sábado, 28 de julho de 2007

Calendário

Mais um ano se passou, como diz a letra da música. As coisas acontecem a cada segundo, mudam com um assopro, mas apenas ao fim de um ano é que nos damos conta de que tanta coisa aconteceu. Damos valor a cada gota de suor, ao sentimento alheio, aos domingos com a família, aos sorrisos que nos rodeiam.

E assim, Julho se vai, levando consigo meus confusos 26 anos. Entre 12 de julho de 2006 e 11 de julho de 2007 a vida foi do céu ao inferno como montanha-russa. Conceitos dados como certos caíram por terra, limites foram retirados e medos foram vencidos.

Não há do que me queixar, já que rotina nunca foi palavra que coubesse em minha vida. Entre lágrimas e gargalhadas, em 12.07.2007 me conheci de outra forma, apertei-me as mãos e disse “muito prazer, começo a ser o que vc sempre quis”.

Há um ano atrás, julho foi o mês de sair do casulo. A lagarta chorosa deu lugar a uma formosa borboleta azul, que retornou a todos os lugares por onde gostava de voar. Mostrei aos que me ofenderam que era ainda muito mais forte do que pensava, que poderia, queria e iria me recompor e tentar ser feliz novamente. E assim o fiz. Rodopiei por diversos salões, ri, tive medo, mas não pensei em me esconder mais uma vez. Enfrentei a mim mesma.

Setembro chegou com novas possibilidades. Recuperei toda a confiança em meu poder de decisão, abri os olhos e entendi que havia nascido pra brilhar. Alguns nascem para gerar discórdia, eu semearia o amor. Outubro foi o mês que teve os domingos mais animados. As noites eram de festa, um pouco de medo sim, mas no fim, o amor era sempre mais forte.

Enfim, novembro rompeu a fina pele que cobria o coração. Não teve como correr, nem pedir socorro. Fui pega novamente, mesmo lutando com todas as forças contrárias. Dezembro consolidou a esperança, a fé no homem foi restabelecida. Medos foram dissipados, um a um.

Janeiro trouxe as águas quentes de Cabo Frio e com elas o calor inevitável de um sentimento esquecido e renegado. Se não poderia escapar, o melhor mesmo era se entregar. E fevereiro carregou tudo de volta... por quê? Não havia resposta, apenas lágrimas. Março foi confuso, algumas redescobertas, novidades, sonhos desfeitos, orgulho ferido, amor próprio no pé. Silêncio apenas.

Abril foi decidido: acabou. Mãos amigas seguraram as lágrimas que ainda teimavam em descer. Em maio, dos 5 anos mais preciosos da minha vida, os caminhos voltaram a se encontrar. Não havia mais lágrimas.

Junho passou correndo, com sustos e preocupações com saúde. Coração perdendo a briga com a razão. E novamente julho chegou e consigo trouxe esperança.

Fecho outro ciclo e inicio um novo. Aguardo agosto com ansiedade materna. Apenas 2 anos e meio, alguns passos para tornar sonhos em realidade. Incertezas e receios que me movem.

Nada do que aprendi no último ano foi tão sábio e enriquecedor quanto “ponha-se no lugar do outro”. Lição para reverberar dia a dia, até o último.

Entre lágrimas e gargalhadas, parabéns pra mim!

L.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por mais força que eu faça, não consigo lembrar dos meus meses, assim, desse jeito. Minhas lembranças têm vida própria... rsrs. Eu lembro quando não quero. Mas esquecer mesmo, eu não esqueço, não.
Tudo em você soa mais forte, Lu. Incrível. Eu tenho sorte por ter você assim, tão perto de mim, sabia?
E mesmo que eu não esteja aí pra secar o seu rosto em dias maus, tenha certeza de que o meu pensamento quer sempre esquentar um pouquinho o seu coração, viu?!
Te amo muito, preta.

O poeminha desinteressado que vc leu é meu mesmo... rsrs

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