segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Renovação: verbo e som


Sinto uma enorme necessidade de dizer com todas as letras o que estou pensando, mas não sei se todos estão preparados para saber.

As pessoas acham que podem dizer suas verdades e sair caminhando sobre o salto como se jogassem uma pedrinha no lago e pudessem dar as costas certas de que a pedrinha jamais voltaria para lhes acertar a nuca. Ser direto e sincero são grandes características que admiro bastante, porém saber ouvir a resposta é tão ou mais importante que apenas por para fora pensamentos e sentimentos. Isso significa dar a oportunidade do outro exercitar seu direito de ser sincero e direto também.

Nas últimas semanas do último ano, engoli sapos enormes, do brejo, bem alimentados, quase que não me descem pela garganta. Me vi obrigada a isso a fim de manter o clima sustentável, sem prejudicar ninguém. O fato é que eu queria olhar nos olhos de algumas pessoas e perguntar quantas contas de luz minhas elas haviam pago para me julgar. Queria também saber em que século eu nasci e fui criada para diminuírem o meu trabalho e meu sacrifício em comparação ao de um homem. E, por fim, queria dar as costas para todos os egoístas que me cruzam o caminho.

O ano nem bem começou e as cobranças desnecessárias já começaram. Desta vez não tinha porque manter o silêncio: verbalizei o pensamento e tentei não deixar dúvidas sobre o que sinto. Cada um tem o sagrado direito de fazer o que quiser de sua vida, desde que saiba respeitar o do outro também.

E para ficar ainda melhor, consegui sem esforço testar minha resistência a vontade de ir contra o que eu acredito e determino como certo. Acabou a época de bandidagem, me cansei de diversão com o único propósito de contar uma vantagem masculina sobre os próprios homens.

Essa noite tive um sonho bom, bonito. Quero que a vida siga um curso mais suave agora, com a minha dedicação para fazer apenas o que me dá prazer: trabalhar, estudar, escrever, dançar, terapia e desenvolver as varias ideias que povoam minha inquieta mente. E pra isso eu preciso me livrar daquilo que penso: se me pesar a vontade de desabafar, assim o farei, caso contrário o caminho nunca ficará livre para que outros sentimentos possam chegar.

Se esse é o caminho, então vou andar.


Lucille

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