quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Respeito ao tempo de cada coisa


Li uma entrevista de Beyoncé em que ela dizia que quando algo dava errado, ela chorava e só se permitia sentir pena de si mesma por um dia, no seguinte já se movia para dar a volta por cima. Adotei essa filosofia: o momento de chorar deixou de ser sentido como fundo do poço; choro porque essa é uma das funções do ser humano que não é feliz 24 horas. A dor é um sentimento e tal qual a alegria deve ser respeitado e, porque não, aproveitado.


Por uma semana e meia, de segunda passada até ontem, uma tristeza amarga e profunda me rondou, me arrancando grossas lágrimas. De dia, de noite, qualquer hora. A noite era muito pior, pois o travesseiro guardava muitas dessas lágrimas. No horário comercial, a profissional sempre esteve a postos: maquiagem e salto alto. A noite, a mulher perdida se afundava cada vez mais em sua dor. Essa mesma dor encontrou uma pausa numa noite de vodka, cerveja e Ice, tudo em demasia e ao mesmo tempo. Nenhum vestígio de tristeza, nem pesar, nada. Nem mesmo com a imagem de quem deveria provocar o gelo do ódio. Nada. Mas não existe impunidade: o dia seguinte vem em dobro. Sessão extra de terapia convocada com urgência e novamente o aviso para não dar linha demais na pipa não continue caminhando para a depressão. Quando se está passando por um momento difícil, sempre há alguém que faz de tudo para piorar. E consegue. Mas a cota de fundo do poço já tinha sido batida. No corpo havia líquido para ser expulso e no coração também: com remédio e mais algumas lágrimas, tudo cessou na terça-feira.


Tanta coisa que pensei... e por pensar e analisar, cheguei a duas conclusões. A primeira é que Deus sabe exatamente o que faz, se não aconteceu agora é porque não era o momento certo e muito menos com a pessoa certa. A segunda é que estar rodeada de pessoas, ter 800 amigos em redes sociais não garante conforto nesses momentos; o que garante é ter quatro ou cinco leais amigos que dão mão e coração para te ver melhor. Não sou do tipo legal e simpática só fica do lado quem de fato gosta de mim , por isso sei quais são esses verdadeiros.


Estou me sentindo bem, sem nada de artificial para combater a dor, apenas a esperança em dias melhores. Tenho um trabalho e uma pós-graduação esperando minha dedicação. Tenho ainda vida pela frente, preciso me ocupar em vivê-la em sua totalidade.

Já chorei, já senti pena de mim mesma por mais que uma noite, por várias noites e vários dias. Agora estou indo em busca do que me mostre o sentimento contrário: prazer em estar viva!


Lucille

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