Foi
uma semana bem pesada. Uma? Duas semanas!
Trabalhar
de segunda a sexta, parar sábado pra fazer curso, voltar domingo até a outra
sexta, parar sábado pra aula na pós. Na quarta-feira o corpo começou a gritar.
Na quinta-feira, trabalho a base de remédios. Na sexta e no sábado, saí de casa me arrastando. No limiar da
força física, terminei o sábado com um choro leve de cansaço afogado dentro do
ônibus, ao mesmo tempo feliz por poder desfrutar de algumas horas de folga até
a próxima segunda-feira.
Nunca
é suficiente, apesar de tudo. Após um sono de vitória, salto, maquiagem, cachos
novos ao vento: Viaduto de Madureira, meu lugar.
Meu
povo todo lá, meus amores eternos também. Marcelo me recepcionou de um jeitinho
bonito, bom, carinhoso, ficou do meu lado até eu me reambientar. Os olhares
voltados pra mim, eu me sentindo estrela — como me sinto toda vez que estou lá —,
algumas garrafinhas de Ice depois, tudo ficou no seu devido lugar.
Se
eu não tivesse deixado a bolsa na mochila de Marcelo, teria visto o celular
tocar, teria visto as mensagens que chegaram após minha entrada triunfal. Foi
bom não ter visto, foi mais fácil de ignorar quem merecia. Leandro realmente
acha ainda que é meu amigo, mesmo eu dizendo, fazendo e deixando bem claro que
não.
Comigo
estavam os amigos, as amigas, meu povo lindo e querido. Na quinta garrafinha de
Ice, mundo já rodando pro lado inverso, ele subiu pra tocar. A primeira eu
dancei. A segunda, nossa música eterna, eu dancei pra ele. Lá no alto, de
frente pra mim, eu sabia, ele sabia que aquele momento era para apenas duas
pessoas no meio daquela multidão: nós dois. Certas coisas não precisam ser
ditas, nem mostradas: bastam ser sentidas. Aquela música é nossa forma de dizer
“Saudade, Preta.” e “Saudade, Pastel”.
Dancei
tudo que me permitiu meu imenso cansaço. Quando ele acabou de tocar, avisei a
Marcelo que não aguentava mais. Idade já pesa, foi tempo que a noite terminava
com o dia claro. Esse sim se tornou um bom amigo, coração bom apesar do meu e
foi me aguardar no carro enquanto eu ainda reunia os últimos suspiros pra
dançar a última e me despedir daquele que, haja o que houver, sabe como mexer
comigo.
Despedi-me
dos amigos e não olhei para trás. Sorri satisfeita ao descobrir as mensagens e
as ligações. Ri junto com Marcelo daquilo tudo; fora uma noite incrível.
Paradinha básica no Habib’s pra recarregar a bateria e voltar bem pra casa.
Cheguei em paz e segura, graças a Deus e a esse querido ex que se tornou amigo.
Quando me deitei, o dia nem tencionava clarear ainda, mas meu peito se abria em
luz: eu estava feliz por ter voltado ao meu lugar, com tudo que faz parte da
minha história.
E
no domingo acordei assim:
Porque
viver não é fácil, mas tem lá suas compensações.
LN
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