sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Liberta DJ!

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhh!!!!

Meu grito de liberdade, misturado a saudade monumental de fazer isso. Enfrentar o branco do editor de texto, com os dedos engatilhados, a mente municiada, pronta pra atirar zilhões de palavras por minuto, transformando a silenciosa paz do mundo suburbano em uma deliciosa guerra de morte-ressureição zonasulense.

Cá estou, de volta, feliz por saber que a minha revelia coisas acontecem e que a revelia da vontade de outras pessoas, eu também faço coisas acontecerem.

Por onde começo? Não, errou quem disse “pelo início”. Bastante engraçado, sério, mas a coisa toda não tem início. São diversos meios sem fins. Fim, só com o descanso eterno.

A nova faculdade não é nada menos do que eu poderia esperar. Ainda sou Adm e desorganização me dá nos nervos. Claro que os atendentes, o pobre do Leonardo foi o primeiro, já tiveram que ouvir meus extensos escândalos de classe por telefone. Não, porque eu não xingo nem grito, mas sou mestre na arte de bradar a meia voz “eu sou o cliente, não estou pedindo favor”. Minha turma é divertidíssima, na última sexta-feira eu era a única heterossexual do grupo que xaropava após uma aula chaterrésima. Duas pessoas apareceram neste dia: o professor e eu. Ele deveria ter sido avisado, brincar comigo no fim do dia, fim da semana, com fome e na TPM, certamente não é um bom negócio. Pobrezinho. Tentou me deixar sem graça porque eu mexi na sacola plástica e fez barulho. A reação esperada seria um sorriso amarelo, mas eu não mexi meio músculo, olhei-o bem séria, com o neon a piscar na testa: idiota. Sem graça ficou ele ao me pedir desculpas, percebendo, assim como toda a turma, que ele deveria ter perdido a piada pra ganhar a amiga. E enfim, a semana passou bem, com uma dose cavalar de cansaço, porém plena de satisfação pela mudança.

Passei por experiências terríveis, outras normais, porém marcantes. Pensei muito antes de decidir contar isso aqui, mas acho que não haverá mal. Estou fazendo psicoterapia. Um dia desses, ao final de um relato, eu estava sentada na pontinha da cadeira, cerrando os punhos, tal e qual um bicho enfurecido de dor. Quando tudo acaba, minha vontade é sair dançando pelas ruas.

Após passar um glorioso sábado, sendo acompanhada de pertinho por um Sol de inverno incomum, tomei uma decisão importante. Por enquanto, ainda é segredo, talvez depois da terapia eu decida contar aqui. rs Fê, que já soube e é a única, achou o máximo. Não é que ela seja mais confiável ou só ela mereça saber. É que nesse assunto, ela é feita do mesmo pó que eu, por isso que nos apaixonamos perdidamente lá em... meu Deus! Tudo começou em 2002, no fotolog.

Aliás, por falar em Fernanda, esta semana ela jogou-me na cara algumas verdades que nem mesmo meu inimigo mais ferrenho teria tido coragem de dizer. “Ah, Lu, que legal, logo você que não tem cara de inteligente”. Hã???? Como assim?!?! Tenho cara de burra, então? Fiquei olhando aquele e-mail longamente, refletindo sobre o motivo que minha amiga teria tido para me açoitar daquela forma. E não parou por aí. Ao tentar me explicar, deixou-me ainda mais boquiaberta. “Quem vê você nas fotos, tão animada, saindo, não imagina que seja tão inteligente”. Entendi tudo naquele momento: tenho cara de mulher de pista, burra e provavelmente, fedorenta. Sim, o mundo estava desabando sobre mim. Minha amiga... Mas a coisa não terminou com a facada. Ainda tinha a espada do samurai. “Na verdade, você tem cara de...”. Recuso-me a reproduzir a palavra que, por enxergar, fui obrigada a ler e engolir com um gole d’água. Como ela pôde? Como? Perdida entre o atordoamento e a realidade, fechei o e-mail e fui-me embora, eu e minha cara nova. Nova porque eu não sabia que tinha. No dia seguinte, ela veio dizer que me amava, mas aí o mal já estava irreparavelmente feito. Estava até me acostumando com a perspectiva de carregar esta cara o resto da vida, ou plastificá-la, como Michael Jackson. (Será que MJ teve um amigo que lhe disse o mesmo?) Tenho que admitir que esta moça, residente naquele calor do semi-árido do centro do País, devia estar tomada por uma energia corajosa. Ou então, foi movida pela amizade de anos, guardada no fundo do peito, com a propriedade de quem já passou por tantas do meu lado – ainda que fisicamente longe – e nutre por mim um real e honesto amor.

(Mas deixa estar, mocréia, quando chegar aí te belisco!)

Muito melhor do que deixar alguém viver em paz, é dar a si mesmo esta liberdade. Caminhando pelas ruas de Ipanema, entendi que precisava disso, do grito de independência. Não fazia sentido viver numa gaiola suja e feia, quando eu tinha a porta aberta para voar por todo aquele belo mundo lá fora. Estou de pé, não caí e não pretendo parar a caminhada.

No Media Player: Speechless – Beyonce

Do tempo em que eu queria dar show. Entendi uma coisa: eu sou o show.

Maravilhoso fim de semana!

L.

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