sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Retrô 2007

Começou da mais maravilhosa forma que um ano poderia começar. Amor nas areias finas de Cabo Frio, Smirnoff Ice, Sol... Janeiro passou com a sensação de que, finalmente, tudo ficaria no lugar.

Infelizmente, não foi bem assim. Apenas uma sensação, nada mais. Fevereiro veio quente, triste, dolorido, mais do mesmo. Coisa mais fácil na minha vida é me iludir com as pessoas. Todo mundo é amigo, todo mundo é legal. Tomei um tombo de uma escadaria, caí de joelho. Vi que homem nenhum nesse mundo é capaz de ser honesto, verdadeiro e homem no real sentido da palavra. Nos frascos mais humildes é que se encontram os perfumes mais podres.

Quase desci do salto, muito quase mesmo. Eu e minha garrafinha de Ice na mão, a dor dilacerando o peito, mas fui forte o bastante pra segurar nas rédeas desse cavalo selvagem que é minha vontade de chacinar quem me magoa. Segurei a onda, chorei sozinha, dias a fio. Talvez seja burrice aguda, mas mesmo humilhada, defendi a pessoa que me machucou. Como pode? Deveria me orgulhar desse ato de compaixão pelo próximo? Não. Apenas segui o coração. Nasci mulher, muito melhor do que qualquer criatura que se ache auto-suficiente e boa o bastante pra ter tudo e todos aos seus pés. O verdadeiro homem é aquele que coleciona felicidades com uma mesma mulher. Aquele que semeia mágoa em muitas pessoas, não passa de um perfeito moleque.

E lá se foi março, pesado. Na seqüência de confusão, lágrimas e fofocas, foi um mês de passar remédio nas feridas. Algumas não saravam por nada. Novas se abriam. Em paralelo, trabalho, família e faculdade tiveram peso fundamental na cicatrização.

Em abril, a revolta. Um pai que usa uma menina de cinco anos como escudo, que jura pelo sangue da própria cria, mentirosamente, e eu, outra vez, levando tombo. Quer saber? Joguei tudo pro alto! Fui à casa das mulheres independentes, vi que todas estavam felizes, me juntei a elas e curti um mês inteirinho de festa. Rodrigo, o mesmo homem que ano passado havia sido motivo de lágrimas, agora era motivo de gargalhadas profundas. Novamente. Naquela sexta-feira em que o ex (sim, virou ex!) foi ao cinema com a “amiga”, eu vi a Lua se transformar em Sol, o mar arrebentar nas areias da Reserva e só não vi mais, porque o teor alcoólico no meu sangue não permitiu ver mais nada. :-D Lembro que vi uma mulher bonita no espelho. Muito, muito bonita. E ela me disse assim “Ei, esses olhos não foram feitos pra derramar lágrimas. Seus olhos merecem ficar fechados, enquanto você é delicadamente amada”. Segui o conselho dela, deixei as coisas acontecerem.

Quando me dei conta, estava novamente cercada de amigas, gargalhando alto, passando brilho nos lábios, bebendo piña colada e desejando que aquele momento não acabasse nunca. Casamento da amiga Dany, momento histórico de 2007. Noite fabulosa.

Aliás, devo abrir um parêntese pra citar todas elas: Dany, Sanny e Catia. No meio das tempestades, no meio da noite, no celular, no e-mail, no MSN e ao vivo, todas comigo, ajudando a passar os momentos difíceis e compartilhando os dias bons. E de longe, muito longe, Fernanda, a irmã, mãe, amiga, Thelma da minha vida. Loo, meu grudinho, extensão de mim, dançando, chorando, conspirando.

Nos meses seguintes, a montanha-russa ficou enlouquecida: dias no céu, horas no inferno. Aniversário no Viaduto de Madureira: perfeito. Momentos mágicos, dos quais nunca abrirei mão: amigas e amigos, camiseta pingando suor de tanto dançar e abraços apertados de quem me quer bem.

