As revelações
não são em sua maioria novidades. São nada menos que verdades que nos negamos a
acreditar.
As impressões
que temos, às vezes, parecem ser aquilo que realmente gostaríamos que fossem,
assim daria menos trabalho lidar com certas verdades indesejadas.
Até agora eu
imaginava que havia ódio, raiva. Não há. Seria muito mais fácil lidar com isso,
não seria? Não, mas ao menos eu já estava acostumada.
Descobrir
depois de tantos anos que o sentimento ainda estava lá, a admiração, o carinho,
tudo como sempre esteve, no mesmo coração, me fez sentir aquelas bonitas
borboletinhas passeando animadas pelo estômago. Deu uma dor, uma vontade de
beber o oceano, de correr e gritar pra quem pudesse ouvir do alto do mundo toda
minha felicidade naquele momento.
“Eu gosto tanto dela”
Foi mais fácil
acreditar no contrário, porque também encaixava melhor na lacuna que havia
entre nós.
Precisava falar
e as lembranças vieram de enxurrada, aquelas ainda vivas e até aquelas largadas
num canto qualquer da história. A nossa história. Tanta coisa, tantos momentos,
uma pequena vida que tudo teria para ser de amor — convencional, dois jovens —
e, no entanto, foi apenas amor de alma, de outra vida, dessa vida, de tantas
vidas passadas e futuras também. Foi amor e ponto, do tipo que não carece de
muita explicação.
E eu fiquei
feliz, mais ainda ao me pegar admitindo que nada mudara nesse tempo todo.
Havia mesmo uma
pequena promessa, dita assim sem querer, sem pretensão alguma, mas que se fez
sagrada e por isso se cumpriu, silenciosa e tranquila.
As coisas
continuam e continuarão seguindo seu curso, nada mudará, exceto aquele sentimento
bom que aquece o peito que fez o sorriso ficar mais forte outra vez. E que
assim seja e continue sendo.
Haja o que
houver.
LN
Um comentário:
Belíssimo texto!!!
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Obrigada por vir e por ler!
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