sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Verdadeiras verdades

[Hoje eu queria que você estivesse aqui. Queria que me buscasse no trabalho, após ter passado o dia no telefone comigo, no e-mail, no Gtalk e mais em todos os meios de comunicação que pudéssemos dizer apenas “oi”. Hoje queria ter feito aquele velho e batido programa de índio: cinema-Spoleto-casinha, tão comum para nós e ao mesmo tempo tão gostoso. Queria ficar meia hora no meio da rua com você decidindo o lugar pra ir. Dançar? Tô cansada. Beber? Tô cansada. Cinema? De novo? Então o que você quer? Não sei... Hoje eu queria ser tua, mais uma vez e pra sempre. Queria que você me beijasse de olhos abertos, que me abraçasse tão ternamente a ponto de eu não me sentir abraçada e te puxar mais pra perto a fim de incentivá-lo a me pegar com mais força, queria que, por fim, encostasse a cabeça em meu pescoço e me dissesse aquele eu te amo tímido, quase inverdadeiro e que só nós sabemos o quanto custa pra sair. Queria que, no caminho pro cinema, você me olhasse e começasse o seu “É... preta...” que significa que o restante da frase vai dizer que não poderá passar o dia seguinte comigo. Hoje eu não ficaria brava, não entortaria a boca e nem faria cara de triste. Mentira. Faria tudo isso, sim. Hoje eu queria assistir ao filme mais idiota do cinema, com você na última fileira, mesmo que não tivesse mais ninguém na sala de exibição. Queria que me pusesse no colo e me roubasse um beijo apaixonado, de saudade e dor, que deixasse nossos corpos latejando de desejo um pelo outro. Hoje eu queria parar no meio da praça de alimentação, diante de todos os restaurantes, ficar em dúvida e finalmente decidir pelo Spoleto de sempre. Queria sair do shopping arrastando os pés, enquanto pedia pra você segurar a bolsa e você se negando. Hoje eu não ficaria com raiva. Mentira de novo. E quando nosso programa de índio estivesse chegando ao fim, queria que me arrastasse para nossa Casa, rindo de tudo e de todos, e indo parar no mesmo lugar. Queria rir das suas palhaçadas no chuveiro, queria lutar desesperadamente contra o sono, queria ver você e sua beleza de peixinho de vala desfilando pra mim. Queria reunir o último suspiro de força e te seduzir com minha beleza destruída, te amar, deixar que me amasse sem frio por baixo, que me levasse aos céus para que eu o trouxesse de volta a terra e ambos fossemos juntos ao inferno dos que amam e adormecem unidos.]

Semana do cacete! Estresse em tudo que foi lugar. Sem exagero. Vejamos: se no amor e na guerra vale tudo, então tem nego me vendo como árabe. Só bomba, tiro, granada. Sem chance pra defesa. E eu, burra, achei que estender a bandeirinha branca faria o Busha sair das minhas terras ou se aliar a mim. Ledo engano. Aproveitou-se da minha trégua e me massacrou sem piedade.

Depois, se o trabalho enobrece o homem, certamente enlouquece as mulheres. Que me desculpem minhas leitoras, mas mulher burra é uma racinha que pede pra ser chamada de nomes desagradáveis. No mínimo, incompetente. E as idiotas que me cercam, carregam com muita propriedade e dignidade este estandarte de zinco. Não suporto gente burra, mas gente incompetente e mentirosa é de cortar os pulsos! Odeio muito tudo isso.

