terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O fim de uma jornada - parte IV

Pus a mão na massa com mais vigor, estava dependente apenas de mim outra vez. No fundo, do jeito que deveria ter sido desde o início. Já não sou de me lamentar naturalmente, e sem tempo pra isso aí é que não fiz mesmo.
Não me acredito auto-suficiente, ainda que dependesse de mim, eu precisaria da colaboração de algumas pessoas, inclusive, para me deixar trabalhar em paz. No meio de tanta atribulação, uma pessoa se destacou e se tornou uma das peças-chave para que tudo desse certo. Flavio, meu querido amigo, meu odiado e amado amigo, ora uma coisa, ora outra, foi responsável por me ajudar com a pesquisa de campo, com a difícil tarefa de manter o foco em mim mesma e com a alimentação do meu ego. Havia dias em que um único sorriso meu saía graças a um gracejo dele. Foi a pessoa que mesmo do outro lado do mundo quis ver como estava andando meu trabalho, ao contrário do que fazia quem dormia do meu lado.
Fizemos uma entrevista complicada, pra dizer o mínimo. Em três dias, pizza, mate, almoço, janta, chuva torrencial, cansaço, sono, aborrecimento e muita coisa absorvida sobre a indústria do petróleo. Ele não me ajudou apenas com a monografia: repartiu comigo o seu conhecimento. No fim ainda ganhei uma caneta, edição comemorativa para minha coleção onde constava o penúltimo projeto que rendera a empresa nada menos que cem milhões de dólares.
Tudo pronto, fervi nos últimos dias que antecederam a entrega. Nos dois último engoli duas barras de chocolate, sem sentir o gosto. No dia da entrega, o alívio, a paz, o vazio. Chorei pelo fim da caminhada, por ter conseguido chegar, por ter superado a mim mesma e não ter sucumbido ao desejo primitivo do ser humano de cantar a derrota sem ao menos lutar.

Eu lutei e eu venci. Falta apenas a apresentação, que será na próxima segunda-feira. Entre uma coisa e outra, alguns textos que estão engasgados na mente.

L.

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