quinta-feira, 19 de junho de 2008

Carta ao Metrô Rio

Senhores,

A alardeada incompatibilidade entre serviço prestado e valor cobrado pelo Metrô, foi algo confirmado por mim recentemente. Gostaria muito de ter paciência e tempo para redigir o maior e-mail de todos os tempos da historia da reclamação, mas amanha é dia de trabalho e preciso levantar mais cedo para pegar um... ônibus!

Definitivamente, o metro na zona norte, é impraticável. Não se pode alegar um contingente excessivo de clientes para permitir atrasos, poucos seguranças e absurdos trens curtos. Onde nós estamos? Ah, claro! Brasil, a terra do oba-oba, onde pode tudo, até mesmo é admissível pagar pra ser empurrado, amassado, desrespeitado correndo o risco de atrasos diários no trabalho. Desrespeito grande também é ter que formar fila em uma única catraca que recebe vale-transporte eletrônico, forma de pagamento da massa trabalhadora. E, invariavelmente, está em manutenção. Dificuldade pouca é bobagem.

Venho de uma terra, onde há apenas uma linha e uma empresa prestadora de transporte rodoviário, porém, não é necessário mais para chegar ao trabalho dignamente e por R$0,50 a menos.

Como residente do mesmo lugar há 28 anos, sinto uma aversão enorme por lugares que não tenham fácil escoamento de pessoas nos horários de pico. E como candidata a ser moradora da zona norte - fiz uma semana de teste - vejo que, definitivamente, metro é a última e pior opção de saída. Já conheço, portanto sei que na zona sul o caso é outro, parece que são concessionárias diferentes para o mesmo serviço. Não sei se são as pessoas, mais educadas talvez, ou se a ineficiência e ineficácia do transporte é que crie nos suburbanos um sentimento selvagem de sobrevivência, que explique o pisoteamento diário.

Minha prioridade era casar e morar num bairro com proximidade a estações metroviárias, mas uma semana de metro linha 2 e aquela desgraçada transferência, foram suficientes para repensar a idéia e optar por pagar uma moradia mais cara na zona sul ou ainda, escolher um bairro com estação ferroviária e bem servido de linhas de ônibus.

Agora entendo porque todos os colegas do trabalho não andam de metro. Quem já usou, desiste. Acompanho as cartas de clientes enviadas para seção de reclamação dos jornais e agora tudo está claro.

"A vida é melhor aqui" - mentira. Subterraneamente, a vida é dura, feia e amarga. Tal e qual e serviço prestado.

Lucille

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