quarta-feira, 1 de julho de 2009

Mau com u ou mal com l?

Sabe aquele dia em que tudo que você quer é ler uma pergunta mal feita, seguida de um comentário inocente, porém descabido? Pois bem, esse dia chegou, nesta semana.

“O que você tem?” Respondi. “Ah, bom. Menos mal.”

Se fosse câncer ou AIDS estaria bom? Dói mais? São doenças dignas? Daqui a pouco vão tentar me convencer de que febre está para Dipirona, como médico está para Pai-de-santo. Então, como é impossível sentir minha dor pra saber o que é mal ou menos mal (mas não é impossível bancar minha conta da farmácia que, num dia, bateu R$93,00), espero que a leitura abaixo permita entender um pouco da vastidão do que passo nesse momento.

Sinusite é a inflamação das mucosas dos seios da face, região do crânio formada por cavidades ósseas ao redor do nariz, maçãs do rosto e olhos.

(...)

Na sinusite aguda, costuma ocorrer dor de cabeça na área do seio da face mais comprometido (seio frontal, maxilar, etmoidal e esfenoidal). A dor pode ser forte, em pontada, pulsátil ou sensação de pressão ou peso na cabeça. Na grande maioria dos casos, surge obstrução nasal com presença de secreção amarela ou esverdeada, sanguinolenta, que dificulta a respiração. Febre, cansaço, coriza, tosse, dores musculares e perda de apetite costumam estar presentes.

Na sinusite crônica, os sintomas são os mesmos, porém variam muito de intensidade. A dor nos seios da face e a febre podem estar ausentes. A tosse costuma ser o sintoma preponderante. É geralmente noturna e aumenta de intensidade quando a pessoa se deita porque a secreção escorre pela parte posterior das fossas nasais e irrita as vias aéreas disparando o mecanismo de tosse. Acessos de tosse são particularmente freqüentes pela manhã, ao levantar, e diminuem de intensidade, chegando mesmo a desaparecer, no decorrer do dia.

Fonte: Dr. Drauzio Varella

Outras: JC Santiago

ABC da Saúde

E então? Que tal parece agora? Mas não acabou, não. Segura essa jaca!

A cirurgia naso-sinusal endoscópica funcional (FESS – Functional Endoscopic Sinus Surgery) é um tratamento efetivo para sinusite crônica ou sinusite aguda recorrente em pacientes nos quais há falha do tratamento clínico. Trata-se de procedimento funcional, pois objetiva a restauração da função fisiológica de drenagem dos seios paranasais.

A cirurgia sinusal estabelece muitas controvérsias, seja pelas relações anatômicas críticas com estruturas vitais, seja pelo conhecimento ainda limitado da fisiopatologia de muitas das doenças naso-sinusais.

Em 1929, Mosher afirmava: "se o etmóide fosse colocado em outra parte do corpo, ele seria uma coleção de células aéreas insignificantes. No lugar onde a natureza o colocou as doenças podem causar tragédias. A cirurgia nesta região tem provado ser o caminho mais fácil para matar o paciente".

Fonte: Santa Lucia

Outra: Saúde Plena

Ei! O que é isso? Será que vi passar um brilho de medo nos seus olhos agora? Estranho. Por um momento achei que a leitura do texto acima tivesse produzido um quase inaudível “Meu Deus” do outro lado da tela do monitor. É, mas acho que foi só impressão minha, né?

Agora vem a parte mais interessante e mais divertida da fofoca. Levando em consideração que eu já fiz uma cirurgia invasiva desse porte, que ao invés da “menos de 1 hora” prevista, levou nada menos que 3 ininterruptas horas, essa provável nova intervenção cirúrgica pode ser considerada bastante arriscada. Mas não acabou por aí. Até porque, se não for tragicamente completo, como vou escrever sobre minhas aflições? Pois bem. É sabido que só tem direito a acompanhante no leito do hospital, menores de 18 e maiores de 65 anos. Como eu sou uma jovem de 28, significa dizer que sendo bem sucedida a cirurgia, ficarei absolutamente sozinha no quarto, sentindo uma dor de 50 mil marretadas na cara, com dois canos, um enfiado em cada narina.

Visualiza: dor, muita dor, absurda dor, quarto quase no breu total (porque a luz faz doer a vista), cheiro de éter, enfermeiras grossas e sonolentas, uma tonteira animal, xixi na humilhante comadre, um choro baixinho, quase silencioso, porque até chorar dói, quase 20 dias em repouso absoluto, sem falar, comer “bebendo”, tomar banho olhando pro teto, e, pra completar, a certeza de que todo esse sofrimento não garante a cura da doença.

Que tal? Molinho, né?

Lembro bem da primeira intervenção. E quando tudo parecia ter acabado, no dia de tirar os canos do nariz, tomada pela preocupação de já ter passado tanto tempo dando trabalho triplicado, achei que daria pra voltar só pra casa. E voltei. Mas eis que no meio do caminho desmaiei. Fiquei ali, sentada numa escada, no meio do caminho, sem força nem pra pedir socorro, sentindo apenas a chuva fina atravessar o casaco e a calça, embaçar os óculos até que se misturasse com as lágrimas. Medo. Impotência. Fraqueza. Frio. E não passava ninguém na rua naquele momento.

Poderia ser uma de minhas estórias, mas infelizmente não foi. A única coisa que eu posso dar certeza é que no meu não é refresco.

O texto assustou? Então pegue esse sentimento e eleve a 839ª potência.

Fez? É muito, né? Mas ainda não chega perto do que sinto agora.

Mas, agora, a fase da dor aguda já passou e fico aguardando o exame que me trará luz ou trevas. E que seja feita a vontade de Deus.

L.

Obs.: Vy, a oração da sua mãe ta começando a dar certo. Obrigada, amiga!

Um comentário:

Anônimo disse...

Tem razão nao deveria ter dito isso sem antes conhecer sobre o que tens, de qualquer forma continuo pedindo a espiritualidade assistencia pra sua pronta recuperaçao
bjs e paz
Mauricio

Postar um comentário

Obrigada por vir e por ler!
Fique a vontade para comentar, sua opinião é muito bem-vinda.