Apesar de todos os pesares, de um jeito ou
de outro a vida se comporta como um rio que contorna as pedras e outros
obstáculos pra encontrar seu rumo. É permitido até atrasar a caminhada, mas parar
não é uma opção.
Os caminhos que a gente percorre podem não
ser os mais certos, nem os planejados, mas não deixam de levar a algum lugar. E
onde se chega não é tão importante quanto como se chega.
Há em mim uma mulher. Isso talvez não seja
surpresa, afinal, na minha certidão de nascimento consta: do sexo feminino. Mas
há uma mulher em mim além do gênero: ela é adulta, ela é forte, ela é madura,
ela sabe do seu poder e não teme usá-lo. Ela é a mulher que eu sempre quis ser.
Ela não tem mais tanto medo de sentir, porque descobriu — na verdade ela
aprendeu — que não há vergonha em se permitir. Essa mulher se permite e por
isso é forte, madura e consciente do existe em si mesma.
Essa mulher chora, sofre, sente o peso do
mundo as vezes, mas não se entrega. Ela sabe que teria mais trabalho se fizesse
isso. Sabe que se cansaria mais desistindo de buscar a felicidade do que
simplesmente aguardando pacientemente que, um dia de cada vez, pétalas de
bem-querer caíssem sobre ela.
Nem todo dia é de flor, mas ela sabe
aproveitar quando cores e odores agradáveis passam por ela. E não sofre mais
quando não vê ou não sente: já sabe que tudo é passageiro. Sabe também que a
vida é breve, por isso se permite apreciar com olhar manso e sorridente
o que lhe chega pela janela da alma. Pessoas, histórias, cenas, batidas de
música que todos dançam, mas só ela pode ouvir.
Essa mulher que mora em mim, hoje dançou na
chuva da esperança, não aquela que cai do céu, mas a que jorra de seu próprio
coração. Ela sabe, assim como eu, que os dias bons são apenas uma questão de
como se olha ao redor.
E que sejam bons os dias com mensagens
carinhosas, com beijos não dados (porém sentidos nos lábios, no rosto, no vão
dos seios), com abraços ditos, pensados, aguardados; que sejam bons os dias com
amigos.
LN
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