domingo, 26 de junho de 2011

Meu sorriso é pra você


“Lucille, eu só quero que você fique feliz, que você se sinta bem.”



Durante anos questionei minha postura em dar muito de mim, em fazer o que fosse possível e preciso para ver o outro feliz. Até mesmo a Deus eu perguntei: por que as pessoas entram na minha vida pra bagunçar? Um dia entendi que na verdade eu é que entrava na vida dessas pessoas para arrumar.

Não deixa de ser um motivo de orgulho ― fazer o bem é infinitamente valioso ―, mas quando tudo acabava, quem recebia minha ajuda ia embora com tudo o que eu havia feito, para “usar” as coisas boas com outras, me deixando com as lembranças ruins e o gosto amargo de ter servido para melhorar a vida alheia, menos a minha.

Um dia perguntei ao pensamento: e eu?

Estava em casa esperando o técnico do Velox instalar meu modem e terminar de me cantar. Quando ele se foi sem conseguir seu intento comigo e nem com o sinal da internet, tomei um super banho e fui a lan house. No meio da noite quente, alguém me chamou no bate-papo. Durante alguns minutos travamos uma conversa sobre trivialidades, nada de profundo nem comprometedor. Mais um amigo, pensei. Semanas depois, no meio do Carnaval, nossa amizade ficou forte o bastante para que a saudade gritasse por ele no meio da tarde. Eu precisava falar, conversar, papear e só me vinha na mente aquela pessoa que estava sempre disposta a me ouvir.

Com o coração em paz e livre para experimentar o que me conviesse, aceitei um convite para um passeio. Ganhei rosas e um jantar no Wraps. E então eu me afastei, porque ser bem tratada era algo que ainda não estava acostumada.

Percebi que poderia perder, não gostei e dei meia-volta. Pensei melhor: sim, vamos dar uma volta pra falar mal de alguém hoje. Então eu fui confortavelmente instalada no Outback, cansada demais para pensar, deixando que o corpo fizesse a própria vontade.

De lá para cá coisas boas foram acontecendo e, decidi baixar a guarda; me preocupar em ser feliz apenas. Volta e meia aparece na minha caixa de e-mail um texto que “dá pra publicar no blog”. rs Telefone toca umas 80 vezes por dia (“Poxa Lucille, eu te perturbo?” rs)


Voltando pra casa hoje, enquanto o carro ganhava as ruas da Lagoa, lembrei desse assunto. O que eu dou a ele para ter tanto? É uma preocupação tão bonita, sem maldade. A única coisa que importa é se eu estou me sentindo bem. Saí de casa com a blusa que ele me deu de presente e acabei descobrindo que o maior presente foi ter encontrado alguém que goste de fazer o mesmo que eu: ver o outro sorrir. E nesse momento, o outro sou eu. Sem culpa.

Temporariamente não quero fazer bem a ninguém: quero, egoísticamente, ser mimada e paparicada exatamente com tem acontecido. Quero saber que quando eu chorar no telefone, do outro lado da linha terá alguém que sentirá necessidade de enxugar minhas lágrimas e transformá-las em sorrisos. E se um dia acabar, quero saber que recebi o melhor de alguém e que esse melhor foi o que eu precisava e queria.


*-*

Obrigada, meu bem. Obrigada pelos passeios, pelas risadas, por me ouvir, pelas “two times” (rsrs), por The Foreign Exchange, pelos presentes, pelo chamego, pelo afago na alma, pelo beijo na testa e por atrapalhar a minha dieta com aquele tiramissu do Mio!


L.

Um comentário:

Vy Cruz - Fênix disse...

Caralho, é foda... Vira e mexe venho aqui pra dizer oi, leio e me identifico kkk.
Às vezes tenho medo de vc porque parece minha sombra descolada do meu corpo hahahah
Bom que esteja bem... Tb estou... É bom, né? rsrs
Beijooo

Postar um comentário

Obrigada por vir e por ler!
Fique a vontade para comentar, sua opinião é muito bem-vinda.