Até meu aniversário, algumas coisas ficaram muito evidentes pra mim, como por exemplo: prostitutas são mulheres que ganham dinheiro em troca de sexo e merecem respeito. Vagabundas de baile são meninas que se acham o biscoito premiado do pacote, são comidas e usadas por todos, mal faladas e ainda assim acham que são o máximo do mundo. Sinto pena. Infelicidade pouca é bobagem. É o que me leva a pensar duas coisas: 1º antes só que mal acompanhada, reclamo de não ter uma pessoa legal e honesta, mas certamente é melhor do que arrumar um grande amor por semana e virar lanchinho de pista black. 2º é maravilhoso ter a amizade masculina, sempre fico sabendo o que eles pensam e fazem! rsrs Aí eu penso, algumas pessoas vieram ao mundo pra unir e outras se orgulham de semear discórdia. Muita, muita pena. E o que mais me intriga: se tanto fala de mim – até hoje – acho que ou quer me dar ou eu sou tão boa que desperto admiração até em quem diz que não gosta de mim. Aliás, inveja e admiração são irmãs e andam juntas. Velha? Maluca? Insegura? rsrs Pode apostar que sim. Mas o que a novinha não daria pra estar no meu lugar durante cinco anos no coração do negão careca? É... por isso que eu digo, não vim ao mundo a passeio. Quem não pode ser eu, ou me ama ou tenta me difamar, e, não obtendo sucesso, tem que se contentar em me ver colecionar olhares e suspiros por onde quer que eu passe. E elas não sabem, mas elas que fazem meu palco, onde brilho e seduzo. Mas, ssshhhh, elas não podem saber disso, se não param de levar meu nome pelos quatro cantos do mundo, aí caio no esquecimento. I like that! :-D

Aquela mulher do espelho voltou pra me lembrar que eu estava me entregando de novo. Então deixei “a luz do céu entrar”. Gosto dessa música, é evangélica. Anderson chegou bem de mansinho e ao mesmo tempo sem me dar tempo de reagir. Esse ano foi o ano da ressurreição. Mais uma pessoa lá de 2004, que nunca foi em definitivo, nunca me abandonou, e que voltava pra me tirar do estado de tristeza crônica. Celular nunca parava com bateria, horas e horas de ligação, dia, noite, madrugada. Caixa de e-mail a pleno vapor, com aquelas conhecidas mensagens, assim bem meigas e carinhosas “ô gorila, dá pra parar de macaquice?!” rsrs Nada de declaração via e-mail ou MSN, tudo atitude, palavras com som, olho no olho. Fez com que eu me sentisse realmente imatura, apesar de ser apenas um ano mais nova. Acontece que as pessoas têm diversas experiências na vida, algumas aprendem com elas, outras não. Dali a pouco eu estava sentada na sala, vendo DVD, comendo pavê de sorvete e esquecendo de todo o sofrimento do ano. Sofrer? Quem? Eu? Maravilhoso e inesquecível domingo. Dona Beth e Lolô, meu carinho eterno. Mas justamente eu, que tanto penei com uma pessoa sem caráter do lado, não poderia cair no mesmo erro. Encerrei o capítulo antes de fazer sofrer. Melhor assim.

Tomei outra porrada, mas dessa vez, de amigo. Mentira entre nós? Não poderia haver nunca. A pessoa que atravessou tanta coisa do meu lado, fazendo de tudo pra me arrancar uma gargalhada até no meio das lágrimas, estava justamente me fazendo chorar. Fui magoada, mas acabei magoando também. Reagi tão ferozmente a um primeiro erro, que não vi o tamanho da nossa amizade pra se acabar assim, numa escorregada. Ok, foi uma senhora escorregada, afinal, como ele vai mentir justamente pra amiga que ele vê o quanto sofre com mentiras? Cabeção! Mas o amor a tudo supera, né? rsrs E cá estamos nós, rindo de tudo e de todos, inclusive de nós mesmos, o que é melhor ainda!

No meio do curso de Administração, a cada nota boa a certeza de estar no caminho certo. É isso que eu quero, o que vai me fazer feliz plenamente. Foi o ano da confirmação acadêmica, da superação. Ir pra faculdade fazer prova e faltando 10 minutos pra começar a prova, receber aquela “ajuda” de alguém que se “importa” muito com meu sucesso e mesmo abalada, gabaritar a prova da matéria mais difícil. Essa sou eu: vencedora.

O trabalho me tira o sono, a fome, a disposição. Mas me dá uma bagagem de vida fenomenal. Cada dia é único, e preciso estar atenta pra não perder nada. Cada pessoa é uma experiência, cada erro e cada acerto, tudo forma a profissional que pretendo ser. Eles não sabem, mas aqueles 2.000 colegas de trabalho são parte da minha vida, são parte do meu desafio. Aprendi tanta coisa boa nesse ano com eles...



Conheci Roberta Sá, estou apaixonada. Mas Maria Rita ainda manda! hehehe

Fechando 2007 com a certeza de estar com as rédeas na mão. “O controle ta na tua mão e o jogo é pra você”, já cantava Marcelo D2. Foi um ano de derrotas e vitórias. Das derrotas, fiz bagagem. Das vitórias, fiz orgulho. Agradeço a Deus por ter chegado até aqui, nada seria sem Ele.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por vir e por ler!
Fique a vontade para comentar, sua opinião é muito bem-vinda.