

O ano de 2011 me trouxe coisas muito boas e apenas uma ruim, péssima na verdade. Mas já superei, estou pronta para tentar outra vez com a pessoa certa.
Desejo que Deus proteja e abençoe a única pessoa que não conheceu a palavra egoísmo para comigo, que me deu Ryan Leslie e The Foreign Exchange de presente. Para sempre quando os ouvir, lembrarei dos bons momentos, do aprendizado, das risadas, da tarde bonita em Búzios e das noites no Mio, no Outback, no Joe & Leo’s, nas areias do Leblon...



Obrigada, Deus. Cada dia, cada provação, cada dia desse ano foi importante para o meu amadurecimento como pessoa e mulher. A felicidade esteve comigo muito mais que a tristeza e é isso que importa.

Valeu, 2011!

Venha com tudo, 2012!

Lucille


Obs.: enquanto escrevia esse texto pra encerrar o ano, recebi uma ligação do meu Mestre de Bateria favorito. Ah, como eu amo o samba... :-)

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