quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Casa rosa

Fiz os sagrados trinta minutos de esteira com a vontade de que aqueles rápidos passos me levassem pra bem longe dali. Queria o Sol, o canto de pequenos pássaros e a brisa batendo na pele, arrepiando os finos pelos. Senti dor nas palmas das mãos e percebi bem depois que estava com os punhos cerrados, cravando as unhas na minha própria carne. Pra que continuar me enganando ali em cima? Perder peso quando se está com vontade de engolir o mundo?

Frango, peixe, estrogonofe de carne, queijo branco, linguiça e salada a francesa no mesmo prato. Bananada, chocolate e bala de menta em menos de dois minutos.

Alguém passou do lado e sussurrou o batido “gostosa”. Girei todo o corpo em direção a voz, tomada de um súbito desejo assassino, irreconhecivelmente irritada, mas um leve tremor seguido de uma constante tonteira achou seu lugar para trazer calma.

Liguei. Após as 20h estaria disponível a informação. Fiquei ali no meio da rua, o vento frio castigando minhas pernas, olhando pro nada. Queria só uma coisa: me esconder. Vi a van, pensei em entrar e me deixar levar para algum lugar onde ninguém pudesse ler o que passava no meu rosto.

De alguma forma aquela modesta casinha me lembrava o casebre onde nasci. Mas, uma ao contrário da outra, tinha um facho de esperança no fim do túnel.

Sim, querido Deus, obrigada por tudo.

Lucille

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