sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Obrigada, Julio!




Quando escrevo, preciso ver no texto a minha verdade. Palavras ao vento são boas pra quem se furta a própria realidade, não pra mim. Vivo intensamente, e, ainda que seja um dia ruim, será o meu dia ruim, parte da minha história.

O último texto que escrevi ficou fúnebre. A inspiração só vem quando estou bem, mal ou muito mal. Ontem, estava muito mal, mas o texto foi além da dor. Virou um uivo de dor no meio da madrugada chuvosa, lamento fino de uma noite em pé, no escuro, de frio e fome. Rejeitei. Essa não sou eu, que acho lirismo até mesmo numa topada na quina da mesa.

Esta semana estive na minha montanha-russa favorita: a do coração. Um tempo nas nuvens, outro no inferno. Sem regras estabelecidas sobre hora, dia ou lugar. Um sábado enevoado foi sucedido por um domingo fantástico, que deu lugar a uma segunda-feira ardentemente feliz, que foi finalizada terrivelmente amarga.

Havia um pequenino sonho, que ainda não estou autorizada a divulgar, e que iria se realizar em breve. Mas as coisas nem sempre são como queremos, há que se ter uma boa dose de maturidade e discernimento pra assumir os riscos das próprias decisões.

Hoje atendi um funcionário, Julio, que chegou dizendo que queria incluir a princesa dele no plano de saúde. Perguntei no automático: “sua filha nasceu quando?”. E ele me disse que não era a filha, mas sim a esposa. Julio tem 53 anos e casou-se mês passado com a princesa dele, que tem a mesma idade. Após um ano de namoro, ela queria morar junto, ele queria fazer pelo modo tradicional: casamento no religioso e no civil. Amigado com fé... Não, isso Julio não aceitou. Queria fazer certinho, aos olhos dos homens e aos olhos de Deus. Comentei que também queria fazer isso, nada de simplesmente juntar as escovas de dente. Julio já saindo, pois levaria o formulário pra preencher em casa, com calma e com a ajuda da princesa, quando se virou meio de lado, meio de frente, me olhou fundo nos olhos e disparou “Determine isso na sua vida, diga pra você que isso vai acontecer, porque as palavras te levantam ou te derrubam. E tenha fé em Deus.” Aquilo e a forma como foi dito, me arrepiou dos pés a cabeça. Julio se foi, eu me sentei ainda confusa e assustada, mas sabia que ele e eu não havíamos nos encontrado ali à toa.

Esta semana foi particularmente complicada. Maravilhosas notícias na faculdade: mais um período fechado com sacrifício e boas notas, apesar de tudo. Muitas foram as dificuldades, obstáculos. Mas nada me tirou do foco. Por meio ponto, apenas 0,5, fiquei na Avaliação Suplementar em Marketing. Preciso de 5,0 pra passar. Difícil? Não sei. Tudo vai depender do que eu quero de mim mesma. Vai depender da minha garra, da minha sede de estudar e me formar. Nessa hora, só dependo de mim.

Somando a isso, um período de transição no trabalho. Minha promoção, saída e entrada de pessoal da equipe, mudança nos procedimentos. Tudo em movimento naquela empresa.

E como se não bastasse, um desejo absurdo de sair de casa. Hora de bater asas do ninho da mamãe.

Sim, sim. Uma semana muito complicada. Tinha horas em que caía uma chuva torrencial. Dessas chuvas que arrastam casas e arvores consigo. Chuva grossa e rápida, chuva fina e insistente. Tinha de tudo e diversas vezes ao dia. Quando é mesmo que começa o verão? E o Sol forte, quando aparecerá? Quando tudo estará seco novamente? Essa chuva chata, que me sai dos olhos e alaga o peito...

No meio das tempestades, um fato consolador: ascensão profissional, parcerias, conhecimentos. Ser vista como alguém que talvez possa crescer, não é tão melhor quanto ter ajuda de todos os lados pra que isso aconteça. Numa noite de trovões, conheci pessoas, outros profissionais, outras empresas e pude ter nova visão de algumas coisas. Não quero ser só profissional. Quero ser a melhor Administradora de Recursos Humanos desta cidade – e porque não do mundo? -, quero conhecer tudo que puder, quero olhar além das possibilidades que me mostram, quero viver daquilo que gosto de fazer.

Fiquei feliz e confiante em mim. Essa foi a parte boa da semana. A única. Não, também tive o prazer de fazer amigos na concorrência! Next stop Magé Station.

Mas Julio me disse uma coisa: “Determine”. Então eu determino que os momentos de angústia estejam com as horas contadas. Determino que eu seja responsável pela minha felicidade. Determino que não mais chore, produzirei estrelas no céu. No meu céu e no de mais quem quiser.


Já passou meia hora do novo dia. Sexta-feira vem chegando de mansinho. Chove lá fora. Aqui dentro está nublado, mas não há de chover. Determino que não.

É... reeditei o texto, me abri sem necessariamente expor.

Muito melhor.

Mural de Recados:

– Nosso sonho Thelma & Louise ainda está de pé. Amo demais, minha irmã.

Mary – Obrigada por acreditar, apostar e incentivar.

Nancy e Maria Paula – Parceria cada vez mais forte. Obrigada!

Daniel – Administração na veia! Vamos dominar o mundo! – Obrigada por tudo.

Catia – Tudo vai dar certo, no momento exato. Amo tu!

Ah, apaixonada pela Roberta Sá. Não, Maria Rita ainda reina absoluta, mas essa menina canta bonitinho também. Na voz dela: “Ando com minha cabeça já pelas tabelas...

Maravilhoso fim de semana.

L.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vc pode estudar Administração e trabalhar no RH... quando descobrir que escreve e se descreve maravilhosamente bem, vai deixar tudo para nos brindar com suas palavras.
Parabéns, menina.

Postar um comentário

Obrigada por vir e por ler!
Fique a vontade para comentar, sua opinião é muito bem-vinda.