Saí pra almoçar, louca de fome de um livro que me pregasse os olhos. Entrei na livraria que abriu, providencialmente, no prédio do meu trabalho e pus-me a procurar aquele que seria O Livro. Após sair de um Sidney Sheldon novinho, o que viesse teria que ser algo perto de perfeito. Procurei, busquei, me encantei com novidades de velhos autores, fiquei curiosa com antigos de autores novatos e me dei por vencida: não havia nada que saciasse minha fome. Andando pelo Largo da Carioca, me lembrei. Parei na próxima loja, entre a sapataria e a de roupas. Ainda sem poder caminhar rápido devido ao processo pós-operatório, segui firme pela loja até encontrar o que queria. Lá estava ele, com capa bem simples, folhas finas, letras miúdas. Havia até um mapa. Segurei-o como que fosse um tesouro. Agora sim, havia acabado a fome, a sede e a dor não tardaria a passar também. Busquei em tantos lugares, tantos nomes e esqueci que o livro mais importante de todos, apesar de já ter lido, não estava mais do meu lado. Agora está, a Palavra de Deus, no coração e na cabeceira.
L.
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