Pra fechar a panela de pressão, a garota resolve que é o momento de acabar com o sossego do mundo. Com tudo em casa normalizado, graças a Deus, com um pequeno presente, e um fiel companheiro, ela não se sentiu satisfeita. Não estava bom. Paz é pra gente babaca. Eu quero é confusão! Adoro! Olhei pros lados e fiquei passada com uma pessoa de 12 anos, muito destemida, orgulhosa e extremamente egoísta. Uau! Ela estava convicta do que queria. E o que ela queria era... hã? O que mesmo? A pessoa movimenta meio mundo, abusa da paciência dos outros e tem a cara de pau de dizer que perdeu a paciência comigo. Francamente!!! Av. Gomes Freire é no Centro, mas vejam só, é deserta a noite e é tomada por motéis, onde os casais se esfregam depois de sair da fervente Lapa. Claro que eu não ia contar esse detalhe sórdido, claro que eu ia deixar quebrar a cara. As pessoas têm a mania abominável de se fazerem de surdas e cegas quando lhes convêm. Lá não, é perigoso. Ali não, não tem condução. Nada disso é fato, apenas boato. A fofoqueira, a intrometida e maluca era eu e estava inventando todos os perigos pra donzelinha ficar com medo e desistir. Pode vir gatona, aqui é a Ilha da Fantasia! Lembra do baixinho do seriado? Pois é, ele fica te esperando na saída do aeroporto, com um monte de havaianas dançando hula-hula. Ah, porque ele está vendo, porque eu tenho que falar com ele, porque eu não sei o que ele vai decidir. Humhum... E como se não bastasse surgiu a amiga que sacava tudo de RJ. Uhhuuulll!!! Show! Deveria escrever um livro sobre a cidade, pois pra mandar uma viajante destrambelhada se hospedar na Av. Gomes Freire, nossa, deve ser prima de Estácio de Sá, fundador da cidade do Rio de Janeiro. E não suficiente o desprezo pelo sentimento alheio – o meu, porque o dele eu quero que se dane! – a mocinha da novela diz “agora num quélo mais essa buneca”. Aí fiquei pensando... Nenhum pingo de consideração. Não por quem ficaria, nem por quem encontraria. Mas por quem estava acompanhando. Desconfio que nem por si mesma. Sobretudo.

Mas, graças a Deus, a semana não foi feita só de aborrecimento. Uma noite de paz aconteceu, de risos, gargalhadas, amor e amizade. Estava precisando daquilo, me sentir viva e necessária. O que faria o mundo sem mim? Minha beleza, meu salto alto, minha cara de cretina, meu “boa noite” sussurrado, meu andar provocativo, minha personificação da falta de humildade. É, acho que merecia uma noite dessa a cada semana. Ok, exagero, a cada mês. Me and my ladies, mostrando pras novinhas que onde quer que cheguemos, mandaremos nós. Eles chegando, a gente ignorando. Delícia total! Depois da fabulosa noite, um divino nascer do Sol. ;-)

Hoje, definitivamente eu queria ter feito exatamente o que fiz. Saí do trabalho, sem aula pra distrair a mente, recusei dois chopes e fui atrás de quem me quer de verdade. Ganhei beijos, abraços sinceros e apertados e jantarzinho perfeito. Quando cheguei em casa, já bem tarde, olhei pra cama vazia e pensei “vou dormir só”, instantaneamente o sono passou. Meia hora depois... Estar só pode ser ruim, mas ser só deve ser muito pior. E eu não sou.

Sábado passado, finalmente conheci Silvania. A loura linda que conheci nessa terra de ninguém e ao longo dos meses se mostrou tão querida e amiga. Dividimos vários minutos de papo no Viaduto, dançamos e fofocamos. Como se não me fizesse bem só com uma amizade, ela ainda me trouxe uma porção de borboletas de presente. Se eu fosse homem ela teria ganhado um colantão na boca! rsrs

Amigas, quando estou com vocês, tenho certeza: ninguém me faz mal. É pra isso que servem as verdadeiras amizades: risada, fofoca, preocupação e tapa na cara, tudo no momento certo. Amo vocês todas!

Já viram meu novo álbum do Orkut? :-D

Maravilhoso fim de semana!

L.

3 comentários:

Anônimo disse...

Idem...

Anônimo disse...

Idem...

Anônimo disse...

Nem sei o que dizer.

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