terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O coração cura o corpo - parte 4

Na feliz manhã seguinte, com o vestido florido e os cachos soltos, parti para casa. Deixei atrás de mim enfermeiros e técnicos, recepcionistas e médicos que fizeram diferença nesse processo de recuperação. O hospital em si era feio. Apesar de ter garantida uma boa vida com o plano de saúde, a equipe médica decidiu por operar lá, em função do centro cirúrgico ser bom, tanto quanto hospitais luxuosos e devido a outra paciente não ter plano de saúde. E o que eu poderia exigir diante da única possibilidade que tinha? Um hospital-hotel 5 estrelas não faria muita diferença no final, eu precisava era ficar bem.

E fiquei. E estou. Quase 30 dias após aquele 22 de dezembro, ainda sinto algumas dores na barriga, mas a cicatriz está bem bonita, tanto quanto poderia ficar uma cicatriz de micro-cesarea. Não deu tempo de avisar a todos, nem mesmo de me organizar completamente. Avisei a quem pude, aproveitando a lista de e-mails já pronta no trabalho, e alguns amigos passaram a informação pra frente.

Hoje, já saindo pra dançar, comendo uva passa (dietinha miserável!) e bebendo, estou quase bem de verdade e muito mais consciente da importância das pessoas em minha vida. Os amigos foram a força que faltava nesse momento, especialmente quando eu precisava fugir da minha própria dor. Prestes a subir na maca, recebi a mensagem “Me dê notícias, por favor!” rs. Não deu tempo de responder, mas foi uma das primeiras coisas que fiz quando voltei. Fiquei muito feliz de ter sido acompanhada, mesmo não querendo ser. E eu só posso agradecer infinitamente a Deus por tudo isso.

Deus, sem dúvida alguma, foi sensacional. Deu o problema, mostrou a solução e esteve comigo o tempo todo enquanto eu resolvia. Maravilhoso Pai, sem ti eu nada seria.

Luzia, a minha leoa favorita, a mais guerreira, mais bonita, mais forte e perfeita de todas as amigas. Obrigada por... sei lá, tudo. E mais um pouco. Michel, quase me fez arrebentar os pontos, me fez derramar a única lágrima do período e isso tudo de tanto rir. Só falta um ano! E apesar de tudo, obrigada por me aturar, incansavelmente chata. Jones, Nadir, Marquinho, Marlene, Marco, Salete, Leila, Célia, Simone, Thaís, Diogo, amigos, desrespeitando a minha recomendação de não me ligar, fizeram o que eu precisava: saber que vocês estavam lá. Obrigada pelo carinho e amizade.

Bebês, ter vocês do lado me lembrando horário de remédio e “cuidando” de mim, impossível querer outra vida. Campeonato de caretas? hahaha Obrigada por me fazerem a madrinha mais feliz e um ser humano melhor todos os dias.

Família, caramba, gente pra chuchu... Fofoca rolando no quarto e eu sem poder falar e muito menos rir. Então para eu não rir. Ceia de Natal que eu não podia comer, então faz separado, sem tempero pra mim. Água, remédio, jornal, revista, fruta, carinho, cuidado, atenção. Mimada volume máximo! Obrigada a todos pelo cuidado.

Hoje sei que sem tudo isso, sem a certeza no coração de estar cercada por tanto amor e carinho, o corpo não teria reagido tão bem. Amo todos vocês.

Levei tanto tempo para registrar, pois não podia ficar muito tempo sentada. Agora que já fui dançar, posso quase tudo. E esse quase que é o problema. rs

Voltando ao blog e a vida com força total, louca para que aconteçam as mudanças de 2010, já engatilhadas. Feliz com o rumo da vida, penso que um ano de espera é o tempo ideal para amadurecer o que ainda não está completamente pronto.

E o que ainda não está bom, há de ficar.

L.

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