domingo, 23 de novembro de 2008

Faz parte dos meus shows

[Gosto quando você me olha assim. Olhar afogueado de desejo reprimido, mesmo sabendo que pode matá-lo a qualquer momento. Gosto quando me abraça apertado e me tira do chão. Gosto de te ver sorrir aquele sorriso nervoso de quem não pode falar, pelo menos não o que gostaria de me dizer. O que eu gosto mesmo é de ver você caminhando pra longe, deixando meu corpo em saudades doídas, mesmo sabendo que irá apenas comprar água pra mim.]

Fim de semana agradável, com apenas um arranhão, porém bastante prazeroso. Sábado à noite, apesar da chuva, lá estava eu com meu macaquinho jeans curtindo Viaduto de Madureira. Deliciosamente confortável, mas com uma pequenina apreensão.

Encontrei com um amigo e lhe falei sobre o motivo da minha apreensão, e ele tentou me acalmar dizendo que eu era linda, por dentro e por fora, e que não havia com o que me preocupar. E o ombro estaria à disposição.

O primeiro foi seu pai

O segundo seu irmão

Baile lotado, muita gente nova, poucos amigos da antiga. Atrações internacionais aguardadas, várias declarações bombásticas e muita fofoca. Risada pra todo lado. Acho que lá é o lugar onde me sinto a vontade com corpo e mente, o que sei é mais do que sabe a maioria, pela experiência acumulada e o corpo é menos que o da maioria, um tanto fora do lugar, mas com sua beleza particular. Ele me disse “cintura perfeita...”.

Quando a pancada aconteceu, estava até então muito segura e feliz. A amiga me olhou e disse “eu também vi, mas fica calma”. E eu fiquei. Suas palavras funcionaram como mágica! Coisas que só as mais experientes sabem. Quando menos esperava, ele surgiu na minha frente. “Posso?”, não tive saída e nem resposta. Era uma música, mas dali a pouco estávamos na quarta música, abrindo espaço na multidão e falando a mesma língua muda. Estava feliz novamente. Ele então me reverenciou, beijou minhas mãos em sinal de respeito e admiração.

O terceiro foi aquele

Que à Teresa deu a mão

Fomos todos para o ponto de ônibus. Eu me sentei à espera, cansada e pensativa, ficamos distantes. Logo estava em teste novamente e desta vez, não me abalou. Tempo depois o ônibus veio, e saímos dali sob uma fina chuva e um suave frio da manhã de domingo, nós e mais dois amigos. Uma longa e profunda gargalhada escapou de mim, de cansaço, de dor, de alegria e de medo. Todos rimos juntos, cada um pelo seu motivo. Com o balançar do ônibus somado ao cansaço, adormeci. Alguma coisa me despertou no meio da viagem, senti o corpo ao lado se mexer, mas o sono era forte demais para prestar muita atenção. Notei apenas que a pele ao lado ficava nua, enquanto um felpudo casaco cobria a minha. Adormeci novamente, sorrindo e agradecida por aquele gesto despretensioso e generoso para comigo. Como ele sabia que eu estava com frio? Talvez tivesse visto minha pele arrepiada e meu corpo se encolher. Mas pra isso, teria que estar me observando dormir.

Da laranja quero um gomo

Do limão quero um pedaço

Da morena mais bonita

Quero um beijo e um abraço

Aconteceria no Viaduto, um show da cantora Kelis (pronuncia-se Kelís), mas a bonitona com cara de assustada não apareceu por lá. A noite foi boa do mesmo jeito. Hoje, domingão, ela teria sido obrigada a fazer o show pela polícia federal. Chovia, fazia frio, preguiça. Ahn, num quero não. Telefone toca. Coração pula. Mente alerta. Cinema agora? Não, depois do jogo. (Claro, seria estranho se fosse antes ou durante) A chuva parou, o tempo esquentou e a preguiça mandei embora pra casa.

Agora as rotinas mudaram, tudo mudou. Ou quase tudo. O que ainda não mudou, está evoluindo. Desejo que todas as pessoas que amei, e pelas quais sei que fui amada, tenham outros amores em suas vidas, que as façam entender que só este sentimento é capaz de amadurecer e construir uma vida em comum. Desejo poder encontrar todos e saber que estão bem. Aliás, sei que estão. Fico feliz de saber, especialmente quando vêm me contar que estão “apaixonados”, né Logan? rsrs Nenhuma mágoa há em mim, e caso ainda haja algum vestígio do último talvez, quero que dure o tempo suficiente para se tornar lição, e que tanto quanto os outros, eu possa me sentir apenas orgulhosa de ter partilhado tantos momentos bons e aprendido com os ruins.

Quase me esqueço:

Voa...voa... Borboletinha...que não pára de voar. Será que dá pra no VIADUTO, você qualquer dia desses, pousar?

Musiquinha que Sil fez pra mim. rsrs

Sou feliz.

Maravilhosa semana para nós!

L.

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