domingo, 11 de agosto de 2013

Três balas e hoje




As revelações não são em sua maioria novidades. São nada menos que verdades que nos negamos a acreditar.

As impressões que temos, às vezes, parecem ser aquilo que realmente gostaríamos que fossem, assim daria menos trabalho lidar com certas verdades indesejadas.



Até agora eu imaginava que havia ódio, raiva. Não há. Seria muito mais fácil lidar com isso, não seria? Não, mas ao menos eu já estava acostumada.

Descobrir depois de tantos anos que o sentimento ainda estava lá, a admiração, o carinho, tudo como sempre esteve, no mesmo coração, me fez sentir aquelas bonitas borboletinhas passeando animadas pelo estômago. Deu uma dor, uma vontade de beber o oceano, de correr e gritar pra quem pudesse ouvir do alto do mundo toda minha felicidade naquele momento.

“Eu gosto tanto dela”

Foi mais fácil acreditar no contrário, porque também encaixava melhor na lacuna que havia entre nós.

Precisava falar e as lembranças vieram de enxurrada, aquelas ainda vivas e até aquelas largadas num canto qualquer da história. A nossa história. Tanta coisa, tantos momentos, uma pequena vida que tudo teria para ser de amor — convencional, dois jovens — e, no entanto, foi apenas amor de alma, de outra vida, dessa vida, de tantas vidas passadas e futuras também. Foi amor e ponto, do tipo que não carece de muita explicação.

E eu fiquei feliz, mais ainda ao me pegar admitindo que nada mudara nesse tempo todo.


Havia mesmo uma pequena promessa, dita assim sem querer, sem pretensão alguma, mas que se fez sagrada e por isso se cumpriu, silenciosa e tranquila.

As coisas continuam e continuarão seguindo seu curso, nada mudará, exceto aquele sentimento bom que aquece o peito que fez o sorriso ficar mais forte outra vez. E que assim seja e continue sendo.


Haja o que houver.


LN

Um comentário:

Unknown disse...

Belíssimo texto!!!

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