Cansei de ser loura.
Cansei de tanta coisa que não dou mais conta de carregar, de
dizer, de mostrar. Canso, mas sigo em frente. E esse meu cansaço nada tem que ver com muito
esforço e sim com tanto tempo gasto com o que não se pode mudar. As pessoas são
o que são, as coisas são como são e não da forma ou no tempo que queremos. E
isso é Lei da Vida: vontade não modifica.
Dei tanto murro em ponta de faca, de colher, de garfo e até
de panela, que consegui, finalmente, entender que minha mão não foi feita para
porrada e sim para o carinho, o afago, o amor.
Meu beijo tem mão no rosto. Quem já teve o prazer e honra de
provar, sabe que minha mão passeia pelo rosto do escolhido, como se o toque
fosse continuação da língua. Meu beijo não é troca de saliva, é troca de
energia sobretudo. E quem não pode ou não quer ou não consegue entender e
aproveitar esse momento me cansa.
Meu amor tem gemidos, palavras doces, palavras inventadas,
palavras grosseiras e um ardor que denuncia a necessidade e urgência que sinto
do outro. E quem não acompanha ou não se reinventa nessa minha fantasia efêmera,
me cansa.
Meu trabalho tem simplicidade, comprometimento, humildade
pra aprender, tem paixão pelo que faço e uma dose de loucura pelo que sei e nem
sempre consigo aplicar. E quem não me permite externar e absorver me cansa.
E quando eu canso, eu largo de mão. O amor mais gostoso, o
beijo mais macio, o local de trabalho mais seguro: nada tem tanto valor quanto
o meu prazer em dar, fazer, realizar, seja como, com ou para quem for. Meu
reforço vem necessariamente de reconhecer que meu estímulo está sendo bem
aceito, caso contrário... Partir para a próxima é fundamental para manter a
chama da minha sanidade sempre acesa.
Sorriso para quem me faz gargalhar franca e abertamente - 20/07/2013 - Meu Lugar |
LN
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