domingo, 25 de setembro de 2011

Desagua no leito do meu rio


Não sei por que você se foi
Quantas saudades eu senti
E de tristezas vou viver
E aquele adeus, não pude dar
Você marcou em minha vida
Viveu, morreu na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão, que em minha porta bate
E eu
Gostava tanto de você

Letra de Edson Trindade – Gostava tanto de você



Parece não ser nada, deveria parecer simples, nada, mas não é.
Dói com força, me arranca soluços profundos todo sagrado dia. E o descaso com essa dor... Deus, é possível ter tanta frieza num coração só? É possível que o trauma do abandono pelo pai tenha afetado tanto assim a ponto de não haver um pingo de compaixão naquela pessoa? Como pode uma pessoa saber do estado da outra e enganar, mentir, afrontar? Isso é crueldade demais que meu coração não consegue entender. Quando precisou de ajuda e ninguém mais quis dar, eu me despi do orgulho e dei. Quando eu precisei apenas de um conforto, recebi pedradas. Faltou só o “bem feito” para coroar a maldade.
A perda e o descaso doem demais.

A fuga não ajudou a superar, pelo contrário, só piorou. Horrível sábado de ressaca mental e moral. Queria morrer... Um pouco de mim morreu. Domingo, nova fuga, mas para algo que sempre teve o poder de me fazer sorrir. Desta vez não funcionou. Assistir jogo do meu time, cercada de carinho e cuidado, parada na esquina de um corpo quente e macio, nada disso foi suficiente pra aplacar a dor.

Um mês inteiro, uma vida perdida, minha vida abalada. O silêncio é aterrador, sinto medo, não durmo. Só vejo a vida que se vai, sem que eu possa fazer mais nada a não ser terminar de expulsá-la para o meu próprio bem. Que ironia! Para que uma parte de mim viva, é necessário que outra morra.

Sinto tanto... Sinto muito mesmo. Queria ter feito a escolha certa, ter tido mais cuidado, pensado melhor. E é isso que também dói muito.


Tenho que agradecer a Deus por colocar pessoas do bem no meu caminho.
Cilene, que chorou junto comigo, que me confortou nos últimos dias e me disse que eu serei uma mãe maravilhosa.
Juliana, que arrumou um tempo na agenda pra mim, para o meu desespero, e ao me ver, não queria me deixar ir embora sozinha. Tive de prometer ir de táxi e avisar quando chegasse.
Rodrigo, que praticamente me forçou a ir ao Engenhão, me abraçou e aqueceu do vento do estádio e do frio que fazia em mim. Um beijinho bonito e maroto, roubado, pra comemorar o primeiro gol. Quando a represa rompeu, surgiu com sua espada e escudo pra me defender.


Chegará o dia em que tudo isso será apenas história de alguém que errou tentando acertar. Neste dia, estarei sentada na varanda, contando isso ao meu filho, meu amado filho. Porque assim é que será. Com fé em Deus, eu determino. Sem afobação, no momento certo, com a pessoa certa.








E nós três iremos conhecer o Rio Gâmbia...

Lucille

Um comentário:

Rodrigo disse...

Minha preta...
Vc é guerreira, passou por mta coisa... Só mais uma pra vc contar pro pretinho!!!!!! rsrsrsrs
Proximo jogo ja sabe, é nóix!!!!!!!!
Fui!!!!

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